Camisa 10 fez quatro gols e só faltou pedir música. Fefis não soube perder e teve três expulsões, inclusive do técnico.

Clássico, tradição, tabu, tricampeonato, rivalidade… Foram vários os ingredientes que fizeram de Fefesp Unisanta 5×1 Fefis Unimes um jogo digno de uma final. Mas nenhum ingrediente foi tão importante quanto a Maria Michele, craque da Fefesp. Foram quatro gols (três golaços) e uma brilhante atuação ao lado de Natália, também da Fefesp, e Rafaela, estrela solitária da Fefis.

A partida foi decidida ainda no primeiro tempo. Com menos de cinco minutos, a camisa 10 abriu o placar com um chute certeiro no canto direito da goleira Thamires. Do meio da quadra, a atleta dominou e arriscou dali mesmo, um chute tão certeiro como se ela tivesse colocado com a mão.

A resposta veio no lance seguinte. Lorena disparou pela esquerda e arriscou de canhota. A bola desviou na adversária e enganou a goleira ceciliana. Com a igualdade no placar e muita sede de vitória provocada pela tradicional rivalidade entre as equipes, a partida foi decidida nos detalhes. E como não falar de detalhe sem falar de Fefesp?.. E como não falar de Fefesp sem falar de Maria Michele?!

Em outro golaço, a habilidosa jogadora partiu com a bola dominada, tabelou com a camisa 7, Natália, e acertou o ângulo direito de Thamires. O tento deixou as meninas da Fefis com os nervos à flor da pele. Isso ficou muito claro quando uma de suas defensoras (que não era a goleira) cometeu um pênalti ao disputar uma bola aérea com a mão. Na cobrança, Natália bateu forte no ângulo.

O gol inspirou ainda mais a Fefesp, que apresentava futebol envolvente, digno de um jogo de futebol profissional. Àquela altura, a partida não demonstrava mais o equilíbrio que caracterizou o início do clássico. Nem a ex-atleta do Santos F.C. e camisa 10 Rafaela conseguiu fazer com que o time esboçasse alguma reação. Ciente disso, a equipe da Unisanta procurou aproveitar o momento e partiu ainda mais para cima.

Alguns poucos minutos depois, Maria Michele (sempre ela!) decidiu o jogo. Se seus dois primeiros gols foram golaços, o que veio em seguida pode ser chamado de “obra-prima”. Em um momento em que a Fefesp “bombardeava” a defesa adversária, Thamires espalmou um chute de Natália e, adivinhem, a bola veio em direção à craque da Fefesp. Sem deixá-la cair, Maria acertou um lindo voleio que fulminou as redes de Thamires.

O segundo tempo foi marcado por um futebol mais aguerrido, ou melhor, guerreado. A goleira Thamires, assim como sua xará de nome e posição, da Fefesp, foi expulsa. Descontente com uma falta que resultou na expulsão de Camila Freitas, da Fefis, seu treinador começou a fazer um escândalo. O “show” também lhe rendeu uma expulsão. Ele ainda quis voltar à quadra nos minutos finais e causou uma bagunça generalizada.

Já que as adversárias não queriam mais jogar o futebol propriamente dito, Maria Michele decidiu finalizar o confronto que já estava finalizado desde o intervalo. A craque aproveitou mais uma chance e “fechou o caixão” no Poliesportivo. O apito final definiu duas coisas. A primeira é que futebol se joga com os pés e não com as mãos, seja pra brigar ou cometer um pênalti. A segunda foi que a Fefesp é a atual tricampeã seguida da modalidade. E com méritos.

Por Rafael Moreira