Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos formandos concluiu que situação geral dos postes/torres na orla é satisfatória.

As condições encontradas nos postes da orla estão satisfatórias. Poucos postes/torres estão com partes deterioradas, mas sem comprometer as estruturas. Esses necessitam de reparos leves e novas inspeções com intervalos anuais. Essas foram as conclusões do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de formandos de Engenharia Civil da Universidade Santa Cecília (Unisanta), que será entregue nesta terça-feira (12/9), ao secretário de Serviços Públicos de Santos, engenheiro Carlos Alberto Russo, às 9 horas, na rua Assis Correia, 20.

No TCC, os formandos explicam que o ambiente do litoral é naturalmente agressivo para as estruturas de ferro (armaduras) e o concreto, mas não há riscos nos postes examinados, com a manutenção adequada. “A agressão aos postes de concreto armado por carbonatação e íons de cloreto (sal), em regiões litorâneas, é algo muito comum e pode provocar a corrosão das armaduras (estruturas de ferro)”, sustentam Fernanda Pereira Halite Rocha Santos, Jonas Luiz da Silva, Marcelo Regis de Paula Dias e Salvador Romeu de Medeiros, no TCC. Um íon é uma espécie química eletricamente carregada, geralmente um átomo ou molécula que perdeu ou ganhou elétrons.

Os estudantes foram orientados pelos professores Orlando Carlos B. Damin, de Engenharia Civil, e pelo professor doutor Sílvio José Valadão Vicente, do Mestrado em Ecologia e Sustentabilidade da Unisanta. Valadão fez doutorado em Química Analítica na USP e Damin é especialista em patologia da construção.

O cloreto (sal do mar) trazido por respingos de água ou pelo vento e a carbonatação, esta ocasionada pelo CO 2 (gás carbônico), danificam as estruturas de ferro, se o cimento estiver poroso e permitir a infiltração das substâncias nocivas. (A carbonatação é uma reação química entre o CO2 da atmosfera e a presença de umidade.)
“Este fenômeno exige atenção especial, pois, em ambientes marinhos, a atmosfera salinizada encontra-se impregnada por íons cloreto. Estes íons são adsorvidos pelos poros da estrutura e, posteriormente, difundem-se pelo concreto em direção à armadura”, detalham os estudantes.

“A taxa de corrosão das armaduras é acelerada em caso de concreto carbonatado e sujeito à salinidade da atmosfera. O concreto carbonatado reduz o teor crítico de cloreto necessário para que a corrosão ocorra e, quando a armadura é atingida, o poste deverá ser recuperado ou substituído. O fator predominante para que haja carbonatação é a presença de gás carbônico (CO2) no ar”.

A mobilidade iônica do cloreto em estruturas à beira-mar é favorecida pela distância da estrutura em relação à orla marítima, pela velocidade e direção dos ventos, umidade relativa do ar, relação água/cimento utilizada na preparação do concreto, composição do agregado e pelo percentual de aluminato tricálcico presente na pasta de cimento e temperatura.

Análises e pesquisa histórica
Os formandos realizaram inspeções, com preenchimento de fichas de vistorias para postes/torres de concreto e fizeram acervo fotográfico mostrando as patologias existentes. Foram coletadas amostras para determinação, em laboratório, da profundidade de carbonatação e do teor de cloretos.

Os resultados encontrados foram classificados de acordo com os níveis de deterioração estabelecidos pelo boletim 162 do CEB – Comité Euro-International du Béton (1983), pela NBR 6118:2007 e conforme a escala de deterioração de material ou componente apresentada na disciplina de Patologia, verificando se os postes/torres precisam de intervenções imediatas.

Os estudantes apresentara um modelo de ficha de vistoria para levantamento de patologias em postes de concreto e pesquisaram a história da instalação dos postes/torres. Conforme o estudo, na década de 70 foram instaladas as torres no Gonzaga. Na década de 80 os postes foram reformados e colocados em toda a orla de Santos, o que tornou as praias santistas as primeiras do mundo a receber iluminação em toda a sua extensão, segundo a pesquisa.