A professora do curso de Pós-graduação em Monitoramento Ambiental e Gestão Ambiental da Univesidade Santa Cecília (Unisanta), Alessandra Aloise de Seabra, conseguiu uma bolsa de estudos para Doutorado em Universidades Européias através do programa Erasmus Mundus, do qual a Unisanta participa. Ela é a única da América do Sul a alcançar esse feito. Ela desenvolverá sua tese na Unisanta, sobre o tema os impactos socioeconômicos e a legislação pertinente à exploração de óleo e gás no litoral de São Paulo.
O Erasmus Mundus é uma rede internacional de universidades empenhadas na pesquisa e ensino na área de Gerenciamento Costeiro. Somente três universidades brasileiras estão integradas ao Programa. Além da Unisanta, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre e a Universidade de São Paulo.
Alessandra foi aluna de mestrado Erasmus Mundus, entre os anos de 2008 e 2010, quando desenvolveu sua dissertação voltada à questão da distribuição e aplicação dos royalties de petróleo na região costeira. Ela foi orientada pelo Prof. Gilberto Passos de Freitas, docente da Unisanta, e a partir daí comecei a trabalhar com temas relacionados a aspectos jurídico-ambientais do Gerenciamento Costeiro, que é a área de formação desse Programa Erasmus Mundus.
A professora é formada em Direito. Ela exerceu a profissão durante oito anos, porém logo se interessou pelas questões ambientais e passou a se dedicar a essa área, que julgava defasada, especialmente pelo reduzido número de profissionais da área do Direito dedicados ao gerenciamento do significativo patrimônio ambiental nacional. “Por viver numa região costeira altamente industrializada e urbanizada, presenciei a degradação dos ecossistemas costeiros em prol de um modelo desenvolvimentista insustentável”, conta.
Além de professora, Alessandra é pesquisadora associada ao Núcleo de Estudos e Pesquisas da Faculdade de Direito da Unisanta. De acordo com ela a participação da Unisanta como Universidade parceira do Programa de Doutorado Erasmus Mundus lhe proporcionará a excelente oportunidade de elaborar sua tese em Santos, situada na região onde se desenvolverão muitas das atividades relacionadas à exploração do Pré-Sal. Conseqüentemente, serão observados impactos positivos e negativos da atividade, o que será objeto de estudo do seu projeto de pesquisa.
Para conquistar esta bolsa a professora da Unisanta passou por um processo seletivo que constava do envio de currículo, projeto de pesquisa e cartas de recomendação. Isso aconteceu no segundo semestre de 2010, logo após sua defesa de mestrado.
O Doutorado Erasmus Mundus em Gerenciamento Costeiro e Marinho se inicia em setembro de 2011, se estendendo até agosto de 2014. O curso foi proposto por quatro Universidades Européias, a Universidade de Cádiz (Espanha) como coordenadora, Universidade de Bologna (Itália), Universidade de Aveiro (Portugal), Universidade do Algarve (Portugal) e a Universidade Russa – Russian State Hydrometeorological University, das quais ela terá que escolher três para cursar os créditos obrigatórios.
“Essa bolsa é fundamental para dar viabilidade econômica para meu curso de doutorado, pois além da Universidade de Cádiz (Espanha), terei que cumprir créditos em outras universidades européias situadas em Portugal, Itália e Rússia. Com a bolsa também poderei me dedicar exclusivamente à elaboração da tese quando retornar ao Brasil após a conclusão dos créditos.”, afirma.
Alessandra está animada com sua conquista e sente a necessidade de aprofundar os conhecimentos obtidos no Mestrado, para participar do desafio petrolífero brasileiro de estabelecer um desenvolvimento do setor que não seja predatório especialmente para o ambiente costeiro e para as comunidades locais.
De acordo com a professora, a descoberta do Pré-Sal, em 2007, identificada como a maior descoberta de petróleo do hemisfério sul nos últimos 30 anos, aponta o Brasil como 4º maior produtor de petróleo do mundo em 2030. “A atividade no Brasil não pode se desenvolver alheia ao fato de estar maciçamente instalada (90%) em dois importantes biomas nacionais – Zona Costeira e Mata Atlântica, onde está concentrada entre 10 e 20% da biodiversidade do planeta.”, diz.
Alessandra afirma que a possibilidade de sustentabilidade da atividade está na integração de diferentes áreas do conhecimento, o que é característica do programa Erasmus Mund, resultando em um trabalho conjunto que direcione o estabelecimento de políticas públicas que minimizem os impactos ambientais, sociais e econômicos gerados pela atividade. Além do estabelecimento de políticas sociais distributivas, da criação de capacitações tecnológicas e da diversificação da base econômica para a distribuição de renda e do trabalho.