Desde segunda-feira (7), a campeã mundial de 10 km, Ana Marcela Cunha, da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), de Santos, treina em Las Lomas, no México a mais de 1.600 metros do nível do mar. A idéia é conseguir a melhor preparação possível para a disputa do Mundial de Shanghai, na China.

Afinal, na prova dos 10 Km do Mundial de Shanghai serão conhecidos os 10 primeiros nomes para a disputa olímpica em Londres 2012. A briga é para estar entre as 10 primeiras colocadas, encarando ainda a também brasileira Poliana Okimoto

As duas podem chegar a Londres em 2012, mas isso só ocorrerá se ambas terminarem entre as 10 primeiras colocadas em Shanghai. Se entrar só uma, a outra será excluída. Se nenhuma das duas ficar entre as 10 primeiras colocadas, uma vaga ficará aberta para ser definida em junho de 2012

Ana treina sob a supervisão do seu técnico Márcio Latuf, que aposta todas as suas fichas no êxito da pupila. “A determinação da Ana é o que me faz confiar mais e mais. Para ela não tem tempo ruim. Disciplinada ao extremo, ela segue à risca tudo o que foi traçado”, destaca

Além de Ana e Márcio, também estão em Las Lomas o recordista sul-americano dos 800 e 1500 metros, Luís Rogério Arapiraca, e o maratonista aquático Victor Colonese, bem como o técnico Carlos Arapiraca, todos também da UNISANTA. Os atletas desenvolvem treinamentos em altitude, além de serem submetidos a baterias de testes e exames

Também estão na altitude de mais de 1.600 metros os maratonistas aquáticos Allan do Carmo e Samuel de Bona, da seleção brasileira de águas abertas, bem como o especialista em nado borboleta Kaio Márcio de Almeida, além dos técnicos Luis Raphael e Xandão. O médico Blanco Herrera ficará no comando dos testes e exames

O treinamento em altitude é parte do processo de preparação de Ana Marcela Cunha para o Mundial de Esportes Aquáticos, a ser realizado em Shangai, na República Popular da China. A competição serve de seletiva para a definição das participantes da prova de 10 km de Londres 2012. As dez melhores classificadas do Mundial garante vaga nos Jogos Olímpicos. As demais participações seguirão critérios adotados pela Federação Internacional de Natação (Fina), tais como os rankings continentais e os resultados de uma segunda seletiva já em 2012.

A Ciência do Esporte demonstra que o treinamento em altitude afeta principalmente os aparelhos respiratórios e circulatórios. Nas alturas, o ar é mais rarefeito devido a queda na pressão do oxigênio, produzindo um desequilíbrio homeostático no organismo. Para suprir esta diminuição da oferta de oxigênio, o organismo inicia uma maior produção de glóbulos vermelhos (expelidos pelo baço), a este fato dá-se o nome de hiperglobulimia.

Com isso, entre outros ganhos, o atleta registra a liberação de eritropoitina, o que aumenta o número de eritrócitos, facilitando o transporte de oxigênio. Tem um aumento na quantidade de mioglobina; da quantidade de oxigênio recebido pelas células; e do desempenho físico nas primeiras semanas após o retorno ao nível do mar.

Como nesta forma de preparação a altitude atuará como carga de exercício, a progressividade da carga ocorrerá pela maior quantidade e intensidade de trabalho, junto com a assimilação dos diferentes níveis de altitude.