Na manhã da quarta-feira (13/10), a Universidade Santa Cecília recebeu oficiais da Marinha do Brasil e representantes da empresa Compass, do grupo Cosan, que realizaram treinamentos na piscina olímpica do campus para a capacitação profissional de pescadores tradicionais caiçaras de Santos.
Essa ação no campus foi viabilizada por meio de uma parceria entre o curso de pós-graduação em Gestão Portuária e Operações Internacionais da Unisanta e a Compass Gás & Energia, empresa do Grupo Cosan (holding brasileira dos ramos da logística e energia) que atua e investe no setor de gás natural.
“Nossa empresa está construindo um terminal de gás natural liquefeito no Porto de Santos, e uma das obrigações é nós estruturarmos os pescadores para que eles tenham acesso ao defeso que é fornecido pelo governo federal. Nós estruturamos o curso com a Marinha e esta exige um teste físico que é feito em uma piscina. Então, entramos em contato com a Unisanta, que é sempre uma parceira, para que a Marinha pudesse ministrar o curso e fazer o teste físico aqui na piscina da universidade, que é de longe a mais adequada da região”, explicou o representante de Relações Institucionais da Compass, Frederico Daguer Abdalla.
Ele ainda destacou que a o terminal em construção será o primeiro de gás natural liquefeito do estado de São Paulo. “Nosso terminal está vindo para ficar, com um primeiro contrato praticamente de vinte anos, então certamente teremos muitas parcerias com a universidade, no campo da Biologia, da estruturação do meio ambiente, etc. Inclusive já temos uma parceria em desenvolvimento a partir dessa ação e que trata a proteção do camarão branco, com o laboratório NASA e com o biólogo marinho e professor Matheus Marcos Rotundo”, ressaltou Abdalla.
A atividade ocorrida na quarta, que consistia em nadar 25 metros ininterruptos e depois boiar por 10 minutos, para avaliar o comportamento dos pescadores em possíveis situações adversas no mar, é uma demanda do Ministério Público para se obter a Caderneta de Inscrição e Registro (CIR), documento de habilitação, identificação e registro de dados pessoais do profissional aquaviário.
“Trabalhar no mar pode requerer um ato de sobrevivência e uma pessoa que não tenha essa preparação pode se prejudicar”, disse o sargento Vicente, da Marinha, que ainda destacou que a avaliação para o CIR também teve uma parte teórica, que não foi realizada no campus da Unisanta.
O coordenador e professor do curso de pós-graduação em Gestão Portuária e Operações Internacionais e professor da graduação em Administração da Unisanta, Prof. Me. Rafael Pedrosa, também falou sobre a parceria entre a universidade e a Compass. “Fizemos uma parceria com a empresa para receber essa atividade prática. […] A partir do momento em que eles (os pescadores) tiverem essa formação concluída e certificada pela Marinha, passarão a usufruir de todas as prerrogativas legais que um pescador profissional dispõe, como auxílio nos períodos de defeso ou mediante catástrofe ambiental por meio do Governo Federal, entre outros, destacando o viés social dessa ação”.
Pedrosa ainda destacou que essa é a primeira ação conjunta com a Compass e com o grupo Cosan, pois já se encontram em desenvolvendo outras parcerias visando proporcionar maior integração entre o mercado portuário e a Universidade no desenvolvimento de pesquisas, capacitações e outras prestações de serviços.
A diretora de pós-graduação da universidade, Profa. Dra. Cristina Mattos, exaltou o gesto da Unisanta como uma prova de sua relevância e influência no mercado portuário, que está em plena expansão. “Estamos, de certa forma, ajudando a capacitar estes pescadores e contribuindo para a profissionalização destas pessoas. Este é o papel da Universidade”, concluiu Cristina Mattos.