No Brasil, o Dia do Cinema Brasileiro é comemorado em 19 de junho, uma data para celebrar a história, os marcos e os talentos que construíram – e continuam construindo – a trajetória do audiovisual no país. Conheça a importância dessa arte para o país!
Como surgiu o Dia do Cinema Brasileiro?
O data é uma homenagem ao dia em que o ítalo-brasileiro Afonso Segreto, considerado o primeiro cinegrafista e diretor do país, teria registrado as primeiras imagens em movimento em território nacional, no ano de 1898.
Segreto fez essas imagens com um cinematógrafo, equipamento que trouxe da França após realizar um curso em Bordeaux. A bordo do navio francês Brésil, ele capturou cenas da entrada da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro – considerada, por muitos, a primeira filmagem feita em solo brasileiro.
No entanto, há registros que indicam a possibilidade de outras imagens terem sido feitas antes, em 1897, na cidade de Petrópolis (RJ), utilizando um aparelho semelhante desenvolvido por Thomas Edison. Ainda assim, o nome de Afonso Segreto permanece associado ao pioneirismo do cinema nacional.
Curiosamente, há quem prefira celebrar a data em 5 de novembro, relembrando a primeira exibição pública de cinema no Brasil. Mas oficialmente, o 19 de junho se consolidou como marco histórico do início da cinematografia brasileira.
Qual a importância do Dia Nacional do Cinema?
É uma data especial em que se celebra a riqueza cultural e a arte cinematográfica produzida em nosso país. É uma oportunidade de reconhecer a contribuição do cinema nacional para a cultura e a identidade do Brasil.
Leia também: Cineclube Lanterna Mágica: conheça o projeto!
Acompanhar a história cinematográfica brasileira é como fazer um passeio pela própria história do país. Nas telonas, refletem-se os avanços tecnológicos, o contexto social e político, bem como os períodos de crise e prosperidade nacionais.
Três filmes brasileiros de destaque
Selecionamos aqui três produções marcantes do cinema nacional, que representam diferentes estilos, épocas e temáticas:
1. Ainda Estou Aqui (2024)
Dirigido por Walter Salles, Ainda Estou Aqui é um drama biográfico estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que interpretam a advogada Eunice Paiva. Baseado na autobiografia de Marcelo Rubens Paiva, o filme narra a trajetória de Eunice, que se tornou ativista após o desaparecimento do marido na ditadura.
O filme estreou em setembro de 2024 no Festival de Veneza e arrancou dez minutos consecutivos de aplausos. A produção foi premiada com a Osella de Ouro de Melhor Roteiro e rendeu a Torres o título de Melhor Atriz em Filme – Drama no Globo de Ouro 2025 —, sendo a primeira brasileira a conquistar esse feito.
Além disso, Ainda Estou Aqui recebeu três indicações ao Oscar 2025, incluindo Melhor Atriz, Melhor Filme (sendo o primeiro brasileiro a concorrer na categoria principal) e venceu como Melhor Filme Internacional, tornando-se o primeiro filme brasileiro a ganhar um Oscar.
2. Central do Brasil (1998)
Um clássico do cinema nacional, Central do Brasil é dirigido também por Walter Salles e estrelado também por Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira. O filme narra a história de Dora, uma ex-professora que trabalha escrevendo cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Sua vida muda quando decide ajudar Josué, um garoto que acaba de perder a mãe, a encontrar o pai no Nordeste brasileiro.
O público e a crítica aclamaram a atuação de Fernanda Montenegro, que lhe rendeu uma indicação histórica ao Oscar de Melhor Atriz — a primeira para uma atriz latino-americana e por uma performance em língua portuguesa. O filme também recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e conquistou diversos prêmios em festivais internacionais.
3. O Auto da Compadecida (2000)
Outro clássico, baseado na peça homônima de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida é uma comédia dramática que conquistou o coração do público com sua mistura de humor popular, crítica social e religiosidade nordestina. Dirigido por Guel Arraes e estrelado por Matheus Nachtergaele e Selton Mello, o filme traz nomes como Lima Duarte e Fernanda Montenegro.
A obra é uma verdadeira celebração da cultura nordestina e tornou-se um dos filmes mais queridos do Brasil. Em 2024, parte do elenco original retornou na sequência do filme, que retrata o reencontro de João Grilo e Chicó após 25 anos.
Confira também: Das telas para o ensino superior – Parte 1