Esse é o primeiro passo visando à futura comercialização do produto. A Unisanta estimula a criatividade de professores e alunos em seus laboratórios e orienta-os quanto ao registro de softwares e obtenção de patentes industriais. Já foram registrados no INPI dez programas de computador. Há duas patentes industriais publicadas e seis em processo de sigilo parcial.
Um programa de computador para celular, criado por então alunos de Engenharia Elétrica da Unisanta, que pode facilitar o controle dos gastos de energia, na palma da mão, foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). No aplicativo, o consumidor acompanha instantaneamente o valor a ser cobrado, indicado em reais, conforme o tempo de uso do aparelho.
O aplicativo dos então formandos foi divulgado com destaque na mídia nacional, quando ficou em segundo lugar no Neorama de 2015. (O Neorama – Prêmio Universitário Inovador- é promovido anualmente pela prefeitura e o Parque Tecnológico de Santos).
A revista do INPI publicou o registro do software em janeiro último, restando, agora o reconhecimento (patente de invenção) do dispositivo construído pelos ex-alunos e também apresentado no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O dispositivo é plugado em qualquer tomada, funcionando como um adaptador do tipo benjamim (ou conector elétrico). Após colocar o dispositivo na tomada, é só ligá-lo no aparelho doméstico e as informações são passadas para o aplicativo do celular.
A patente de invenção está em trâmite no INPI “no estado de publicação parcial em sigilo”, explica o coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Unisanta, prof. dr. João Inácio da Silva Filho.
Protótipo inovador
O processo de registro de patentes no INPI é demorado, principalmente para os protótipos. Batizado de Sigecel – Sistema de Gerenciamento de Consumo de Energia Elétrica, o software e o protótipo foram desenvolvidos pelos então formandos Carlos da Silva, Erivaldo Carlos da Silva, Ricardo Silva Rocha e Vladimir Lima Júnior, com orientação do professor MSc. Alexandre Shozo Onuki.
Carlos trabalha no setor elétrico da CPFL, Ricardo na Petrobras, Erivaldo na Copebras e Vladimir tem uma empresa na área. Os quatro gostaram muito do curso de Engenharia Elétrica da Unisanta, que é bem difícil, mas permite aprender muito, dizem. Assim que puderem, farão um Mestrado de Engenharia, e prosseguirão nas pesquisas, mas elas dependem de investimentos.
Os engenheiros explicam que dispositivos similares são encontrados no mercado, mas não com essa inovação: o envio das informações de consumo via Bluetooth, que é um sistema de troca de dados entre dispositivos através de frequência de rádio. Basta colocar o dispositivo entre a tomada e o aparelho a ser usado, para começar a visualizar, no celular, o quanto se está gastando em reais, sem a necessidade de se fazer cálculos. Dessa forma, o consumidor acompanha instantaneamente o valor a ser cobrado, indicado em reais, conforme o tempo de uso do aparelho.
O aplicativo oferece subsídios ao usuário para reduzir o valor da sua fatura mensal, através de gráficos, relatórios de tendência e alarmes. Pode mostrar a necessidade de manutenções preventivas, corretivas e/ou substituição dos equipamentos monitorados, explicam os engenheiros.
Citam outras razões que tornam interessante um controle do consumo: a maior incidência da cobrança de energia elétrica pela bandeira vermelha (tarifa mais alta do quilowatt-hora kWh consumido, nas épocas críticas de abastecimento), e a maior oferta e procura de produtos eletroeletrônicos. O aplicativo mostra o custo do consumo de energia dos aparelhos quando ficam ligados durante o período de uma hora, um dia, por semana e ao mês. O usuário pode selecionar no aplicativo o tipo de bandeira vigente no momento (verde, amarela ou vermelha).
O dispositivo do tipo Sigecel é colocado na tomada de casa e funciona como um benjamim, no qual é ligado o aparelho em que se deseja medir o consumo. Os engenheiros calculam que o aparelho, no mercado, custaria cerca de R$ 40,00 (quarenta reais). Com mais de um dispositivo dispostos em uma extensão, é possível plugar vários aparelhos domésticos e controlar o consumo ao mesmo tempo deles, explicam os engenheiros. Os então formandos construíram dois dispositivos para o TCC: um didático e outro para ser comercializado.
Apoio aos pesquisadores
O Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Unisanta oferece apoio aos seus pesquisadores (alunos e professores), visando à elaboração de patentes de invenção e registros de softwares relacionados aos trabalhos desenvolvidos em seus laboratórios.
Da Unisanta, já foram registradas no NPI dez patentes de Programa de Computador e publicadas duas Patentes de Invenção. Uma se refere a um Sistema de Análise Paraconsistente, e a outra, a uma pá-coletora de lixo ergonômica.
Uma dos objetivos do Núcleo é “uma resposta à conscientização de que as invenções devem ser criadas e disponibilizadas para todos, em benefício da sociedade”, explica o coordenador do NIT.
Patente consiste em um título de propriedade sobre uma invenção, concedido pelo Estado, aos inventores, ou autores, ou outras pessoas físicas ou jurídicas responsáveis e, por esse motivo, detentoras de direitos exclusivos de exploração sobre criação.
A Patente de Invenção (PI) é concedida a produtos ou processos absolutamente novos e originais, que não decorram da melhoria em processos ou produtos já existentes. Enquadram-se nesse tipo as composições químicas, processos industriais, misturas alimentícias, equipamentos (novos), etc. Sua validade é de 20 anos contados do depósito.
Há também a Patente de Modelo de Utilidade (MU), referente a objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. São aperfeiçoamentos em móveis, utensílios, ferramentas, etc. Sua validade é de quinze anos contados do depósito.
O NIT-Unisanta está localizado na Rua Cesário Mota, 8, sala 84a bloco F.