O Prêmio Literário homenageia a escritora Tatiana Belinky, uma das mais importantes autoras de poemas Limeriques do Brasil, vai realizar oficinas literárias e premiar os estudantes mais criativos, com verba do ProAc
Apostar no talento e criatividade das crianças, incentivando o prazer pela Leitura: esta é a principal ideia do Prêmio Tatiana Belinky de Limeriques. O Concurso, idealizado pela ex-aluna de Pedagogia da Universidade Santa Cecília (Unisanta) e membro do Comitê do ProLer Unisanta/BS, Viviane Veiga Távora, é o primeiro do tipo realizado na Baixada Santista e vai envolver alunos de escolas públicas e particulares das nove cidades da Região Metropolitana.
Viviane idealizou o Prêmio e conquistou a aprovação do projeto no Programa de Ação Cultural (ProAc), da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, com o objetivo de divulgar os “limeriques” — poemas curtos, com cinco versos rimando entre si e que sempre falam de coisas malucas.
O Prêmio oferece várias atividades voltadas para estudantes com idade entre 6 e 11 anos (Ensinos Fundamental I e II). De 1º de março a 17 de abril serão ministradas oficinas literárias gratuitas em Cubatão, Santos, São Vicente, Guarujá, Bertioga, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe. Nessas aulas – duas em cada município, os professores aprenderão a criar os limeriques para que, depois, repassem o conhecimento aos alunos.
Em uma segunda etapa, aí sim, os estudantes poderão mostrar toda sua criatividade, inscrevendo os limeriques que inventaram no Prêmio Literário. As inscrições serão aceitas de 18 de abril até 2 de junho, somente no site www.portalpanapana.com.br/premio. A seleção acontece em junho e julho por uma banca composta por nomes como César Tadeu Obeid (premiado escritor e educador) e Regina Gulla (escritora e professora de poesia). O resultado sai em agosto e a premiação será dia 24/8, Dia do Artista.
Premiação – Os autores mirins dos cinco limeriques mais interessantes recebem prêmios como computador, notebook, netbook, troféus e kit de livros. Além disso, as escolas e os professores dos cinco primeiros colocados também ganham kits de livros. Os alunos escritores dos 100 melhores limeriques levam um exemplar da publicação Mareliques da Praia-Louca e um broche do projeto Eu amo Limeriques!. O Prêmio Tatiana Belinky é realizado pela Cooperativa Cultural Brasileira, empresa VARAL – Educação e Cultura.
“Esperamos a participação maciça dos estudantes por meio do incentivo de seus pais e professores. O objetivo do Prêmio é, também, estimular a produção poética através dos limeriques”, afirma Viviane.
Viviane é escritora, produtora cultural e a autora de Mareliques da Praia-Louca (livro infantil de limeriques patrocinado pelo Proac), Pé de alguma coisa pede outra (II Prêmio Literatura para todos, do MEC, com tiragem de 600 mil cópias), vencedora do Prêmio da Funarte Interações Estéticas com o projeto “Literatura para todos no Dique”, além de idealizar o portal www.portalpanapana.com.br que tem oficinas virtuais de poesia e divulga a Literatura.
Por que Tatiana Belinky? – O nome do Prêmio é uma homenagem à escritora Tatiana Belinky, criadora do termo aportuguesado “limerique” para indicar o poema conhecido como “limerick”. Foi ela quem divulgou esse tipo de poesia no Brasil. Aos 93 anos de idade, Tatiana costuma dizer que acha os limeriques engraçados: “Li algo sobre limeriques em uma revista e pensei: isso dá ritmo, é ótimo para fazer algumas brincadeiras. Posso brincar com isso de outra maneira. E a criança, que não é nada boba, vai entender direitinho”. O exemplo abaixo é de autoria da própria Tatiana:
Ao ver uma velha coroca
Fritando um filé de minhoca
O Zé Minhocão
Falou pro irmão:
“Não achas melhor ir pra toca?”
A forma do poema é bastante específica e garante aceitação imediata da garotada, tendo em vista a sonoridade, ritmo, rima e imagens. Tatiana Belinky é uma das mais importantes escritoras infantojuvenis contemporâneas, autora de cerca de 120 livros como os títulos Limeriques das Coisas boas, Rimas de ninar, Bicholique, Bragaliques, entre outros.
Embora russa, Tatiana está radicada no Brasil há quase 80 anos. Sempre trabalhou com a Literatura infantojuvenil, fazendo adaptações de clássicos para TV e, posteriormente, escrevendo artigos, crônicas e crítica de literatura infantil para os jornais Folha São Paulo, Estadão e Jornal da Tarde. Em 1985, despontou como escritora e quatro anos depois, recebeu o Prêmio Jabuti, além do Nestlé e da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Em 2010 passou a ocupar a cadeira 25 da Academia Paulista de Letras.