O Curso de Mestrado em Ecologia e Sistemas Costeiros da Universidade Santa Cecília (Unisanta) veio em boa ora, tem uma importância muito grande para o País, pois é um dos poucos com a proposta de amplo diagnóstico dos recursos naturais do Litoral, e poderá prever uma base científica para a gestão desses recursos. A opinião é do prof. dr. José Galizia Tundisi, presidente honorário do Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental (IIEGA), durante a Aula Magna do Mestrado, na tarde desta terça-feira (15/3), no auditório do Bloco E da Unisanta.

O tema da palestra foi Conservação, Recuperação e Exploração de Ambientes Costeiros e Marinhos: bases científicas para a sustentabilidade. Afirmou Tundisi que regiões costeiras como a Baixada Santista possuem uma interface entre o continente e o oceano, e que no Brasil grande parte da população se concentra na costa. Os estuários são zonas altamente impactadas pela ocupação humana, razão pela qual é necessário fazer um diagnóstico correto dos problemas encontrados e oferecer sugestões aos gestores.

O dr. Galízia Tundisi é um dos maiores especialista em água doce do mundo. Consultor de mais de 40 países, é autor de estudos científicos e alertas sobre a escassez de água potável, devido ao desperdício e contaminação. Nos próximos dias 22 e 23 de março, na reunião dos países do Grupo G-8, ele apresentará um dossiê sobre o tema, alertando sobre os perigos de contaminação por despejos domésticos e industriais, pela mineração, pesticidas e medicamentos como remédios, hormônio e anabolizantes.

O Brasil não foge muito aos padrões da África e de países da América do Sul quanto ao tratamento da água, segundo informou. Menciona estudos que prevêem redução de 30% de água em algumas regiões, especialmente no Sudeste brasileiro. Apesar de o Brasil possuir entre 12 e 16% da água doce da superfície do planeta, o País sofre com a distribuição irregular, a poluição e o desperdício.

Há 2 mil anos, a população mundial correspondia a 3% da atual, enquanto a disponibilidade da água permanece a mesma, lembra Tundisi. Além da escassez, há o problema das águas contaminadas, que exigem custos altos para sua recuperação. Enquanto em uma zona sem impactos contaminantes o tratamento de mil metros quadrados de água custa apenas dois reais, em regiões altamente impactadas essa despesa vai para R$ 500,00.

Maturação acadêmica – A importância do Mestrado em Ecologia foi mencionada pela Reitora da Unisanta, Sílvia Ângela Teixeira Penteado. O curso representa a “maturação acadêmica e científica da Instituição”, uma ponte com a ciência, um compromisso que envolverá os alunos em uma rede extensa de parcerias já existentes e outras futuras com organismos nacionais e internacionais, preocupadas com a sustentabilidade.
A Diretora-Presidente, Lúcia Maria Teixeira Furlani, lembrou que a Unisanta foi pioneira no País ao introduzir a disciplina de Ecologia em curso de Graduação, antes de haver a conscientização que existe hoje. Com o Mestrado em Ecologia, a Unisanta incrementará pesquisas importantes em um momento de desequilíbrio ambiental e humano.
O Mestrado em Ecologia e Sistemas Costeiros da Unisanta terá as seguintes linhas de pesquisa, conforme explicou o Prof. Dr. Marcus Tadeu, coordenador de Cursos Stricto Sensu da Unisanta: Gestão costeira; Biogeoquímica ambiental; Manejo e conservação de recursos pesqueiros; Respostas da vegetação costeira a impactos ambientais; Caracterização e usos da vegetação de ambientes costeiros; Estudos ecotoxicológicos como indicadores de qualidade ambiental; Ecologia humana, etnoecologia e conservação de recursos naturais.
O tema da Aula Magna faz parte do projeto pedagógico da 1ª turma do Curso de Mestrado em Ecologia da Unisanta, coordenado pelo professor Augusto Cesar, Doutor em Ciências Biológicas pela Universidad de Murcia e Pós-Doutor em Ecologia de Ecossistemas pela Universidad de Cádiz – Espanha.
Tundisi é mestre em Oceanografia pela University of Southampton (Inglaterra) e doutor em Ciências Biológicas pela USP. Tem 29 livros publicados e dois no prelo. Foi presidente do CNPq – Brasil (1995-1999) e presidente do projeto Institutos do Milênio. Tem 320 trabalhos científicos publicados e prêmios no Brasil no exterior.
Além do Mestrado em Ecologia, a Unisanta está com inscrições abertas também para o Mestrado em Engenharia Mecânica, reforçando a tradição de 40 anos de ensino de Engenharia. A criação desses cursos foi recomendada oficialmente pela CAPES/MEC.
Informações podem ser obtidas pelo telefone (13) 3202-7100, ramal 304 ou pelo email strictosensu@unisanta.br. Inscrições: http://www.unisanta.br/mestrados
Em 15/2/2011 – Assecom – assecom@unisanta.br