Maria Eduarda Gama, recém-formada em Publicidade e Propaganda, é redatora publicitária na Wunderman Thompson

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“A publicidade é uma das formas mais interessantes e difíceis da literatura moderna.”, já disse o notável escritor britânico Aldous Huxley sobre a área que Maria Eduarda Galvão Gama, recém-formada no curso de Publicidade e Propaganda da Unisanta, escolheu.

Atualmente trabalhando na sede paulistana da agência Wunderman Thompson (WT), empresa global de comunicação e marketing, a jovem redatora assistente já deixou sua marca na empresa, ao participar de projetos históricos como o Manual Agência Sem Racismo, que ajudou a elaborar e que define a conduta antirracista que deve imperar em qualquer instituição.

Nascida em Santos, mas moradora de Mongaguá “desde sempre”, Maria Eduarda Galvão Gama começou a se identificar com a área da comunicação no ensino médio. “Desde cedo eu gostava do lado criativo das coisas”, relata a publicitária de 21 anos de idade, que, na época escolar, também cogitava Jornalismo, Rádio e TV e Relações Públicas como opções de curso.

Depois de optar por Publicidade e Propaganda, ainda faltava a escolha da universidade em que iria estudar. Maria Eduarda conseguiu, a partir do ENEM, uma bolsa de 100% do ProUni (programa do Ministério da Educação de bolsas integrais e parciais para universidades privadas) e escolheu a Unisanta para sua desejada graduação. “Encontrei tanto entre recomendações de conhecidos e familiares quanto de notas do MEC, a Unisanta.”, relata a publicitária.

Durante sua vida acadêmica na Unisanta, Maria Eduarda Gama ressalta a importância que as experiências adquiridas nas tradicionais Semanas da Comunicação tiveram para sua formação. “Foram elas que me abriram portas para conhecer melhor o mercado, tendo contato direto com quem já trabalhava nele, servindo como ponte pra networking e abrindo minha visão pra além do litoral de São Paulo”, comenta a santista, que também destacou a admiração que tem pelos docentes com quem teve aula na Unisanta: “Paula Denari, Denise, Edison, André Rittes, Giovanna, Ana Paula, Beatriz e tantos outros que tenho grande carinho”.

A oportunidade de trabalho na Wunderman Thompson (WT), agência global (200 escritórios em 90 mercados) sediada em Nova York, que faz parte do grupo britânico WPP plc e que possui clientes como: Rolex, HSBC, Samsung e Shell, surgiu para Maria Eduarda em 2019, quando ela foi selecionada para o projeto Entre. “O projeto foi criado pelo CCO (Diretor de Comunicação) da Publicis (empresa de publicidade) Domênico Massareto com o objetivo de capacitar jovens criativas no mercado publicitário”, explica a ex-aluna da Unisanta, que também conta que teve aulas de criação com profissionais renomados da área durante quatro meses nessa iniciativa.

Na época do projeto Entre, Maria Eduarda soube, a partir de uma colega de curso, de uma vaga de estágio na empresa JWT (J. Walter Thompson, que se fundiu com a Wunderman, criando em 2019 a Wunderman Thompson). “A partir dela (colega de curso que indicou a vaga), conversei com a redatora Thamara Pinheiro que me apresentou para a Diretora de Criação Renata Leão, que me entrevistou e logo depois, me contratou.”, informa a publicitária.

Impossibilitada de se mudar para São Paulo, local do recente estágio conseguido, Maria Eduarda se dispôs à rotina de “subida e descida diária com o objetivo de mudança após a formação”. A ex-aluna da Unisanta comenta que a agência em que estagiava, onde teve os primeiros contatos diretos com a rotina e os processos profissionais de sua área, deu certa liberdade para ela se dedicar, não só à graduação, mas também a projetos acadêmicos adjacentes, como o Prêmio Universitário Aberje, em que conquistou o terceiro lugar em parceria com Andressa Navarro e Poliana Amaral, em 2019.

Já na Wunderman Thompson, Maria Eduarda participou diretamente de um dos projetos mais notáveis do escritório paulistano, que não foi uma campanha publicitária, mas sim a elaboração do Manual Agência Sem Racismo. Maria Eduarda conta que a ideia surgiu de sua amiga e, na época, Community Manager da WT, Larissa Araújo, que sugeriu ao CEO da agência, Pedro Reiss, o desenvolvimento de: “um manual que pudesse indicar os erros comuns no dia a dia da agência, onde o racismo muitas vezes acontece, de forma velada e até mesmo descarada”, define a publicitária, que foi convidada a fazer parte da equipe de desenvolvimento do Manual Agência Sem Racismo, que, seguindo os moldes do já existente Agência Sem Assédio, levou seis meses, entre pesquisas, escrita e edição do material para ser publicado.

Maria Eduarda Gama relata que o Manual Agência Sem Racismo, com 47 páginas escritas com muita clareza, tem como principal objetivo “tornar a agência e o mercado publicitário um lugar mais confortável e seguro para nós, negros”, comenta a ex-aluna da Unisanta, que falou sobre o assunto na Semana da Equidade Racial que a WT realizou na semana do dia 7 de dezembro. Ela ainda continua, dando suas impressões. “Para mim, essa foi uma pequena forma de fazer a diferença dentro do mercado publicitário, mesmo que aos poucos. Infelizmente, ainda temos apenas 4,7% dos cargos de liderança ocupados por negros no Brasil e, quando queremos referências, encontramos poucas. Ser antirracista exige ação e, para isso, precisamos de parceiros na luta, que é diária e não depende apenas de nós. E quando falamos de parceiros, queremos falar de amigos, familiares, colegas de profissão e grandes empresas, como a Wunderman Thompson”.

Para 2021, Maria Eduarda deixa claro que sua prioridade serão os estudos. “Continuar estudando para me especializar na área de criação, voltada para redação publicitária”, afirma a santista, que também pretende fazer um mestrado em Linguística ou Ciências da Comunicação e se tornar uma grande diretora de criação.

Por fim, a ex-aluna de Publicidade e Propaganda se diz grata por todos os ensinamentos aprendidos durante a faculdade. “Agradeço à Unisanta pelos quatro anos e a todos que estiveram comigo durante minha graduação”, afirma.
Maria Eduarda ainda aconselha os seus companheiros de profissão e universitários da área. “Acredito que algumas coisas precisam ser fixadas na nossa mente desde o início: nós não escolhemos uma profissão fácil, glamourosa e que depende apenas de prêmios. Precisamos ter responsabilidade, afinal muito da cultura brasileira se molda a partir da mídia e nós fazemos parte disso. Ajude a desconstruir estereótipos dentro e fora das agências, seja criativo para além da sua bolha e crie a partir da mistura de razão e emoção. Tudo isso a gente encontra com o tempo e experiência, eu mesmo ainda estou no meu processo, mas acho que é algo muito importante de ser falado”, conclui, brilhantemente, Maria Eduarda Galvão Gama.