Um acervo de obras de arte de valor inestimável, do pintor, ceramista, escultor, desenhista, gravador e professor Armando Moral Sendín passará a fazer parte de uma exposição permanente a ser instalada na Chancelaria da Universidade Santa Cecília – Unisanta.
A doação de 37 pinturas em óleo sobre tela e guache sobre papel foi oficializada na manhã desta sexta-feira (19), durante assinatura de escritura no 7º Tabelião de Notas de Santos. O ato contou com a presença do artista plástico, sua esposa Rosa e da reitora da Unisanta, Sílvia Teixeira Penteado.

Aos 89 anos, o carioca Sendín resolveu perpetuar sua arte produzida com técnicas que ele trouxe da Europa e outras, de criação própria. O carinho pela cidade de Santos, onde passou a infância e tem lembranças especiais do período em que estudou na tradicional escola Barnabé, levou-o a escolher o município do litoral paulista como local para abrigar seus quadros.

Por manter laços de amizade e consideração pela família Teixeira, especialmente por seu fundador Milton Teixeira, e reconhecer a Unisanta como difusora da educação, da arte e da cultura, Sendín resolveu doar parte de suas obras à Instituição.
“Das exposições que participei pelo mundo, em lugares como Nova York, Paris, Madri, Mônaco e Tóquio, sempre guardei três ou quatro obras. As pinturas são únicas, revelou.

Pinacoteca – A Unisanta não será a única instituição beneficiada com a doação de obras de Sendín. A Pinacoteca Benedito Calixto, em Santos, receberá 127 pinturas em óleo sobre tela e guaches, além de 51 peças em cerâmica, algumas com a primorosa técnica europeia dos reflexos metálicos. A técnica consiste na introdução de fumaça durante o processo de queima das peças de argila, de modo a reduzir os óxidos das tintas, criando um efeito de metalização de cor dourada, prata, ferrugem.

Na oportunidade, a reitora da Unisanta representou também a Pinacoteca, da qual ocupa a função de vice-presidente.

Biografia
Armando Moral Sendin dedica boa parte de sua vida a estudos: cursa a Escola de Belas Artes de Priego na Espanha (por volta de 1940); filosofia na Universidade de São Paulo (1945 a 1949); especialização em estética, com Bogumil Jasinowsky, na Universidade do Chile (1950); e, como bolsista do governo francês, estética na Sorbonne, com mestre Souriau (1950 a 1953).

Durante suas viagens, trabalha com Gensoli na Manufatura Nacional de Sevres, França, e desenvolve pesquisas com o ceramista Zuloaga e técnicas de cerâmica de origem oriental com Guardiola e com Gonzalez-Marti, na Espanha. Entre 1954 e 1964, dá cursos de pintura, cerâmica, escultura e desenho em seu estúdio, em São Paulo. Nessa mesma cidade, realiza sua primeira mostra individual, no Clube dos Artistas em 1960. Em 1965, publica um livro didático intitulado Cerâmica Artística. Na década de 80, recebe o Prêmio Ribeiro Couto como destaque do ano em Artes Plásticas (1982). Fonte: site Enciclopédia Itaú Cultural.