A importância da alimentação em tempos de pandemia

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A alimentação é um dos fatores determinantes na qualidade de vida. É através dela que adquirimos as necessidades de vitaminas, minerais e macronutrientes, como proteína, carboidrato e lipídio. O consumo apropriado desses nutrientes e a manutenção do peso adequado auxiliam na prevenção de várias doenças como diabetes e hipertensão. O cultivo de hábitos saudáveis desde a infância é essencial para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis.

Muito já se falou sobre alimentos que trazem imunidade ao novo coronavírus, mas especialistas são enfáticos: “Não há alimento que possa prevenir a contaminação pelo vírus da Covid-19. O que podemos é deixar o nosso organismo fortalecido para combater a doença”.

Um estudo publicado recentemente na JAMA (The Journal of the American Medical Association), prestigiada revista científica de medicina, demonstrou que “altas doses de vitamina C e Zinco, de forma suplementada, não alteraram o curso natural da doença e não abreviaram a duração dos sintomas, sendo, portanto, desnecessária a corrida pela suplementação. Resumindo: deixar o sistema imune fortalecido é a única alternativa que temos no momento”.

Entre os hábitos nutricionais para manter a imunidade, está a hidratação adequada. “Para saber a sua necessidade hídrica mínima necessária, basta multiplicar o peso por 30 (ex: Fulano pesa 60 kg, então 30 x 60 = 1800 ml)”, afirma a Profa. M.a. Angela de Oliveira Godoy Ilha, nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Santa Cecília, que também citou o consumo de alimentos ricos em vitamina C, vitamina A, vitamina D, zinco e selênio.

Angela também indicou tipos de alimentos que valem a pena estar no cardápio. Carnes, frutos do mar, fígado, peixes, ovos e cereais integrais são ricos em zinco, que, segundo ela, “agem influenciando diretamente na proliferação e maturação das células de defesa”. Fígado e óleos de peixe são as principais fontes de vitamina A e vegetais de cor alaranjada e verde-escura contêm carotenoides, que “agem modulando a resposta de células fagocitárias e aumentam a resposta de citocinas anti-inflamatórias”.

Frutas e verduras variadas também são ótimas estratégias para garantir a quantidade necessária de vitaminas e antioxidantes, fortalecendo, assim, o sistema imune. A castanha-do-pará, por exemplo, é o alimento mais rico em mineral selênio, que auxilia no controle de radicais livres, e as frutas cítricas são fonte de vitamina C, importante antioxidante, fortalecendo o sistema imune.

Alimentação pobre em gordura e sódio torna-se estratégias prioritárias neste momento para evitar ou controlar doenças crônicas responsáveis pelas principais comorbidades associadas ao agravamento da Covid-19 como hipertensão, diabetes e obesidade.

Os raios solares também são muito indicados como fonte da vitamina D, cuja carência no organismo está associada ao maior risco de neoplasias, infecções e doenças cardiovasculares e autoimunes.

Não existe a comprovação científica de que o coronavírus seja transmitido pelos alimentos, mas devemos manter os cuidados de higienização e armazenamento dos produtos. A coordenadora dá algumas dicas nesse sentido: “Limpar a superfície e embalagens com álcool 70%, retirar os produtos de suas embalagens originais quando possível, guardar alimentos como grãos e farináceos em recipientes fechados sem incidência de luz solar e higienizar frutas e verduras, a serem consumidas cruas, com 1 litro de água e 1 colher de sopa de hipoclorito de sódio antes de guardá-las separadamente na geladeira”.