Pessoas da equipe, na portaria, indicando o caminho. Alunos de Fisioterapia, Farmácia, Odontologia e Educação Física em seus postos. Aos poucos a comunidade foi chegando ao pátio do bloco E, da Universidade Santa Cecília (Unisanta), no último sábado, 28/8, para a 5ª Edição da Feira de Saúde. Cerca de 1200 pessoas passaram pelo local. Foram cadastrados 400 doadores de Medula Óssea, em 7 horas de Feira.
O evento, que reuniu 50 alunos da área de saúde, além de professores e profissionais, contou com avaliações de pressão, de glicemia, bucais, de postura, e de medidas antropométricas, sem contar com as terapias: auriculoterapia, quick-massage e vibroterapia.
“A importância deste evento para a comunidade é que você desenvolve uma campanha de saúde preventiva, tentando encontrar possíveis diabéticos, hipertensos e principalmente queixas com problemas de disfunção musculoesquelética. Esta população está sendo orientada; aqueles que forem detectados com problemas de saúde serão encaminhados para a Unidade Básica de Saúde para serem atendidos”, afirma Ivan Cheida, Diretor da Faculdade de Fisioterapia da Unisanta e um dos organizadores do evento.
Além desses atendimentos, o principal foco da feira era aumentar o número de pessoas cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que fica instalado no Instituto Nacional de Câncer (INCA). “O principal é estimular o cadastramento de doadores de Medula Óssea. Essa é uma campanha Nacional em que a Unisanta está envolvida, associada ao Rotary Club, à Maçonaria, e a várias outras instituições. É uma campanha fundamental para que você possa tentar auxiliar milhares de pessoas que adoecem e precisam de transplante de medula e não encontram doador”, explica Cheida. A chance de encontrar uma medula compatível é de uma em 100 mil, segundo o site do Inca.
O processo é bem simples. Seguindo alguns requisitos básicos como: ser maior de 18 anos e menor de 54 anos e nove meses, não tendo doenças como AIDS, Hepatite C e Câncer, a pessoa pode se cadastrar no Programa. Após preencher uma ficha, a equipe de saúde retira uma amostra de sangue para análise e cadastramento. “Quando você tem um paciente com a doença de medula, por exemplo, uma aplasia de medula óssea ou uma leucemia e não encontra doadores na família, às vezes a única esperança é o transplante de medula; de uma pessoa saudável para substituir aquela que está doente”, explica a médica hematologista, do Hemonúcleo de Santos, Rosângela Maria dos Santos.
As informações coletadas vão para um Banco de Dados Nacional, onde se cruzam os dados. Encontrando um receptor, o doador cadastrado é chamado.
Procedimentos para doação de Medula Óssea – “Existem dois procedimento na coleta de medula. Um deles é chamado de Aférese, que é a punção em uma veia periférica, e funciona quase como uma doação de sangue, mas é um pouco mais demorada. Nesse procedimento só retiramos as células-tronco e o restante do sangue é devolvido para a pessoa, por meio de uma máquina. O outro é feito com uma punção no osso ilíaco do quadril até atingir a medula, do qual é retirada uma pequena quantidade. Matamos a medula doente por quimioterapia ou por radioterapia e colocamos a medula nova. Ela vai produzir sangue para o organismo novamente”, explica Rosângela.
Segundo a equipe da coleta, em mais de 1h30 de feira foram cadastradas 77 amostras, o que já antecipava o sucesso da Feira. “Eu acho interessante, uma boa iniciativa porque tem muita gente precisando. Eu já sofri muito e não gosto de ver ninguém sofrer, principalmente por doença. (…) Eu espero, espero muito mesmo, que eu seja compatível com alguém para que eu possa doar”, comentou Élida Carla, de 31 anos, após retirar a amostra de sangue.
Onde se cadastrar para doar – Para se cadastrar é só comparecer ao Hemonúcleo de Santos, localizado dentro do Hospital Guilherme Álvaro, Rua Dr. Oswaldo Cruz, 197, Boqueirão, em Santos. O Hemonúcleo fica aberto todos os dias das 8h às 17h.
Tradição na Feira – A Feira de Saúde da Unisanta é realizada, geralmente, uma vez por ano. Para a aluna do primeiro ano de Fisioterapia, Kariny Rocha Lima, “é uma oportunidade única e um prazer enorme trabalhar com a comunidade pela primeira vez, é o que eu sempre quis”. Para Maurício Mello, que também participa da Feira pela primeira vez, “está sendo muito bom, a gente vê que as pessoas, às vezes, tem um pouquinho de receio quanto a teste de glicemia, seleção de sangue. (…) Então, eles estão passando, a gente chama, traz pra cá e eles vêm com o maior prazer, sentem-se gratificados”, comenta.
Segundo o Dr. Ivan Cheida, o que tem crescido nesses cinco anos de tradição é a participação do público. “A cada ano que passa mais pessoas procuram esse tipo de atendimento, seja porque não encontram uma atenção específica no serviço de saúde, seja porque passaram por algum problema de saúde durante um período da sua vida e querem manter um controle contínuo ou porque querem mais orientações”, afirma.