Dois trabalhos de doutorado e um de mestrado serão desenvolvidos em parceria entre as duas universidade

“É uma laboratório de excelência, com infraestrutura muito rica, difícil de ser encontrada em universidades e institutos de pesquisa no País”. Foi assim que a professora livre-docente pela Universidade de São Paulo (USP), Maria Helena Santos Taqueda, definiu o Laboratório de Operações Unitárias (LOU) da Unisanta, durante visita realizada na última quarta-feira (1/10).

A pesquisadora e o professor dr. José Luis de Paiva, também da Poli USP, vieram à Unisanta para definir detalhes de pesquisas que serão realizadas em parceria entre as duas universidade, sob co-orientação do prof. Deovaldo Moraes Júnior, coordenador do LOU Unisanta. Serão desenvolvidos três projetos na área de Engenharia Química, dois de doutorado e um de mestrado. “Para nós da USP, é um prazer receber os alunos da Unisanta e orientá-los em trabalhos de mestrados e doutorados”.

Segundo a livre-docente, os alunos da Unisanta são excelentes pois já trabalham bem a parte prática na graduação. “Poucas universidade têm laboratórios tão bem montados como aqui”, conclui a professora.

De acordo com Paiva, a primeira característica que salta aos olhos quando visitamos o Laboratório da Unisanta é a possibilidade de visualizar os fenômenos, exatamente em função de como são construídos os equipamentos. “O acrílico e o vidro, por exemplo, são muito utilizados na construção dos módulos do Operações Unitárias, e essa visualização é muito importante na área de engenharia química, pois facilita a interpretação dos fenômenos, como por exemplo, o de escoamento”.

O professor diz ainda que um laboratório estar associado diretamente com a fabricação dos equipamentos é o que o diferencia dos demais. “Essa visualização e interpretação criam no aluno uma certa motivação e prontidão para aplicar a teoria e isso é muito importante”.

Para Deovaldo, a parceria com a Unisanta foi firmada há alguns anos, porque os professores têm os mesmos objetivos que os da Unisanta, que é o de formar profissionais de alto nível para desenvolver pesquisas e preencher as lacunas do conhecimento que ainda faltam na literatura, além de contribuir para o desenvolvimento do Brasil. “O que faz um País ser considerado desenvolvido é a tecnologia”.

Segundo ele, o trabalho do docente deve ser baseado no tripé da universidade: ensino, pesquisa e extensão. “Na parte de ensino os alunos têm contato com os equipamentos em pequena escala e terão muito mais facilidade quando forem trabalhar na escala industrial. Já os detalhes que faltam nos roteiros de projeto são preenchidos através da pesquisa. E a extensão acontece quando atendemos às solicitações das indústria, para aperfeiçoamento do processo, através dos projetos desenvolvidos”, afirma.

Como exemplo, Deovaldo cita um equipamento aperfeiçoado no LOU, que conseguiu alterar a velocidade de produção de uma caixa de pasta de banana, que era produzida uma por dia, para três caixas por hora, o que resultou no aumento de produção e redução de custo do produto final.

Doutorados – Vitor da Silva Rosa, graduado e professor pela Unisanta e mestre pela UFABC, um dos alunos que esta cursando doutorado pela USP em parceria com a Santa Cecília, já tem o seu projeto definido. “O meu tema já venho trabalhando desde a época de graduação”. Ele conta que mais ou menos em 2010, quando estava no quarto ano, começou a analisar o processo de aquecimento e resfriamento em tanques com agitação, foco do seu estudo no doutorado.

Segundo o doutorando. as pesquisas são voltadas para tentar suprir o que a área industrial está precisando.”Hoje em dia as indústrias visam economizar tempo na maioria destes processos. Por exemplo: alimento uma mistura, esquento, espero um tempo e descarrego e isso dura muito tempo. O meu objetivo neste caso é encontrar soluções para alimentar e descarregar continuamente”, explica Vitor. O equipamento construído por Vitor durante o mestrado faz parte do LOU da Unisanta e o foco de seu doutorado é ampliar este mesmo projeto para um tanque de grande dimensões.

Já Neliza Maria de Almeida Coelho, que é graduada em Bioengenharia pela USP e em Engenharia Química pela Unisanta, professora da Unisanta e mestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, ainda não delimitou seu tema. “Só sabemos que é em Operações Unitárias, na parte de equipamentos, mas qual será o estudo ainda não decidimos”.

Ela conta que ingressou na Faculdade de Engenharia Química na Unisanta pois sentiu a necessidade de complementar, mas especificamente a parte de equipamentos, que faltava em seu currículo. “Depois que eu entrei neste Laboratório me apaixonei e resolvi ficar. Fiz estágio aqui durante dois anos e, após formada, fui convidada para integrar o corpo docente”.

Mestrado – Diferente de Neliza e Vitor, Augusto Tairum divide seu tempo em duas frentes profissionais: mercado e pesquisa. Ex-aluno de Engenharia Química da Unisanta, Augusto se formou em 2012, ficou um ano apenas trabalhando, e em 2014, deu início ao mestrado pela USP. Atualmente é engenheiro químico responsável pelo gerenciamento de áreas contaminadas na Litoral Consultoria e Serviços Ambientais.

O que levou Augusto a escolher a Unisanta para realizar a parte prática de seu projeto foi a infraestrutura e os profissionais que trabalham na Universidade. “É um ambiente completo, que oferece tudo o que eu preciso para o mestrado. Aqui consigo ter contato com equipamentos fundamentais para minha pesquisa, o que muito me facilitará”.

O ex-aluno conta que estagiou dois anos no LOU e não abre mão da co-orientação do prof. Deovaldo para o desenvolvimento do seu trabalho. O projeto de Augusto visa desenvolver tecnologia para melhorar a eficiência de equipamentos das indústrias que produzem plástico e combustíveis, além de aprimorar a qualidade do produto e baixar o custo final. “A ideia é que no futuro o meu projeto seja aproveitado no setor industrial”.

Caso isso aconteça, não será a primeira vez que um equipamento produzido por alunos da Unisanta será implementado no mercado. A própria Maria Helena conta que já orientou o mestrado de um ex-aluno da Unisanta que desenvolveu uma pesquisa para aperfeiçoar a eficiência de um processo da empresa Dow. “O processo que durava uma semana, passou a ser realizado em 24 horas”, lembra a professora. O aluno em questão é Nelson Kostec, formado na terceira turma de Engenharia Química da Unisanta. Ele é atualmente engenheiro da Companhia.

Sobre o Laboratório – Cerca de 150 módulos educativos projetados no Laboratório de Operações Unitárias da Unisanta já foram adquiridos por conceituadas universidades públicas e particulares, como por exemplo: Instituto Militar de Engenharia, Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal de Brasília, Universidade Federal de Maranhão, Unicamp, entre outras.

Esses equipamentos reproduzem fielmente, diante dos alunos, cada operação necessária para fabricar e/ou transportar um produto, desde petróleo a combustíveis, alimentos, fibras, minérios, até operações complexas como dessalinização da água do mar.

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