Estudantes e professores da Universidade Santa Cecília (Unisanta) estiveram em Goiás e Alagoas durante 15 dias, dedicando parte de suas férias à prestação de trabalho voluntário junto às comunidades carentes, por meio do Projeto Rondon. Este ano, a Operação Centro-Nordeste contou com 1.216 professores e universitários, nos Estados de Alagoas, Bahia, Goiás e Tocantins.
A Unisanta enviou quatro professores e 12 acadêmicos para os municípios de Santa Rita do Araguaia (GO) e Murici (AL). Em Goiás, a coordenação do Projeto ficou sob responsabilidade do professor Daniel Siquieroli, acompanhado da professora Daniela Uebele. Já em Alagoas, o professor Celso Volpe esteve à frente da coordenação, junto à professora Mara Magenta.
O Rondon tem dois objetivos principais. Um deles é promover a integração social do estudante universitário, o qual tem a oportunidade de conhecer uma realidade diferente da que vive multiplicando conhecimento com uma população que não faz parte do seu convívio diário. O objetivo secundário é promover o desenvolvimento regional do município atendido pelo Projeto.
“Fiquei com a parte de educação ambiental. E em uma das minha palestras trabalhei com fabricação de sabão caseiro, através do óleo de cozinha. E, nesta oficina, pude ver o interesse que as donas de casa tinham. O que eu aprendi neste projeto, livro nenhum me ensinou”, comenta o aluno do curso de Biologia, Felipe Gothardo.
“Participar do Projeto Rondon é algo único na carreira profissional e pessoal de cada um. É uma lição de vida e de cidadania, no qual o maior beneficiado não é a comunidade e sim nós, universitários”, afirma Alarice Moraes, aluna do curso de Jornalismo.
A estudante trabalhou com Cultura e Saúde, em oficinas como cineclube, edição de video/documentário, divulgação do Projeto (via carro de som, rádio e TV local), além de palestrar sobre distúrbio de aprendizagem, sexualidade e higiene bucal.
As diversas atividades desenvolvidas nos municípios tiveram o caráter sócio educativo nos aspectos de saúde, educação, cultura, direitos humanos e meio ambiente, além da capacitação de moradores para a continuidade dos projetos implementados.
Para André Leite, aluno do curso de Engenharia da Computação, que trabalhou na área de informática, o interesse da população sobre a oficina foi maior do que o esperado. “Trabalhei com crianças e professores, que interagiram muito com a minha aula. Eles tinham força de vontade em aprender. Isso me deixou muito satisfeito”.
Carolina Maia, estudante do curso de Engenharia da Computação, explica que a interação com a outra equipe, além de ajudar na elaboração do Projeto, provou que a amizade pode ultrapassar estados. “Formamos uma família, e na hora de se despedir foi aquela emoção toda. Era muito difícil dizer adeus, para aquela pessoa que você via 24h por dia”.
O Projeto Rondon é uma iniciativa do Governo Federal e coordenado pelo Ministério da Defesa. Existe desde 1967, quando aconteceu a chamada Operação Zero. No ano de 1989, as atividades foram suspensas e só retornaram em 2005 a pedido da União Nacional dos Estudantes – UNE. Desde então vem sendo realizadas duas operações por ano. Sempre no período de férias, uma em janeiro e a outra em julho.
O Ministério da Defesa divulga um Edital explicando onde será a Operação e demais detalhes. A partir daí, as universidades interessadas enviam os projetos de atividades. As universidades que tiverem seus projetos aprovados irão participar da operação. As equipes são distribuídas de forma que cada município recebe duas equipes de universidades diferentes. Cada equipe é formada por seis alunos e dois professores coordenadores.
"Daqui uns 40 anos, vocês vão olhar para os seus netos e dizer que, aos 20, você foi voluntário em Goiás. Não adianta você dizer que daqui um tempo você vai esquecer essa experiência. Porque não se tira da cabeça, o que não sai do coração", declarou o Capitão Sidney Vial, do 41ºBatalhão de Infantaria Motorizada, durante o encerramento do Projeto Rondon.