Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto, as atletas que representam o Brasil na prova feminina de Maratonas Aquáticas, nadam em busca da medalha olímpica na próxima segunda-feira (15), às 9 h da manhã na praia de Copacabana. Com chances reais de medalhas, inclusive já divulgadas pelas principais agências internacionais de notícias, as supercampeãs mundiais lutam pelo único título que falta em seus currículos: o de campeã olímpica.

Ana e Poliana conquistaram a vaga para as Olimpíadas Rio 2016 no Mundial de Esportes Aquáticos de Kazan, na Rússia, em julho de 2015. Na prova classificatória de 10 km, Ana Marcela foi bronze e Poliana chegou na sexta posição. As dez primeiras colocadas se classificavam.

Em provas distintas, largam 25 atletas no masculino e 25 no feminino, os atletas devem contornar boias que demarcam o percurso, que deve ter no mínimo 1,40 m de profundidade. Participam 29 países e 51 atletas. Allan do Carmo é representante do Brasil na prova do masculino, as ser realizada no dia 16, no mesmo horário e local.

Não faz muito tempo que a maratona aquática estreou nos Jogos Olímpicos. Foi na edição de Pequim, em 2008, que Ana Marcela Cunha, com 16 anos, e Poliana Okimoto, aos 25, inauguraram a modalidade na competição. As brasileiras ficaram com a quinta (Ana Marcela) e sétima posição (Poliana). Na oportunidade venceram o holandês Maarten van der Weijden, no masculino, e a russa Larisa Ilchenko, no feminino.

Quatro anos depois, em Londres, quem subiu ao lugar mais alto do pódio entre os homens foi Oussama Mellouli, da Tunísia, e entre as mulheres, brilhou a húngara Eva Risztov. Poliana teve que abandonar a prova após sofrer uma hipotermia e Ana Marcela não se classificou para esta edição dos Jogos.

Marcelo Teixeira, Pró-Reitor da Unisanta, ressaltou o fato de que o Brasil, anteriormente, nunca teve mulheres medalhistas na modalidade aquática, em Olimpíada. “É um objetivo audacioso e está muito perto de ser alcançado.

Tivemos na etapa importante em Abu Dabi, que reuniu oito das dez atletas que estarão nas olimpíadas, e o pódio foi praticamente todo brasileiro. Então, é uma expectativa muito positiva. As duas estão muito determinadas, a estrutura está voltada para que haja uma preparação adequada e elas cheguem muito bem nas provas no Rio. Acredito que os passos e as braçadas que estamos dando sejam muito firmes e decisivas para que os objetivos sejam alcançados”.

Lembrou que a maratona aquática foi oficializada recentemente e, com isso, o Brasil vai fazer história. “São medalhas inéditas para o Brasil, mas os outros países também querem alcançar esse objetivo. Todas têm um nível muito forte e automaticamente brigarão por esta disputa. Mas eu acho que as brasileiras, e principalmente as cecilianas, estão muito próximas de alcançar essa meta”.

“Se eu pudesse, eu dividiria a medalha de ouro no meio, entre uma e a outra. Infelizmente não podemos. Já que não podemos, dos três lugares no pódio, dois deles têm que ser nossos”.

Para Poliana Okimoto, esta é sem dúvida uma olimpíada especial para todos os brasileiros. “Estou indo para minha terceira Olimpíada e cada participação é diferente, a mentalidade é diferente e eu acho que isso é que torna esse momento tão especial”.

A atleta completa ainda dizendo que, sendo os Jogos de quatro em quatro anos, já são 12 anos que está entre os melhores do mundo. “Estou no auge da minha forma e isso não é para qualquer um. São 12 anos nadando em alto rendimento, em alta performance e isso não é fácil para mim nem para ninguém. É incrível poder participar de mais uma olimpíada, ainda mais dentro de casa”.

Segundo Ana Marcela Cunha, os jogos no Brasil trazem para as atletas do País um incentivo a mais, uma energia positiva. Estar novamente em uma Olimpíada, principalmente no Brasil, foi o seu maior objetivo.
“Estou consciente de meu potencial, me sinto superpreparada e feliz com cada etapa concluída, e vou sim para brigar pelo pódio, essa é a minha meta, do meu técnico e de toda a minha equipe multidisciplinar, vamos em busca de uma medalha!”

Ana Marcela Cunha – saiba mais
Eleita a melhor atleta de 2015 no Prêmio Brasil Olímpico (COB), entre todos os esportes, a baiana conquistou as seguintes medalhas em Mundiais: em Kazan (Rússia), 2015, foi ouro nos 25 km, prata nos 5 km por equipe e bronze nos 10 km; em Barcelona (Espanha), em 2013, foi prata nos 10 km e bronze nos 5 km; em Xangai (China), em 2011, faturou o ouro nos 25 km. Além de tricampeã do Circuito Mundial da FINA 10 km, campeã e recordista da Travessia Capri-Napoli 36 km e eleita por três vezes pela FINA como a melhor maratonista aquática do mundo.

 

Poliana Okimoto – saiba mais
Atleta do ano em 2013 no Prêmio Brasil Olímpico (COB) e eleita a melhor do mundo em águas abertas pela revista Swimming World no mesmo ano, é dona das uma série de medalhas em Mundiais: em Barcelona, levou o ouro nos 10 km, a prata nos 5 km e o bronze nos 5 km por equipe; em Roma (Itália), em 2009, levou o bronze nos 5 km e em Nápoles (Itália) e 2006, foi prata nos 5 km e 10 km. Faturou também o 1º. lugar no Circuito Mundial da FINA 10 km (2009), a prata nos Pan do Rio, em 2007, e Guadalajara (México), em 2011.