Acordei nesta quinta-feira (8) para tomar meu leve café da manhã, liguei a televisão para assistir as novidades das Olimpíadas de Londres e passava a prova da Maratonas Aquáticas. Tive um sentimento diferente ao ouvir o locutor e os comentaristas falarem dos competidores, porque nossa atleta Ana Marcela Cunha, orgulho da Natação da Universidade Santa Cecília, não estava na relação de competidores.
Quem acompanha nestes últimos anos esta modalidade esportiva, acostumou a ver Ana Marcela representar Santos e o Brasil com garra, competência e determinação, seja nas piscinas ou, principalmente, em águas abertas, onde ela se destaca mais, cujos treinos são ministrados em nosso Parque Aquático Wilson Silva Castro, Bagdá, pelo renomado técnico da Universidade, Marcio Latuf, também treinador da seleção brasileira de natação. É inadmissível a ausência desta nadadora brasileira neste importante evento, principalmente se analisarmos e perguntarmos: As olimpíadas reunem os melhores atletas do mundo em cada modalidade? A resposta deverá ser sim, aliás deveria ser, porque neste caso não ocorre assim.
Ana Marcela teve uma única chance de obter o índice para a Olimpíada de Londres, foi no Campeonato Mundial de Shangai, quando as 10 melhores nadadoras se classificaram e a brasileira ficou com o 11º tempo. Um absurdo este critério, porque Ana Marcela, a mais jovem atleta a obter resultados expressivos em Maratonas Aquáticas, alcançou o Prêmio Brasil Olímpico/COB, em 2008, repetido em 2010, quando foi eleita pela FINA como melhor Maratonista Aquática do Mundo, sendo a atual líder do ranking Mundial de Águas Abertas, o que lhe dá muita chance de ser bicampeã mundial neste 2012.
Com certeza, seu currículo e sua performance garantiram ao Brasil uma excelente perspectiva de medalha nestas Olimpíadas, já que é a atual campeã sul-americana e foi campeã nas duas últimas etapas do Circuito Mundial no México e no Canadá.
A FINA e o COI devem rever estas medidas, assim como o Comitê Olímpico Brasileiro e aConfederação Brasileira de Desportos Aquáticos deveriam interferir nestas decisões, para que elas sejam mais justas e corretas, até porque a modalidade de Maratonas Aquáticas é muito nova em Olimpíadas e devemos aperfeiçoar cada vez mais estes critérios e decisões, que beneficiem o esporte.
Graças a Deus, Ana Marcela é muito determinada, tem consciência de suas responsabilidades e de seu potencial. Ela tem uma família que está sempre ao seu lado e uma Instituição de ensino como a Universidade Santa Cecília (onde se formou no Ensino Médio e na Graduação, como formanda de Educação Física-FEFESP) que dará total respaldo e estrutura para a sua preparação, visando todas as competições a partir deste ano até as Olimpíadas de 2016-Brasil.
É uma pena para o esporte não podermos assistir Ana Marcela competir em Londres, mostrar todo o seu talento e potencial, seu forte estilo, inspirada em Renata Agondi, outra grande estrela, que tanto lutou pela natação brasileira. Faltou uma estrela nas águas de Londres. Mas temos a convicção que o melhor ainda nos espera.
Ana Marcela continuará brilhando e representando Santos e o Brasil com dignidade, respeito e muito amor. Em frente Ana, estamos sempre com você, ao seu lado, acreditando que você continuará honrando o nosso Brasil e a Natação Mundial.