Thais da Ressurreição fez experiência com alunos de escola da Vila Pantanal, em Santos, sobre o Rio Lenheiros, fortemente poluído por esgotos domésticos. Ela apresentou sua dissertação nesta quinta-feira (19/2).
O processo de educação ambiental feito de modo predominantemente prático funciona mais do que se for teórico. A conclusão é da bióloga e professora Thaís da Ressurreição, que apresentou, no dia 19/12, sua dissertação de mestrado em Ecologia, no Consistório da Universidade Santa Cecília.
A experiência foi feita com alunos da Escola Estadual Bartolomeu de Gusmão, que funciona nas proximidades do Rio Lenheiros, na Vila Pantanal, em Santos. De julho de 2011 até fevereiro de 2012, Thaís conscientizou os estudantes sobre a poluição do rio, que recebe esgotos domésticos.
“Um grupo de 45 alunos foi submetido à avaliação da percepção ambiental sobre a qualidade desse corpo d´água a partir da análise de questionário sobre o ambiente de estudo, antes da realização das coletas e após as análises de água”, explica Thaís.
Dez alunos deram prosseguimento a atividades de Educação Ambiental e realizaram outras atividades práticas, com novas análises da água do rio, além de uma caracterização da flora ficológica (relativa às algas) e de plantas aquáticas da borda do curso d´água, que tem cerca de 3 quilômetros.
Os resultados da qualidade da água, especificamente na região central do canal do Rio Lenheiros, “onde são encontradas submoradias de um abairramento não autorizado, apresentou alta concentração de amônia tóxica, baixa concentração de oxigênio e pH ácido, que mostra indícios de ambiente contaminado por esgoto doméstico”.
“Verificou-se uma grande sensibilização dos alunos participantes, que acompanharam todas as etapas do processo de educação ambiental. Esta sensibilização esteve relacionada às atividades práticas. As análises mostraram a contaminação vinculada às atividades humanas e à favelização da comunidade que cerca o rio.
“Constatamos no estudo que a Educação Ambiental, apenas como transferência de informação para alunos que não participaram intensamente das atividades de campo, trouxe benefícios relativamente menos perceptíveis para a disseminação do conceito de preservação.
Conclusão da bióloga: a educação ambiental, se for dada de modo predominantemente prático, atingirá o público alvo de forma mais efetiva e contribuirá para que os moradores próximos se tornem protagonistas de ações viáveis às mudanças na condição ambiental do lugar.
Título da pesquisa: Agenda 21: Sustentabilidade e Educação Ambiental na EE. Padre Bartolomeu de Gusmão, um estudo de caso sobre o Rio Lenheiros – Vila Pantanal, Santos- SP. Os orientadores do mestrado foram os professores doutores Fabio Giordano e Mariana Clauzet.