Créditos: Alexsander Ferraz/Arquivo

Para a arquiteta, a lei que passa para o mercado imobiliário a decisão do que pretende produzir é como se fosse  “um cheque em branco para a construção civil”.

A professora de Arquitetura e Urbanismo da Unisanta, Clarissa Duarte, falou ao Jornal A Tribuna da edição dessa segunda-feira (9/4 ) sobre a ação da Prefeitura de Santos de deixar sobre a responsabilidade do construtora decisão de limitar o número de vagas de garagem ao longo das vias em áreas de Adensamento Sustentável.

Clarissa conta que a lei passa para o mercado imobiliário a decisão do que pretende produzir, e, segundo ela, não é o mercado que deveria decidir mas sim a Prefeitura, desde que respeite a infraestrutura de cada área e de acordo com perfil e renda.

Sobre a proposta de revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo, afirma  e que o Poder Público tem o dever de regular a política urbana. “Quando se deixa em aberto, o mercado regula a política urbana. É como se a Prefeitura desse um cheque branco para a construção civil. A população de baixa renda jamais terá como controlar isso”,  diz Clarissa Duarte.

A arquiteta Clarissa declara que se a proposta for aprovada tende a piorar a mobilidade. “É uma legislação muito permissiva. Em termos de sustentabilidade urbana é uma lei ruim. Se a nossa lei atual já é permissiva, rever (a matéria) deixando-a ainda mais flexível, na minha opinião, é uma inconsequência em termos de cidade sustentável”, completa a professora.