Seminário Santos Criativa – Outros Olhares para a Cidade debateu Economia Criativa em Santos

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por SantaPortal 

Aconteceu na noite de ontem (23/6) o seminário virtual ‘’Santos Criativa – Outros olhares para a Cidade’’, promovido pela Unisanta e pelo Sistema Santa Cecília de Comunicação. O evento tem como objetivo mostrar o trabalho social e o desenvolvimento econômico do setor criativo em Santos, por meio de debates que contaram com a presença de autoridades e profissionais da área. O debate, que teve cerca de 2000 visualizações, ainda pode ser acessado pelo canal do YouTube da Unisanta e do Santaportal.

A cidade de Santos foi escolhida para sediar o 14º Encontro Anual de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que acontece pela primeira vez na América Latina. Previsto inicialmente para julho de 2020, o encontro foi adiado para data a ser definida, devido à pandemia. No entanto, em virtude da importância dessa discussão internacional, tendo a cidade de Santos como protagonista, foi realizado o Seminário “Santos Criativa – Outros olhares para a Cidade”.

O objetivo foi discutir como a cultura, a criatividade e o conceito de Economia Criativa podem auxiliar na busca de soluções para os problemas atuais, o que inclui um novo olhar sobre os modos de produção econômica, relacionados com o capital intelectual.

 

Abertura –  Participaram da abertura oficial do encontro o secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, a presidente da Unisanta, Dra. Lúcia Teixeira, a reitora da Unisanta, Dra. Sílvia Teixeira Penteado, o pró-reitor administrativo e presidente do Sistema Santa Cecília de Comunicação, Dr. Marcelo Teixeira, o diretor-geral do Sistema Santa Cecília de Comunicação, Marcelo Teixeira Filho, a embaixadora Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil, a diretora do Departamento de Inteligência Mercadológica e Competitiva do Ministério do Turismo, Nicole Ferreira Facuri, o gerente do Sebrae Baixada Santista, Marco Aurélio Rosas, e o secretário de Cultura de Santos, Rafael Leal.

Lúcia Teixeira, presidente da Unisanta, iniciou sua saudação agradecendo os esforços de todos para a realização do evento. “Estamos nessa convergência virtual e criativa. Nunca se fez tanto. Mesmo isolados, a economia criativa está acontecendo. Que o desenvolvimento sustentável construa um novo Brasil”.

Silvia Teixeira Penteado, reitora da Unisanta, comentou sobre o potencial da área. “Temos um PIB criativo três vezes maior do que o PIB brasileiro. Que isso possa resultar em transformação e sobrevivência em um mundo mais sustentável. Se você dispõe de uma ideia, mantenha essa semente de uma forma fértil para que possa gerar um negócio e mais posições para o Brasil”.

Marcelo Teixeira, pró-reitor administrativo da Unisanta e presidente do Sistema Santa Cecília de Comunicação, comentou a respeito do futuro que a economia criativa propicia para as novas gerações. “Levamos vozes de esperança, otimismo, construímos um mundo mais fraterno, com motivos e bênçãos para espalhar para Santos, o Brasil e o mundo. Santos tem uma tradição calcada em tantas áreas, trazendo a educação para despertar o talento dos jovens para que eles encontrem o seu caminho em busca de um mundo mais fraterno”.

Marcelo Teixeira Filho, diretor-geral do Sistema Santa Cecília de Comunicação, fez uma saudação a todos. “Estamos muito felizes em realizar este evento e agradecemos a todos os participantes”.

Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado, lembrou a importância da arte neste momento de pandemia. “As pessoas estão consumindo mais experiência e conteúdos culturais criativos. Neste momento de pandemia, isso aumenta. A arte tem sido um fator importantíssimo para que as pessoas levem esse período de isolamento social. É um orgulho passar esta mensagem de valorização da arte, da cultura, da economia criativa. É um setor de impacto imenso”, afirma.

Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos, valorizou o grande momento que o evento propicia para a economia criativa e a Cidade. “É muito importante essa discussão e é fundamental que todos estejam envolvidos”.

Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil, comentou a respeito da vocação do Brasil para a economia criativa. “Estamos desafiados a repensar o mundo pós-pandemia. O Brasil é um país no qual a diversidade criadora é um exemplo para o mundo. As cidades têm um papel fundamental, em especial na cadeia da economia criativa”.

Nicole Ferreira Facuri, diretora do Departamento de Inteligência Mercadológica e Competitiva do Ministério do Turismo, falou sobre a convergência de atividades e a importância da área para o futuro. “Quando conseguirmos trabalhar de forma mais próxima e convergente, todos vão ganhar com isso. A economia criativa tem um potencial enorme de contribuir com a retomada econômica do País”.

Sobre o debate – A primeira mesa-redonda foi ‘’Outros olhares para a Cidade’’, mediada pelo jornalista Gustavo Klein. Flávia Saad, realizadora de eventos de economia criativa com o Juicy Santos, criado há 9 anos, e ganhadora do prêmio Brasil Criativo com o Juicy Bazar, começou expondo sua experiência com portal, eventos e produtos afetivos. “O consumidor está vivendo um momento diferente. Alternativas estão surgindo. A crise trouxe oportunidade para o santista, para o empreendedor olhar mais de perto quais os problemas que a gente resolve. A economia criativa, para mim, tem que resolver uma dor e um problema. Santos está trilhando um caminho de fazer com que a população reconheça esta economia criativa”, comentou. “Falta apenas um pouco de união, pois todas as áreas estão interligadas. Sou otimista. Este ano ainda não acabou”, emenda.

Na sequência, Rogério Santos, professor universitário e ex-secretário municipal de Governo de Santos, responsável pela pasta de Economia Criativa na prefeitura da Cidade, falou sobre a vocação audiovisual da Cidade, que tem um selo de Cidade Criativa outorgado pela Unesco, além da criação de Vilas Criativas e está prestes a inaugurar um Parque Tecnológico para as mais variadas ideias. “As políticas públicas devem investir na igualdade social e na geração de renda. Santos poderia ser criativa em qualquer área, mas acabou escolhendo o audiovisual”, afirmou, lembrando a importância da Vila Criativa On-Line nestes tempos de pandemia do novo coronavírus e, em outro aspecto, a revitalização urbana que a economia criativa propicia. “Defendemos nosso capital humano, mas Santos é uma cidade de braços abertos para o Oceano Atlântico. O bairrismo é fundamental porque a cidade precisa acreditar. Eu, que sou santista, se eu não acreditar, quem vai acreditar?”

José Carlos Aronchi, Doutor em Ciências da Comunicação e fundador da 2Ci – consultoria de conteúdo capacitação inovação na economia criativa, forneceu um panorama geral a respeito do assunto. “A economia criativa é importante na indústria, comércio e serviços. A economia criativa é tecnologia. Tecnologia é tendência. E quando falamos de tendência, estamos falando de pesquisa. A universidade entra nisso, com políticas e parcerias”, sintetiza. “Quando você integra a economia criativa com as outras atividades da cidade, aí sim você pode pegar de vez o selo de Cidade Criativa. É necessário sempre atrair os criativos. Santos tem a investir muito mais se investir nesse símbolo de Cidade Criativa”.

O jornalista e mediador Gustavo Klein sintetizou a representatividade do debate. “Foi um debate de alto nível, que mostrou os caminhos que a cidade pode seguir para se tornar ainda mais criativa”.

Cenário das cidades brasileiras no enfrentamento da pandemia pela economia criativa
A segunda mesa aconteceu na sequência, mediada pela responsável e ponto focal da Unesco do Programa Cidades Criativas em Santos, Selley Storino. Ela conduziu uma conversa com o tema: “O cenário das cidades brasileiras no enfrentamento da pandemia pela economia criativa”.

Nicole Ferreira Facuri, diretora do Departamento de Inteligência Mercadológica e Competitiva do Ministério do Turismo, falou sobre como trabalhar a área do turismo em conjunto com a economia criativa. “É fundamental que sejam áreas unidas para que as cidades criativas e destinos inteligentes sejam valorizados. Turismo de experiência, por exemplo, é uma tendência muito forte e tende a aumentar. Temos projetos para isso, assim como de outros tipos”.

A primeira cidade criativa a ser chamada foi Belo Horizonte, capital de Minas Gerais e incluída nessa lista no ano passado, com Gabriel Portela, secretário adjunto de Cultura da capital mineira. “Readaptamos vários projetos para forma on-line e, em paralelo, segue sendo fundamental o diálogo com várias outras áreas da cultura, o que o setor vinha sentindo e sofrendo. Hoje temos um comitê para a retomada da economia e da cultura para que, juntos, possamos propor protocolos para isso”, conta. “Temos readaptado nossos editais, pensando em um novo contexto”, emenda.

Anita Pires, representante de Florianópolis, capital de Santa Catarina, lembra que as cidades que tiverem economia criativa vão chegar na frente na retomada econômica. “Temos o turismo, envolvendo a gastronomia e a tecnologia. O turismo, principalmente o de eventos, vai ser o último a ser reconquistado. O doméstico, não. Na área de tecnologia, temos 30 mil trabalhadores de 1.000 empresas. Trinta por cento dessas empresas foram prejudicadas”, descreve.

Marianne Góes, representante de João Pessoa, capital da Paraíba, falou a respeito de pesquisas que estão sendo realizadas no município que tratam das vocações da cidade, passando a palavra a Eduardo Barroso, coordenador do Labin de João Pessoa. “Cada vez mais quem visita as cidades quer um produto daquele lugar”, lembra Barroso.

Alberto Dias Gadanha Júnior, representante de Fortaleza, capital do Ceará, comentou sobre as ações da cidade na área do design, com atualização constante dos profissionais e do mercado, além dos laboratórios de inovação e do aspecto musical. “O maior uso das ferramentas digitais que está acontecendo é importantíssimo para o momento que vivemos”, afirma.

Soraya Pimentel Pessino da Rocha, representante e gerente de relações internacionais da Prefeitura de Salvador, capital da Bahia, falou que estão acontecendo reuniões para a gradual reabertura dos espaços públicos, com a participação da sociedade civil e representantes de diversos segmentos. “Salvador recebe o mundo inteiro e temos o turismo como fonte forte da economia: o turismo musical, com o Carnaval, por exemplo, além de festivais na cidade. Por isso, é muito preocupante o momento, mas a cidade está se preparando”.

Guilherme Zuchetti, representante e assessor de relações internacionais da Prefeitura de Curitiba, capital do Paraná, falou a respeito de, por exemplo, a capacitação dos que ficam na tradicional feira de artesanato no Largo da Ordem, além de um site para que os clientes possam contatar os produtores de arte, dentre outras iniciativas para diversas áreas, como cultura e educação.

Tadeu Melchiades, representante de Paraty, no Rio de Janeiro, lembra o baque sofrido pelo turismo natural e histórico da cidade em razão da pandemia. Por outro lado, foram valorizados projetos de economia criativa em forma de consultorias, por exemplo, e iniciativas ligadas à gastronomia. “Nossa ideia é proporcionar que novas iniciativas surjam e deixem legado para a cidade”, resume.

Rodrigo Cotta, subsecretário de Produtos e Políticas do Turismo da Secretaria de Turismo do Distrito Federal, contou a respeito das etapas de ajuda e valorização do trabalho de todos os envolvidos na economia criativa e da cultura, além do turismo. “Repaginamos alguns serviços turísticos em nome desse novo normal, assim como fazemos monitoramento com o Brasil inteiro em relação ao que acontece no turismo e na economia criativa, mostrando que Brasília é um destino seguro”.

Raquel Pellegrini, secretária adjunta de Cultura de Santos, encerrou as apresentações falando sobre as iniciativas ligadas ao artesanato, às apresentações on-line de todos os setores culturais, além de aulas para formação adaptadas ao mesmo formato. Vídeos de artistas locais e lives solidárias para veiculação na internet também estão entre as ações. “Existe um movimento do audiovisual da Baixada Santista com sessões de filmes realizados por eles via Facebook e bate-papos sobre o presente e o futuro da área, além do Projeto Querô, que também não parou e segue on-line, e a preocupação com os protocolos sanitários”, explica a secretária. “Que a gente abrace essa condição cada vez mais e construa um Brasil solidário. Que neste momento boas energias sejam emanadas”, emenda.

Selley Storino, ponto focal da Unesco do Programa Cidades Criativas em Santos e mediadora, lembrou a cooperação como palavra fundamental e agradeceu a todos os participantes.