A Universidade Santa Cecília e o Museu do Café promovem, de 16/6 a 18/7, a mostra Santos e Pagu, baseada no livro VIVA PAGU – Fotobiografia de Patrícia Galvão, da escritora e presidente da Unisanta, Lúcia Maria Teixeira Furlani, e Geraldo Galvão Ferraz. A mostra relaciona a obra e a vida de Patrícia Galvão (Pagu) com histórias vividas por ela na cidade.
Ao contrário do que é divulgado, Lúcia mostra, em seu livro e na exposição, que a relação de Pagu com a cidade não ocorre apenas no fim da vida, quando passa a morar em Santos, de 1954 a 1962, ano de sua morte.

No livro, em que abre um capítulo exclusivo para mostrar essa relação, e na mostra, aparece Pagu em diversas situações: no mar, desde a adolescência, realizando travessias do canal a nado e em Santos, passando férias em família, entre outros momentos. .

São focalizados dias românticos, “em que o ‘par ímpar’ Pagu – Oswald de Andrade vive em pensão no bairro do Gonzaga, em 1929, na sua lua de mel. Pagu havia casado com o pintor Belisario, apenas para sair de casa, e troca de noivo na estrada para Santos”.

A presença do porto de Santos, do café, com as transformações e melhorias do porto cidade aparecem como decisivas. “Desse porto ela sempre parte e sempre volta. A importância da cidade libertária para sua militância política, por intermédio da figura do sindicalista Herculano, e para sua militância cultural, como grande caldeirão de cultura, é documentada no livro e na mostra”, afirma Lúcia.

Aparecem as casas onde vive na cidade – no Boqueirão, na Ponta da Praia, na Ilha das Palmas, no Centro, na Avenida Washigton Luiz -, os lugares e bares que frequenta, e o jornal A Tribuna, onde ela e Geraldo Ferraz trabalham. “Do mesmo modo, os moradores santistas, tanto pessoas simples, que acabam virando personagens de livro de Oswald , de crônicas e poesias de Patrícia, assim como jornalistas, intelectuais e a boemia santista”.

Presença da Cidade – Em seu primeiro romance proletário, Parque Industrial, um capítulo é inspirado no comício do qual participa na Praça da República (é a primeira presa política no Brasil). No segundo romance, “que é o contrário do primeiro, pois revela a desilusão com o Partido e denuncia seu totalitarismo”, o capítulo de abertura é escrito em Santos.

São apresentados na mostra os manuscritos de Parque Industrial, e a peça de teatro que Patrícia escreveu, baseada nesse livro. Do segundo romance, um exemplar ilustrado pelo artista Cícero Dias é uma outra preciosidade do acervo de Lúcia.

Artistas de Santos

Paralelamente, convidados por Lúcia e pelo artista plástico Gilson de Mello Barros, 27 artistas de Santos realizam, no mesmo local e data, a exposição “Olhos de Fazer Doer. O Sagrado Oculto”. São eles: Ana Akaui (Transparências) , Beatriz Rota Rossi (Técnica mista), Biga Appes (Fotografia), Chico Melo (Ensamblagem), Cid Maia (Técnica mista), Denis Maricato (Lápis sobre papel), Eber de Góis (Acrílico sobre tela), Elaine Porta (Acrílico sobre tela), Elver Savietto (Ensamblagem), Emílio Camanho (Manipulação fotográfica), Érika Karnauchovas (Ensamblagem com lupa), Eymar Ribeiro (Manipulação fotográfica), Fábio Moura (Técnica mista), Gilda Figueiredo (Desenho sobre papel), Idelfonso Torres (Acrílico sobre papel), Isilda Nunes (Ensamblagem / látex), Kadu Veríssimo (Ensamblagem), Luis Otávio Pinheiro (Ensamblagem), Lukas Campos (Técnica mista), Márcia Santos (Gravura), Mauriomar Cid (Ensamblagem), Sandra Santos (Fotografia), Sibelly de Faria (Ensamblagem – Fotografia), Sonia Paul (Trama), Valério da Luz (Técnica mista).

O Museu do Café fica na Rua XV de Novembro, 95. Mais informações pelo site www.pagu.com.br ou www.twitter.com/100anosdepagu