Santos

Segundo dados divulgados na última sexta-feira (23/2), pelo Censo do IBGE 2022, Santos se consolidou como o município mais verticalizado do país. Em termos proporcionais, o município possui cerca de 2/3 da população residente em apartamentos.

Além de Santos, Balneário Camboriú (SC) e São Caetano do Sul (SP) são os únicos municípios entre todos os 5.570 com predomínio de moradores em apartamentos.

A Prof.ª M.ª Fernanda Faria Meneghello, docente no curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisanta, destaca a importância do município de Santos dentro de seu Plano Diretor, cuja alteração em 1998 já previa um índice de aproveitamento maior dos terrenos, resultando em um aumento significativo no setor imobiliário.

“O adensamento, conforme indicado por diversos estudos, proporciona um maior potencial para a economia criativa e reduz os deslocamentos, o que tem um impacto positivo no meio ambiente, especialmente em relação ao transporte e à emissão de poluentes decorrentes de deslocamentos mais longos pelo território.”

Mas isso não é uma surpresa, já que Santos apenas reforçou a tendência já observada no censo demográfico anterior. De fato, no Censo 2010, era o único município da lista em que a maioria da população residia em apartamentos (57,8% na época). Esse número aumentou para 63,4% em 2022.

O portal o Globo divulgou uma ferramenta interativa que permite ver as cidades com maior parcela da população vivendo em apartamentos, que pode ser acessada aqui.

Outros dados

De acordo com os dados do Censo 2022, Santos possui 208.688 domicílios, representando um aumento de 17,81% em comparação com o levantamento anterior. 

Além disso, dos 208.688 domicílios, 167.478 estão ocupados (80,35%), enquanto 21.114 estão vagos e 19.856 estão desocupados, mas utilizados ocasionalmente (para temporada ou por pessoas que possuem imóveis na cidade, mas não residem permanentemente).

A docente destaca, ao analisar o cenário em constante crescimento, a necessidade de adequação da infraestrutura para acompanhar esse desenvolvimento, especialmente em questões como saneamento, drenagem, abastecimento de água e gestão de resíduos sólidos. 

“É crucial controlar a pressão do mercado imobiliário, garantindo a produção de unidades habitacionais acessíveis que atendam às necessidades de toda a população local, evitando a expulsão ou a concentração excessiva das unidades acessíveis apenas em determinadas áreas”, explicou ela.

Confira o ranking das cidades mais verticalizadas do país: 

  • 1 lugar – Santos (SP) – 63,45%
  • 2 lugar – Balneário Camboriú (SC) – 57,22%
  • 3 lugar – São Caetano do Sul (SP) – 50,77%
  • 4 lugar – Vitória (ES) – 45,4%
  • 5 lugar – Porto Alegre (RS) – 42,36%
  • 6 lugar – Viçosa (MG) – 41,68%
  • 7 lugar – São José (SC) – 41,05%
  • 8 lugar – Niterói (RJ) – 40,2%
  • 9 lugar – Itapema (SC) – 38,76%
  • 10 lugar – Florianópolis (SC) – 38,64%