Com o objetivo de reaproveitar materiais de construção civil não utilizados, a Universidade Santa Cecília (UNISANTA), por meio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, assinou termo de parceria com a Companhia de Habitação da Baixada Santista (Cohab) e o Instituto de Agentes Urbanos (IAU) para a execução de projetos arquitetônicos em habitações de famílias de baixa renda. Trata-se do projeto Obras das Sobras, que por meio de doações de materiais beneficiará 40 casas do Dique da Vila Gilda, que atendem aos procedimentos de regularização fundiária.

Os alunos e professores da UNISANTA irão até o local para verificar as necessidades das casas a fim de promover melhorias na condição de saúde, habitação e qualidade de vida dos moradores. Nas reformas serão utilizadas sobras de materiais de construção doadas pela população. A impermeabilização, o revestimento e o levantamento das edificações são alguns dos pontos que serão melhorados nas residências. Após as doações, os moradores beneficiados participarão de um mutirão de auto construção e receberão informações técnicas de arquitetura e engenharia para a viabilização da obra.

“Precisamos mostrar a pertinência do arquiteto para a maioria da população, a menos favorecida”, afirma a professora da UNISANTA e diretora do IAU, Maria Rita Godoy. De acordo com a arquiteta, o projeto é baseado em três vertentes: a ambiental, a social e a geração de renda.

O Obras das Sobras é um projeto social derivado de uma pesquisa científica que está sendo organizado há dois anos. Nesta fase inicial, o intuito é divulgar o trabalho a ser realizado para a comunidade e os empresários. O projeto trabalhará ainda com a captação de mão-de-obra, a geração de trabalho e renda e a conscientização ambiental.

Além da professora Maria Rita, a também professora da UNISANTA, Cristina Ibrahim Ribas participa do projeto.

Doações de materiais: Segundo Maria Rita, em maio será divulgado como será feita a captação e o recebimento dos materiais. Após conhecimento do projeto pela imprensa, muitas pessoas já se mostraram interessadas em colaborar.

“É importante salientar que há diferenças entre sobra e resto de material”, afirma a arquiteta. Azulejos, telhas, cimento, areia, blocos e materiais para revestimento que tenham sido comprados e não foram utilizados são considerados sobras. Já os materiais com data de validade vencida ou quebrados são denominados restos. O projeto Obras das Sobras utilizará as sobras para o desenvolvimento dos projetos arquitetônicos.