Adriana Del Monaco de Maria uniu seus conhecimentos de Biologia e Engenharia para desenvolver a prótese em uma impressora 3D.
Com o objetivo de ajudar o próximo através de seu conhecimento, a ex-aluna de Ciências Biológicas da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Adriana Del Monaco de Maria, confeccionou uma prótese passiva de membro superior do Homem de Ferro, personagem dos filmes e quadrinhos publicados pela Marvel Comics, para um menino que nasceu com uma má-formação.
A ideia surgiu enquanto Adriana realizava pesquisas básicas de seu pós-doutorado em órgãos artificiais. Na oportunidade, ela e seu parceiro no projeto, o estudante Júlio Cesar Morais Lautert, conheceram Miguel Angelo, um menino de seis anos que nasceu com uma má-formação no braço esquerdo.
Formada em Biologia na Unisanta em 2008 e em Engenharia de Materiais, com mestrado em Engenharia Genética e experiência no desenvolvimento de órgãos artificiais, ela uniu seu conhecimento em diversas áreas para a criação da prótese. Comprou os equipamentos necessários para a montagem de uma impressora 3D e passou a se dedicar ao novo projeto.
“Eu estava terminando o doutorado, fazendo a Pós-Graduação e estava muito focada no meu projeto de pesquisa básica. Como eu tinha experiência na área de pesquisa em órgãos artificiais, pensei que poderíamos fazer algo pelo Miguel. A ideia de comprar uma impressora 3D foi para tentar fazer uma prótese para o Miguel”, explica Adriana.
A prótese passiva, usada para recuperar a aparência externa de Miguel, foi confeccionada com a utilização de plástico de poliácido láctico (PLA), fios de silicone e elástico de aparelho ortodôntico, entre outros materiais. O modelo do homem de ferro já estava disponível na internet para a utilização não comercial. Adriana e Júlio criaram a prótese em seis meses. O equipamento foi doado a Miguel e possibilitou que ele recuperasse sua autoestima e alguns movimentos com sua utilização. O menino, que antes tinha vergonha de ir à escola, passou a ser a sensação entre seus amigos.
Ao conhecer Miguel, a bióloga enxergou que era possível criar próteses e beneficiar um número maior de pessoas. “Olhando o que mudou na vida do Miguel depois que ele recebeu a prótese e como isso impactou positivamente em sua vida, meu sonho seria estender esse projeto para outras crianças ou até mesmo para outro público e poder ajudar um número maior de pessoas”, afirma.
“Ele sonhou com sua mão de ferro e o Senhor colocou anjos em nossas vidas para que pudessem realizar esse desejo do meu pequeno. Somos gratos à Adriana e ao Júlio, que agora também fazem parte de nossa história. Agora meu filho vai continuar mostrando para o mundo é que é especial, não pela estrutura física, mas sim porque o Senhor habita nele e o torna iluminado, vencendo barreiras e limitações”, disse Viviane Antoniasse, mãe do menino.
Outros projetos – A direção de Saúde da Unisanta e Adriana estão estudando a criação de um curso na área, com docentes de Engenharia e Fisioterapia. Dessa forma, esses e outros projetos poderão ser expandidos e beneficiarão outras pessoas.
“Trabalhamos com o desenvolvimento, e a prótese tem muita coisa para ser melhorada. É uma semente dentro de toda área que envolve a Engenharia Biomédica e a Biomecânica. Unindo profissionais da área de Engenharia e da Saúde, poderíamos criar outros projetos a partir desse”, explica a bióloga.