O curso de pós-graduação lato sensu em “Justiça Restaurativa: construindo as relações humanas”, da Universidade Santa Cecília, já iniciou suas ações preparativas para o Concurso Artístico “Consciência: girando pela paz” e a exposição do artista peruano Ivan Ciro Palomino na Pinacoteca Benedicto Calixto, que permanecerá aberta para visitação do público em geral entre os dias 01 de outubro e 07 de novembro.
“Consciência: girando pela paz”, concurso destinado aos alunos de 8º. ano das escolas públicas e privadas de Santos, consiste na produção de cartazes artísticos inspirados nos trabalhos internacionalmente reconhecidos do artista peruano Ivan Ciro Palomino, cujas obras são voltadas para a Cultura de Paz e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU (Organizações das Nações Unidas).
A Universidade Santa Cecília, por meio da pós-graduação em Justiça Restaurativa e do Núcleo de Práticas Restaurativas “Profa. Nilza Pirilo Teixeira” (Nupre), tem um papel importante na execução do evento. Além de ser uma das instituições realizadoras da iniciativa, juntamente com a Secretaria Municipal de Educação – Seduc/ Prefeitura Municipal de Santos e o Consulado Geral do Peru em São Paulo, apresenta a participação das alunas da pós-graduação em Justiça Restaurativa da universidade que, durante o mês de agosto, têm realizado Processos Circulares com os alunos de 8º. ano do ensino fundamental inscritos no Concurso Artístico de Cartazes de forma facultativa e voluntária, em 36 escolas de Santos, sendo 18 estaduais, 12 municipais e 6 privadas.
As coordenadoras do curso de Justiça Restaurativa, Profa. Mestra Liliane Claro de Rezende e Profa. Dra. Selma Martinez Simões Rodrigues de Lara, esclarecem que as atividades desenvolvidas pelas 29 alunas do curso fazem parte da Proposta Pedagógica e Matriz Curricular teórico-prática do processo de formação como especialistas em Justiça Restaurativa. Dessa forma, a realização dos Processos Circulares, que é inerente à metodologia da Justiça Restaurativa, tem como objetivo auxiliar os alunos inscritos no concurso na reflexão sobre Cultura de Paz e contribuir como inspiração para a produção de suas próprias obras artísticas.
Segundo Kay Pranis, uma das autoras da base bibliográfica do curso: “O Processo do Círculo é um processo que se realiza através do contar histórias. Cada pessoa tem uma história e cada história oferece uma lição. No círculo, as pessoas se aproximam das vidas umas das outras através da partilha de histórias significativas para elas (…)”.
Para as alunas do curso, a vivência do Processo Circular com os alunos das diversas escolas participantes inscritas no concurso tem sido de grande valia ao colocar em prática os conteúdos teóricos do curso, que têm como base a Cultura de Paz.
Alguns grupos de Justiça Restaurativa já realizaram os Processos Circulares, enquanto outros estão em processo de finalização.
Seguem alguns relatos das representantes dos grupos que já concluíram a vivência dos processos nas unidades escolares:
“Gostaria de expressar minha gratidão e felicidade ao realizar o Processo Circular dentro da unidade escolar com adolescentes, pois penso que é primordial inserir os princípios e valores da Justiça Restaurativa dentro das escolas, por conta da importância do caráter pedagógico da Justiça Restaurativa, uma vez que trabalha com a quebra de paradigmas, conscientização, autorresponsabilidade, através de vários mecanismos incluindo a contação de histórias e o bom diálogo. Dessa forma, percebe-se que a inserção da Justiça Restaurativa no ambiente escolar promove a boa convivência e a não violência, refletindo, assim, na pacificação social” (Dafne Damasceno).
“Podemos considerar a realização do Processo Circular como exitoso, devido ao apoio e compreensão dos alunos, salientando também a colaboração dos profissionais envolvidos” (Solange Silva).
“A prática circular aplicada no ambiente escolar oportuniza aos alunos a construção de hábitos de paz e reflexões sobre suas ações e as dos outros, num espaço seguro de diálogo e ajustes coletivos. O círculo tem um potencial incrível para promover mudanças comportamentais em direção à Cultura de Paz, atuando como uma poderosa ferramenta para a educação emocional e formação humana” (Fabíolla Barletta).
“Preparar o círculo foi um processo de cocriação. Os saberes e humanidades das facilitadoras foram a matéria-prima da construção coletiva do círculo. Mergulhar no universo dos adolescentes, fazer pesquisas e resgatar também a adolescente que fomos fez parte desse processo. No círculo, o encontro humano com os adolescentes, seus professores e o ambiente escolar possibilitou ampliar olhares, acolher angústias que surgiram no processo, ouvir os silêncios e evidenciar os potenciais de todos que ali participavam. O encontro, nesse momento de retorno às aulas, depois de tanto isolamento e perdas, resgatou o prazer do convívio entre as diferentes gerações e a importância de fomentar espaços de diálogo. Foi interessante que cada círculo tomou um rumo único e precisamos flexibilizar o roteiro do círculo para acolher as questões particulares de cada grupo” (Patrícia Pereira).
17 de agosto foi o prazo final para a entrega de cartazes produzidos pelas Unidades Escolares, sendo que, ao final de agosto, já terão sido escolhidos os cartazes vencedores da Etapa I do concurso (escolha do cartaz de cada escola). No início de setembro, as produções escolhidas serão entregues à Comissão Avaliadora das Produções Artísticas Finais do concurso, que realizará uma votação para escolher os três cartazes representativos dos alunos, sendo um de cada rede (municipal, estadual e privada), que serão integrados à exposição do artista peruano Ivan Ciro.
É importante lembrar que as escolas realizarão internamente um trabalho de reconhecimento e valorização das produções artísticas de todos os alunos inscritos no Concurso Artístico pela Cultura de Paz, utilizando diferentes propostas pedagógicas de divulgação na comunidade escolar.
O evento na Pinacoteca Benedicto Calixto refere-se também à integração de outros acontecimentos integrados, como a celebração do 1º ano de inauguração do NUPRE, visando à valorização da Educação Restaurativa e o seu papel na sociedade, junto às parcerias que contribuem para o desenvolvimento sustentável e Cultura de Paz na Região Metropolitana da Baixada Santista, como também ao Jubileu de Diamante do Complexo Educacional Santa Cecília, que completará 60 anos, em outubro.
Segundo as coordenadoras do curso, Liliane Rezende e Selma Lara, essas ações integradas de caráter interinstitucional visam à contextualização da Justiça Restaurativa, disseminando a Cultura de Paz, em conexão e em rede, com o fortalecimento do “pensar global” e do “agir local”.
Pôsteres comemorativos
Estreitando ainda mais os laços entre a Unisanta e Ivan Ciro Palomino, assim como com o Consulado Geral do Peru em São Paulo, o artista plástico peruano produziu e lançou dois pôsteres em comemoração ao 60º aniversário (Jubileu de Diamante) do Complexo Educacional Santa Cecília.
Um dos pôsteres faz um tributo mais explícito à pós-graduação em Justiça Restaurativa da Unisanta, com o nome do curso destacado ao lado de um projétil de bomba atômica com seu topo aberto, por onde saem várias flores multicoloridas. Além disso, dois beija-flores também ocupam o topo da imagem e uma pomba (provavelmente simbolizando a paz) está de pé na mesa em que se apoia a bomba.
A outra obra é ainda mais colorida, com “Unisanta – Universidade Santa Cecília”, escrito ao centro em letras garrafais, rodeadas com inúmeros ramos multicoloridos de plantas e flores, além de pequenas pessoas, insetos e aves que ocupam quase toda a tela.
Ambos os pôsteres têm, em um canto inferior, os dizeres: “Unisanta: a maior universidade do litoral paulista. A Universidade Santa Cecília tem por missão promover o conhecimento científico, tecnológico, artístico, cultural e desportivo, para formação e inclusão de cidadãos éticos e potencialmente aptos a contribuir com o desenvolvimento socioeconômico ambiental, no contexto da sustentabilidade”.
“É um prazer para mim apresentar estes dois pôsteres em comemoração aos 60 anos da Unisanta”, comentou Palomino, que pretende com as obras de arte: “ser um conector de mensagens de esperança, justiça e consciência”.
Confira os pôsteres: