Ana Marcela, que está em busca do seu penta-campeonato mundial, Nicholas Santos, Léo de Deus e os técnicos Márcio Latuf e Gerson Paisan falam de suas expectativas em coletiva à imprensa.
Cobertura de Elaine Saboya, Elizabeth Faria, Erika Alencar e Victoria Capaldo
“Todo mundo se conhece. Sou muito pés no chão, prova a prova. Hoje eu penso nas duas etapas da Copa do Mundo que eu tenho antes do Mundial e que, para mim, são muito importantes também”, afirmou a maratonista Ana Marcela Cunha, durante a coletiva desta quinta-feira (16/5), realizada na Unisanta.
“Será o último momento de poder analisar minhas adversárias e acertar as coisas que preciso para chegar ao Campeonato Mundial. A primeira será no dia 14 de julho. É o dia D pra gente, é seletiva olímpica, (importante é )estar entre as dez primeiras colocadas”, explicou a nadadora.
Ela vê a chance de medalha nas três provas, nos 5km, 10km e 25km, “mas acho que o mais importante para mim hoje é pensar na prova dos 10km e poder assegurar essa vaga para as Olimpíadas” . O maior sonho de Ana Marcela é chegar aos Jogos Olímpicos e brigar por uma medalha.
“A gente sabe que a última prova são os 25km, a prova que eu mais gosto de nadar e na qual tenho uma bela história. E com certeza vai ser uma prova (para a qual) precisamos estar animadas. São mais de 5 horas de prova. Mas estamos bem focados nessa primeira prova de 10km”.
Jogos Pan-Americanos
Ana Marcela lembrou ter participado do seu primeiro Pan em 2007, no Rio. “Eu tinha 15 anos e estava começando os meus primeiros passos na maratona. Foi um resultado muito bom para a minha idade, fiquei na 9ª colocação. Quatro anos depois, fui para Guadalajara e fiquei na 5ª colocação. Do último Pan não pude disputar porque era na mesma data do campeonato Mundial e era seletiva para a Rio 2016, então não pude disputar. E esse ano estarei duplamente nos Jogos Pan-Americanos tanto na prova de 10km como estreando na piscina, onde tudo começou. Espero sair dos Jogos com uma medalha que ainda não tenho”.
Nicholas Santos: cada vez mais empenho
“Por ser um atleta mais velho (39 anos), essa é uma situação em que eu tento cada vez mais me dedicar, entregar resultados e me cuidar. É assim que eu tenho levado minha carreira”. São palavras de Nicholas Santos, top no ranking mundial dos 50 metros nado borboleta.
Ele concentra seus esforços “principalmente na prova em que eu tenho nadado esse ano, que são os 50m borboleta. Quero bater o recorde mundial. Eu viajo agora dia 28 para o Fina Series, que é a 3ª etapa, e pretendo nadar bem melhor do que (nadei) na Hungria, onde eu fiz 22seg60 e bati o recorde sul-americano”.
Você ainda se surpreende com seus resultados? A essa pergunta, Nicholas admite que fica surpreso, sim. “Mas, ao mesmo tempo, eu sei o quanto me cobro, me dedico e sou focado. Tudo em que eu posso ter controle eu faço. Como eu me alimento, descanso, os dias de treinamento, fisioterapia, preparação física, tudo o que eu posso eu faço. Então, a resposta de tudo isso é, ao longo do tempo, até onde meu corpo vai. Nunca tive uma lesão grave a ponto de ter que sair do esporte. Esse é um dos motivos da longevidade, além de eu ser formado em Fisioterapia e ter esse controle e conhecer mais o meu corpo. Isso me ajuda bastante.
Sobre a polêmica da CBDA de não levá-lo para o Mundial
“É triste”, respondeu Nicholas Santos. É um critério que foi estabelecido pouco mais de um mês antes da seletiva. É uma prova que, embora seja olímpica, estamos em uma ano que não é olímpico. Tem essa prova no Mundial, é um pouco incoerente, sim. Tenho grandes chances de ganhar esse Mundial e bater um recorde. Isso é bom não apenas para a natação do Brasil, mas para mostrar até onde podemos conseguir nadar, a questão da longevidade, incentivar as crianças, tornar cada vez mais popular a prática da natação no País, mas é uma decisão deles e eu estou fazendo a minha parte. Meu trabalho de casa que é nadar rápido. E disso (decisão deles), eu não posso ter controle”.
Léo de Deus vai disputar as provas dos 200m costas e 200m borboleta. “Os 200m borboleta foi uma prova em que, no ano passado, eu tive o melhor resultado no Campeonato Pan Pacific com o tempo de 1m45s, quando ocupei a 8ª colocação no ranking sw mundial. É a minha principal prova. No Maria Lenk tive alguns problemas de saúde, me classifiquei de última hora, mas deu tudo certo. A gente segue forte, mudou a preparação física e estou buscando evoluir cada vez mais na parte técnica e buscando estratégias para baixar esse tempo e buscar estar dentro de uma final de mundial de novo e buscar essa medalha”.
Sobre a polêmica
Léo de Deus, que impetrou mandado de segurança contra os critérios da CBDA na convocação dos atletas para o Pan-Americano – estava tranquilo quanto ao seu gesto. A liminar foi revogada nesta quinta e a CBDA terá agora até dia 6/5 para julgar quem vai ocupar a vaga do Brasil.
“Minha intenção nunca foi prejudicar a seleção”, afirmou Léo de Deus. “A CBDA me mandou eu ir atrás de meus direitos e eu fui. Não foi nada pessoal”. A revogação da liminar foi acertada, no seu entender, porque, assim, a CBDA terá o prazo até dia 6 de junho para decidir os 18 jogadores que irão compor as vagas do Brasil.
“Mas a partir do momento em que uma Confederação Brasileira impõe uma coisa com a qual você não concorda, você tem todo o direito de lutar por isso na Justiça. E foi isso que eu fiz e o que a própria Confederação mandou eu fazer. O meu intuito é, por mais que eu queira participar de um campeonato Pan-Americano, meu terceiro, onde eu posso estar disputando um tricampeonato Pan-Americano, eu também quero mostrar para os atletas que a gente não pode ficar refém do que a Confederação decide.”.
“Deixei bem claro que eu nunca quis prejudicar a natação brasileira, por isso eu acho que o Dr. Kishino foi totalmente correto em revogar (a liminar), porque agora a gente está podendo inscrever 18 atletas e não 16 com o mandado de garantia, que era o que iria acontecer. Vamos seguir e ver os próximos passos. Mesmo que eu ganhe ou perca, o intuito é mostrar para os atletas que a gente pode. Eu, como ex-presidente da Comissão de Atletas, quero mostrar para a Confederação e para todos os atletas que a gente não precisa ficar refém e que temos a justiça para isso. Que sirva de exemplo isso que estou fazendo para o esporte brasileiro”.
Participaram da coletiva os técnicos Márcio Latuf e Gerson Pazian, que acompanharão os atletas da Unisanta nas próximas principais competições mundiais de natação. Os dois confiam nos nadadores que treinam, certos de que eles continuarão a competir para ganhar, permanecendo entre os melhores, como já estão há anos.