Jornalista com passagens em órgãos de imprensa importantes do País, Israel Stroh está mais próximo da medalha paralímpica, principalmente depois que, no dia 25/6, em dupla com Salmin, venceu Popov, o segundo do mundo, que jogou em dupla com Nikolenko, o terceiro no ranking.
Campeão sul-americano em 2014, vice-campeão dos Jogos Parapan- Americanos em Toronto, no Canadá, em 2015, tricampeão brasileiro e campeão pan-americano em 2013, Israel Pereira Stroh (Saldanha da Gama/Santa Cecília/LSTM-Santos SP), de 29 anos, tem condições de representar muito bem o Brasil nas Olimpíadas. Por enquanto, ele é o 12º no ranking mundial e ficou mais perto da medalha olímpica no dia 25/6 último ao derrotar, com o colega Paulo Salmin, por 2 a 1, a dupla de ucranianos, a dupla Mykhailo Popov e Maksym Nikolenko, segundo e terceiro do mundo, respectivamente, na classe 7.
Com Stroh e Salmin, naquele dia, o Brasil foi campeão por equipes no Aberto da Romênia. A equipe da Ucrânia é considerada a melhor do mundo na classe 7. (Existem categorias para cadeirantes e andantes. Esta última varia entre 6 e 10, de acordo com o grau de deficiência).
“Acho que definitivamente entro na briga por uma medalha nas Paralimpíadas. Chegarei com vitórias sobre o segundo, terceiro, quarto e sobre o bicampeão paralímpico alemão, Jochen Wollmert. A maioria dos outros adversários eu ainda não enfrentei, então chegarei com a confiança lá no alto, logo no momento mais importante”, afirma o jogador.
“Até março de 2015, eu jogava na Classe 8, em que os jogadores têm uma deficiência menos grave da que estou. Entendíamos que eu estava em desvantagem física e pedimos uma reavaliação minha na Confederação Internacional para que eu jogasse na Classe 7. E conseguimos. Nessa classe nova, eu pulei de 23 para 12 do mundo”, explica.
Quando mudou de classe, conquistou novas vitórias Na classe anterior e mais difícil, já havia vencido o vice-campeão paralímpico e o campeão asiático.
Na seleção brasileira, ele já representou o Brasil em 17 países diferentes, conquistou 19 medalhas internacionais e participou do Campeonato Mundial, na China. Sua classificação ao Rio-2016 foi devido à sua 12ª posição no ranking mundial. Stroh é uma das grandes forças do time brasileiro na busca pela medalha de ouro. Tem chances de ficar entre os dez melhores do mundo, o que poderá ser confirmado até os Jogos Paralímpicos.
O atleta vem de duas viagens recentes muito boas na Europa, pois venceu anteriormente o quarto e sétimo melhores do mundo. Mas ele sabe que essas foram apenas etapas e que o grande campeonato será no Rio, em setembro, e vai exigir mais dele. Continua se preparando em Barcelona, na Espanha. “Meu técnico é o Guilherme Simões, de Santos, que me acompanha desde 2012. Desde que entrei na seleção, ele me treina aos sábados e em dias esporádicos, geralmente para treinos mais específicos. Com a Seleção, os técnicos São Paulo Camargo e José Rizzone”.
O começo
Aos 11 anos ele jogava tênis na quadra, mas teve que mudar de categoria e começou a perder. Começou a praticar tênis de mesa em 2000, aos 14 anos. Quando o Santos FC montou uma escolinha, ele se inscreveu. Ressentia-se de um problema de saúde, devido à falta de oxigenação no cérebro durante o parto materno, o que afetou os movimentos de seus quatro membros.
Resolveu desistir do tênis e tentou o futsal e o basquete, por pouco tempo. Logo após voltou para o tênis e não parou mais. Ao se destacar, decidiu levar a sério sua jornada no esporte e se matriculou no Estrela de Ouro, equipe que era referência em Santos e no Brasil todo. Competia entre pessoas sem deficiência e foi assim até iniciar a faculdade de jornalismo. As dificuldades não o impediram de trilhar o rumo do esporte em duas frentes: como atleta de tênis de mesa e como jornalista responsável pelo site Paratleta Brasil, dedicado ao desporto paralímpico. Isso, depois de passar por órgãos como a TV Tribuna, Lance e Globo Esporte.
Ao se informar sobre o cenário paralímpico no Brasil, percebeu que teria chances de uma carreira internacional. Está na seleção desde 2013. ”Decidi apostar nisso e… parece que foi uma boa escolha. Sempre tive alguns resultados interessantes, mas a partir do ano passado, eu comecei a ter mais destaque”. (risos).
Dentre várias histórias que vivenciou ao longo da carreira, Israel destaca uma, que considera “cômica”. Na França, ele formou equipe com um japonês, chamado Masachika Inoue, que não sabia falar nada em inglês. Acabou lidando com essa situação “só na base do ‘tapinha nas costas’. “Fomos na raça e terminamos em terceiro”.
O atleta da Unisanta tem se mostrado muito focado para este desafio no Rio de Janeiro. “Estou disposto a pagar o preço para ser campeão paralímpico. Não medirei esforços para isso. Como jornalista, meu grande objetivo é trabalhar em prol do esporte paralímpico. Quero fortalecer o grupo ao qual pertenço”.
Como motivação, Stroh usa uma frase do mundo futebolístico, do treinador Tite, do Corinthians. “O único caminho para o sucesso é trabalhar, não tem jeito. O técnico Tite fala em merecimento para conquistar títulos, meu lema é treinar para merecer alcançar o resultado final”, finaliza. Nome completo: Israel Pereira Stroh