O dia 29 de janeiro de 2021 ficará marcado para sempre na memória de Victor Hugo Ribeiro Colonese, data em que o nadador baiano, de 29 anos, recebeu a medalha de bronze dos Jogos Pan-Americanos Lima 2019, na prova de 10km das maratonas aquáticas, em cerimônia realizada na Unisanta, clube do atleta, e transmitida ao vivo pelo Canal Olímpico. A medalha foi entregue pelo diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e campeão olímpico de judô, Rogério Sampaio, acompanhado do Secretário de Esportes de Santos, Gelásio Ayres Fernandes Junior.
“É um momento único na minha carreira. Estou muito feliz com tudo: o evento, a cerimônia, a medalha. Fui o único a ter recebido esse bronze, mas por trás de tudo tem uma equipe gigante ao meu redor, trabalhando por mim. Essa medalha também é da minha família, do meu clube e dos meus patrocinadores”, celebrou Colonese.
“O Colonese merecia uma cerimônia como esta. Ele seguiu trabalhando duro mesmo depois do resultado não ter vindo no dia, esperou pacientemente a medalha após a confirmação da realocação e sempre esteve tranquilo, colaborando com todos os processos. Um bom exemplo do verdadeiro espírito olímpico”, afirmou Rogério Sampaio.
O atleta ainda foi agraciado com o Ginga, mascote do Time Brasil, das mãos do pró-reitor administrativo da Unisanta, Marcelo Teixeira, e do presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Luiz Fernando Coelho.
“É com muita satisfação que a CBDA participa deste evento que coroa o ciclo de treinamento, esforço e trabalho em equipe. Todos contribuem para essa medalha chegar aqui. O staff e a família são fundamentais para que o atleta chegue ao seu objetivo. Serve de exemplo para milhares de atletas e gestores, que todos somos capazes de conquistar grandes coisas”, disse Luiz Fernando Coelho.
“Conhecemos o Victor Colonese desde criança, passou pelo nosso colégio, se formou como engenheiro na instituição. Acompanhamos seu crescimento na piscina e também fora dela, como profissional. O Colonese é um exemplo para os mais de 2.500 alunos de natação da Universidade Santa Cecília (Unisanta)”, completou Marcelo Teixeira.
Colonese herdou a medalha de bronze nos 10km após a desclassificação do argentino Guillermo Bertola, então segundo colocado, que cometeu uma infração nas normas de controle antidopagem da Federação Internacional de Natação (FINA). A decisão da realocação da medalha foi confirmada no dia 1° de julho de 2020, após o COB receber um comunicado oficial da Panam Sports, entidade máxima do esporte no continente, anunciando que a suspensão de Bertola pela FINA implicava a anulação de seus resultados nas temporadas 2018 e 2019. Com isso, o brasileiro, que havia terminado na quarta colocação em Lima, com o tempo de 1:54.03.6, ganhou uma posição.
“Tem alguns momentos que não vão sair da minha memória. O momento da chegada da prova em Lima, a espera até a confirmação do terceiro lugar no Pan e, é claro, receber a medalha no dia de hoje”, falou Colonese.
Com mais esta conquista, o Brasil volta a ter 169 medalhas em Lima 2019: 54 ouros, 45 pratas e 70 bronzes. Foram três pódios nas maratonas aquáticas: além do bronze de Colonese, Ana Marcela Cunha foi campeã da prova feminina e Viviane Jungblut, terceira colocada. Colonese ainda igualou o conterrâneo Allan do Carmo, bronze no Rio 2007, como segundo atleta masculino a conquistar uma medalha na modalidade em Jogos Pan-Americanos.
Esta foi a melhor campanha do Time Brasil na história do Pan, em número de ouros (54) e total de medalhas (169). Pela primeira vez desde São Paulo 1963, o Brasil terminou o evento em segundo lugar no quadro geral de medalhas, atrás somente dos Estados Unidos. E, por fim, conquistou 29 vagas para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Educação aliada ao esporte – Marcelo Teixeira destacou ainda a trajetória de Colonese, como estudante e atleta. “Sabemos da importância de uma conquista como esta. Serve de exemplo não apenas para o nadador, como para o homem. Conhecemos o Victor Colonese desde criança, passando pelos bancos escolares e pela Universidade Santa Cecília. Isso foi fundamental para que ele continuasse crescendo nas piscinas, mas pudesse crescer estudando e fazendo algo importante para a sua vida, para a sua mente. Essa é a missão do Santa Cecília. É um exemplo que outras tantas instituições deveriam seguir”, afirmou.
Teixeira também lembrou a ligação histórica do Santa Cecília com as Maratonas Aquáticas. “Não podemos esquecer o trabalho da Unisanta nas Maratonas Aquáticas. Foi uma ceciliana, Poliana Okimoto, a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica nas Maratonas Aquáticas. Mas não poderia deixar de me lembrar de Renata Câmara Agondi, que foi uma pioneira na natação brasileira, desbravando mares e fazendo que através dessa estrela nós estejamos hoje comemorando mais uma medalha das Maratonas Aquáticas do nosso Brasil”, comentou.
O treinador-chefe da Unisanta, Márcio Latuf, também comemorou o resultado obtido por Colonese e acredita que esta medalha será uma motivação ainda maior para a preparação dele, visando às seletivas para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
“Estamos muito felizes com esta medalha, principalmente do jeito que veio. Ele tinha nadado muito bem no Pan-Americano, quase chegou na medalha lá na prova mesmo. Para a gente é muito importante, principalmente para nadador e técnico, mirando o que vem pela frente. São dois brasileiros que saem da eliminatória nacional para a outra eliminatória, que vai ser a olímpica mesmo, disputada no Japão, onde classificam os 10 primeiros. Estamos focados nisso. Estamos mantendo um ritmo muito forte de treinamento e, desta forma, a gente pretende estar no Japão para essa eliminatória e, depois, nadando as Olimpíadas”, analisou Latuf.
Também estiveram presentes na cerimônia a Profa. Dra. Lúcia Teixeira, Presidente da Unisanta, o Prof. Me. Marcus Teixeira Penteado, Diretor de Marketing da Unisanta, e o jovem Lucas Teixeira, Assessor da Presidência da Unisanta.