A família e o frio são os motivos que fazem a nadadora Michelle Lenhardt sentir muita falta de Porto Alegre, sua cidade natal. Morando em Santos e nadando pela UNISANTA desde 2005, Michelle foi convocada para representar o Brasil nos Jogos Pan-americanos Rio 2007.
Para a nadadora, todo o sacrifício feito até hoje valeu a pena e a sensação de representar o Brasil em uma competição tão importante significa a realização de um sonho. Ela cita que seu noivo, o ex-nadador e técnico da UNISANTA, Joel Moraes, diz que sonho é um objetivo que ainda não se realizou e ela já pode dizer que realizou o primeiro. “O meu sonho agora é a participação nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008”, diz.
Sobre as expectativas para o Pan, a nadadora espera uma medalha de ouro no revezamento 4x100m nado livre, prova que disputará. Ela quer fazer 00’55’’ e ajudar as outras integrantes a fazer a mesma marca para ganhar da seleção norte-americana e subir ao degrau mais alto do pódio. Para dar sorte, ela leva um pin com o escudo de seu estado para todas as competições que participa.
Mas, nem sempre as coisas foram fáceis. Em 2004, Michelle passou pela maior dificuldade de sua vida quando os dirigentes de seu clube na época, o Grêmio Náutico União, disseram que sua carreira deveria se encerrar ali porque ela já estava muito velha. “Conversei e disse que precisava continuar nadando para terminar a faculdade e porque achava que não tinha dado tudo de mim ainda”, conta.
A atleta persistiu e terminou a faculdade de Publicidade e Propaganda no mesmo ano. Com base nisso e em outros aspectos de sua vida, ela diz que perseverar e acreditar nos sonhos são fatores fundamentais tanto no esporte quanto fora dele.
Michelle se considera uma aficionada pelo esporte e não acredita que possa ficar sem a natação. Seu maior ídolo é a também nadadora brasileira Flávia Delaroli.
Na vida “fora da água” ela também tem seus objetivos. Seu maior desejo é constituir uma família e ter filhos, além de trabalhar na área de atendimento, dentro da publicidade. Por enquanto ela exercita seu lado maternal com Farelo e Migalha, seus dois cachorros e diz que brincar com eles é a melhor coisa para se fazer nas horas livres.
Por ser mais caseira, seu programa preferido é ir ao cinema e não há comida melhor do que uma boa pizza. Ela diz que não possui manias, exceto por uma: pedir atenção constantemente ao noivo Joel quando não está fazendo nada.
A rotina da atleta não é fácil, ela leva os cachorros para passear quando acorda, vai para a Unisanta às 7h30 da manhã treinar a fazer parte física, e só volta para casa às 11h, quando almoça. Depois de comer e passear com seus “filhotes” novamente, ela descansa um pouco para o próximo treino, que começa às 15h30 e acaba por volta das 17h. Quando chega em casa no fim da tarde, aproveita o tempo livre para entrar na internet, conversar com os amigos online, ler e-mails e matérias e assistir alguns vídeos de natação, tudo isso pra espairecer a cabeça para mais um dia de esforço duro.
Seus resultados mais expressivos até agora foram: campeã brasileira de categoria em 1999; bronze nos 100m nado livre no Troféu Brasil em 2006; bronze nos 100m livre nos Jogos Desportivos Sul-Americanos (Odesur), também em 2006 e campeã sul-americana no revezamento 4x100m nado livre na mesma competição.
A nadadora, de 27 anos, pratica o esporte desde os quatro e ainda acredita que pode ir além.