O evento será transmitido ao vivo pelo canal oficial da Unisanta no Youtube (youtube.com/watch?v=z3BFO4eL0RQ).
Das 9h30 às 12h da quinta-feira, 8 de julho, ocorrerá o lançamento da edição especial comemorativa de 10 anos da revista eletrônica da Unisanta, Law and Social Science, que será voltada para a área da Justiça Restaurativa, focando nos aprendizados e experiências obtidas durante a I Jornada Nacional de Justiça Restaurativa na Educação, ocorrida entre 16 e 18 de novembro de 2020.
Essa edição da Law and Social Science terá artigos produzidos por diversos autores das cinco regiões do Brasil, abordando as experiências em relação à mediação de conflitos, Justiça Restaurativa e habilidades socioemocionais na área da Educação.
A data do lançamento (8/7) não foi escolhida por acaso. No dia 11 de julho a Justiça Restaurativa é comemorada como política pública na cidade de Santos, por meio da Lei nº 3371, de 11 de julho de 2017 – regulamentada pelo decreto nº 7.932, de 23 de novembro de 2017; e como o dia 11 neste ano é um domingo, o evento foi antecipado para a quinta-feira (8/7).
Confira o cronograma do evento:
– Momento de Acolhimento: início do evento com a Profa. Irene Penteado Cotrim e meditação guiada;
– Abertura Oficial do Evento: Profa. Dra. Lúcia Teixeira e Profa. Dra. Sílvia Ângela Teixeira Penteado e Dr. Marcelo Teixeira;
– Mesa de Abertura: Marina Soares (CEJUSC de Primavera do Leste – MT), Prof. Dr. Fábio Giordano, Profa. Dra. Nelize Maria de Almeida Coelho e Profa. Dra. Maria Cristina Pereira Matos, sendo os últimos três da Unisanta;
– Contação de História: Apresentação do Livro “Felino Espacial em O Homem Restaurador”, de Lucas Santos (filho de Fabiana Lima – fundadora do Instituto de Coração para Coração);
– Palestra Magna com a Sra. Mônica Mumme – Diretora do Laboratório de Convivência –, com o tema Experiências e Reflexões sobre o Percurso da Justiça Restaurativa na Educação;
– Vídeo do CEJUSC de Primavera do Leste – MT sobre a I Jornada Nacional de JR na Educação;
– Apresentação dos Artigos publicados na revista, pelos seus respectivos representantes e entrega dos certificados;
– Encerramento: Chamada para a II Jornada Nacional de JR na Educação, que acontecerá em novembro de 2022.
Contexto da publicação
Uma das organizadoras da I Jornada Nacional de Justiça Restaurativa na Educação, a educadora social, fundadora e coordenadora do Instituto De Coração para Coração, que difunde os valores da Cultura De Paz, Fabiana Lima, comentou que a ideia do evento de 2020 surgiu em um encontro entre ela e as educadoras Jéssica Araújo e Maria Eterna Pereira, moradoras dos estados do Ceará e Mato Grosso, respectivamente.
“Lembrei que a semana em que se comemora a JR (Justiça Restaurativa) no Brasil estava se aproximando (3ª semana de novembro) e poderíamos promover algo nesta semana que fomentasse a Justiça Restaurativa, ou seja, pudéssemos falar e mostrar a potência da nossa área para mais pessoas”, comentou Fabiana, moradora de Niterói, Rio de Janeiro.
Em um período de 20 dias, a I Jornada Nacional de Justiça Restaurativa na Educação já estava organizada e ocorreu entre 16 e 18 de novembro, com participantes de todas as regiões brasileiras. “No primeiro dia, ao vivo, atingimos o número de mais ou menos 530 pessoas, no segundo e terceiro dia tivemos em torno de 250 pessoas ao vivo”, destacou Fabiana.
Porém, mesmo com a ótima recepção do evento nacional, ficou latente entre os participantes a necessidade de um seguimento de tal projeto de disseminação dos preceitos da JR, inclusive com a documentação das ideias debatidas em novembro de 2020. “Precisávamos de uma instituição para dar força e peso à nossa ideia e foi nesta fase que eu entrei em contato com a Liliane Rezende, pois eu sabia que ela desenvolvia um projeto de pós-graduação em Justiça Restaurativa na Unisanta”, destacou Fabiana Lima.
Coordenando, em conjunto com a Profa. Selma Lara, o programa de pós-graduação em Justiça Restaurativa da Unisanta, Liliane Rezende conseguiu que a próxima edição da Revista Eletrônica Law and Social Science fosse exclusivamente sobre a área de Justiça Restaurativa, trazendo artigos e textos de autores que estudam e aplicam os conceitos da área em várias regiões do país.
Liliane Rezende, que também é coordenadora do Núcleo de Educação para Paz (NEP) na Secretaria Municipal de Educação (SEDUC) de Santos, falou sobre a representatividade do evento de 2020: “Foi um importante marco histórico para a construção de uma Educação Restaurativa Brasileira baseada nos princípios e valores da Justiça Restaurativa que visam à não punição, mas à autorresponsabilização”.
A coordenadora do Núcleo de Práticas Restaurativas (NUPRE) “Profa. Nilza Pirilo Teixeira” da Unisanta (cargo que divide com a Profa. Selma Lara) ainda reforçou os ganhos, não apenas da universidade, mas também do município de Santos, ao fomentar a área da Justiça Restaurativa. “Tenho as melhores expectativas sobre este evento para promover e disseminar a Cultura de Paz e não violência, por meio da academia nas universidades, bem como nas escolas de educação básica, que são verdadeiros ‘celeiros’ para a construção de uma Educação Restaurativa e inclusiva à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”, ressaltou Liliane.
Selma Martinez Simões Rodrigues de Lara, professora universitária e coordenadora do curso de Justiça Restaurativa da Unisanta, destacou a importância da I Jornada Nacional de Justiça Restaurativa na Educação, em 2020: “Considero que foi uma grande iniciativa, pois uniu várias pessoas em várias ambiências que estão contribuindo para a Cultura de Paz, dentro do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, da Educação de uma forma geral. Cada um contribuindo nas suas potências, mas tendo um foco em comum, que é fazer a prevenção e também a transformação de conflitos”.
Selma também falou, de forma elogiosa, da edição especial da revista Law and Social Science, focada na JR: “A revista vai selar esse compromisso das pessoas na continuidade de um trabalho que já está sendo feito por vários setores de Cultura de Paz, da arte de convivência, de um mundo melhor. Com base nessa revista, conseguimos ter esses registros de uma forma mais focada, com várias regiões que vão solidificar e alicerçar esse compromisso”.
A coordenadora também ressaltou que a participação da Unisanta no fomento a encontros nacionais sobre Justiça Restaurativa fortalece e dá crédito à pós-graduação de Justiça Restaurativa da universidade. “Isso fortalece todo o sentido do curso, onde temos pessoas de várias áreas, vários setores, que têm como proposta a busca por uma Cultura de Paz, o foco em uma melhor convivência, mais bem cuidada e qualificada. Representa um diferencial, não apenas na questão acadêmica”, pontuou Selma Lara, que ainda destacou as ações em prol da JR como um trabalho contínuo e previu mais iniciativas futuras envolvendo a universidade.
Uma das responsáveis pela ideia de documentar os aprendizados da I Jornada Nacional de Justiça Restaurativa na Educação ter “saído do papel”, Profa. Nelize Maria de Almeida Coelho, coordenadora de extensão da Universidade Santa Cecília, também abordou a importância de tal feito para a instituição: “Representa a abertura da Unisanta para discussão e reflexão de metodologias disruptivas de se fazer educação, representa um caminhar humano, inovador e atento às demandas da sociedade”.
Nelize ainda expôs aquilo que espera do evento de 8 de julho: “Que as discussões acerca do tema possam ser ampliadas, que essa metodologia de trabalho possa mobilizar outras frentes de trabalho e que a Unisanta se estabeleça como uma referência para a comunidade da Justiça Restaurativa”.
Por fim, a educadora social fluminense Fabiana Lima expôs suas expectativas em relação ao lançamento da edição comemorativa da Law and Social Science: “Construímos uma expectativa grande em relação ao retorno deste momento para nossa caminhada profissional junto aos nossos pares e, por isso, o nosso comprometimento para que tudo dê certo está sendo muito grande também. […] Tomar consciência que estamos fazendo parte de um movimento importante em relação à Justiça Restaurativa em nível nacional e que estamos fazendo isso com a ajuda de muitas mãos me faz acreditar mais ainda nos pressupostos que permeiam todas as práticas de Justiça Restaurativa”.