Método auxiliará engenheiros e síndicos a hierarquizar os problemas verificados em escala, para que sejam tomadas as devidas providências.

Alunos do curso de Engenharia Civil da Universidade Santa Cecília (Unisanta) entregarão, na próxima terça-feira (20), uma cópia do Trabalho de Conclusão de Curso sobre a Metodologia de Inspeção para a Lei Complementar 441/01 ao secretário de Infraestrutura e Edificações de Santos, Eng. Ângelo José da Costa Filho. O encontro será realizado às 10 horas, no 3º andar do Paço Municipal da Cidade.

Com o objetivo de prevenir problemas estruturais nas edificações em Santos, a Lei Complementar Municipal nº 441/01 entrou em vigor no dia 24/4/2002, e institui a autovistoria de prédios, condomínios e demais imóveis não unifamiliares. Para evitar situações de risco, a Lei estabelece a autovistoria preventiva na estrutura das edificações e seus elementos, definidos como fachadas, marquises, beirais e platibandas, além de totens e luminosos que avancem o passeio público. Os períodos para vistoria variam de um a 10 anos, dependendo da idade e do número de pavimentos da edificação.

TCC – O trabalho dos estudantes apresenta uma metodologia de inspeção para a Lei Complementar. Orientados pelo mestre Orlando Carlos B. Damin, os estudantes Guilherme Lucas Costa Teixeira; Jaefferson Batista Lima e Marcelo Nonnato da Silva apresentaram o estudo em junho, e receberam nota nove da banca examinadora.
A partir de uma revisão bibliográfica e um breve histórico das leis de vistoria no Brasil, eles verificaram os pontos positivos, as oportunidades de melhorias e as dificuldades encontradas pelos profissionais na formulação de laudos técnicos.

O grupo apresentou uma análise estatística feita pelo Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia (IBAPE), que apontou as principais falhas em edifícios no estado de São Paulo, sendo 57% dos dados retirados dos laudos feitos em Santos. A análise foi comparada ao levantamento realizado em 47 laudos junto à Prefeitura Municipal.
A partir de formulários desenvolvidos com a finalidade de padronizar a lei de autovistoria, o grupo desenvolveu um método numérico comparado a trabalhos realizados em edificações da Cidade, com idades diferentes, verificando sua funcionalidade na identificação e quantificação das manifestações patológicas. O método auxiliará engenheiros e síndicos a hierarquizar os problemas verificados em escala, para que sejam tomadas as devidas providências.

“Os alunos aplicaram o conceito FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) ou Análise do Tipo e Efeito de Falha, que identifica o risco de danos e apresenta uma hierarquia de intervenção, baseada na severidade, período de ocorrência e probabilidade de detecção do problema. O método gera valores numéricos (escalares) que auxiliam o engenheiro a detectar em qual área, peça ou edificação deve-se iniciar o serviço e a sequência dos trabalhos”, afirma Damin.

Ainda de acordo com o engenheiro, o estudo adequou o método FMEA, muito utilizado em engenharia mecânica, na vistoria de obras civis e de manutenção predial. “Os alunos compararam o método FMEA com outros dois métodos numéricos, já aplicados na engenharia civil, e em dois laudos elaborados por profissionais. Não foram verificadas diferenças significativas nos resultados encontrados pelos outros métodos, ou seja, o método pode ser aplicado sem problemas”, conclui.