A aluna do 3º ano, Ana Paula Cavalieri, do curso Biologia Marinha, da Universidade Santa Cecília (Unisanta), participou do Programa Ciência Sem Fronteiras em agosto de 2013, permanecendo até setembro deste ano. “Muitos professores elogiaram o desempenho das alunas brasileiras por estarem com as notas mais altas da sala. Eu tive o apoio dos professores e com muito esforço consegui completar com notas altas e aproveitamento excelente, estando juntamente com outra aluna do Programa entre as melhores da sala”, afirmou Ana Paula, sobre sua avaliação na Universidade da Califórnia San Diego (USCD), onde  estudou pelo Programa Ciência sem Fronteiras.

Primeiramente, Ana Paula estudou na Spelman College, a primeira colocada no ranking das Universidades Historicamente Negras, ligada ao Consórcio de Universidades de Atlanta, em Geórgia (AUC Consortium). Uma Universidade particular, seletiva, exclusivamente feminina, onde é ensinado às mulheres como se tornarem líderes e como transformar a sociedade.

Muitas mulheres negras americanas estudaram na Spellman College, como a mãe de Martin Luther King, e muitas estudantes tiveram grandes papéis na luta pelos direitos civis que aconteceu no Sul dos Estados Unidos.

No Spellman College, o curso é voltado  à pré-medicina e isso a levou a optar pelas aulas, pois sempre se interessou por genética e fisiologia, e assim  cursou Neurobiologia e Biologia Molecular Aplicada na universidade.  A estudante pode conhecer, paralelamente ao curso, mais sobre a cultura americana e realizar trabalhos voluntários. Fez duas viagens com uma ONG de Conservação Ecológica da Georgia, para ilhas de acesso limitado e exclusivo para estudo e limpeza e ajudou a dar aulas de futebol para crianças carentes na comunidade de West End, em Atlanta.

Ana Paula estagiou durante o verão em uma seção da área de pesquisa da Universidade da Califórnia San Diego (USCD). A universidade é pública e de pesquisa, oitava no ranking de universidades públicas americanas. Estagiou também na Natural Reserve System, onde desenvolveu seu próprio projeto de pesquisa em uma área ecologicamente afetada pelo pântano.

A aluna estudou muitas matérias que acrescentaram em seu currículo como: neurociência; ciência comportamental (humanos e animais); biologia contextual; gramática para profissionais; aulas de espanhol intermediário e fez um projeto pessoal de pesquisa comportamental sobre Isópodes (um tipo de crustáceo) terrestres.

Na USCD, Ana teve a oportunidade de ter aulas no Scripps Instituto de Oceanografia, sobre vulcões, onde são reforçadas a Geologia e Paleontologia, já ensinadas na Unisanta, o que lhe permitiu agregar conhecimento sobre um ambiente pouco estudado no Brasil, devido a sua geografia.

De acordo com a aluna, os critérios principais para participar são obter notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) superiores a 600 pontos, cursar 20% a 90% de um curso com áreas contempladas pelo Programa e ter um bom desempenho acadêmico.

Para o edital de Ana Paula, nos Estados Unidos, era exigido o Test of English as Foreign Language (TOEFL), na modalidade Internet Based Test (IBT), com no mínimo 69 pontos ou Paper Based Test (PBT), com no mínimo 525 pontos. Também foi necessária carta de recomendação de professores e fazer algumas redações.

A estudante conta que sua experiência profissional foi maravilhosa. “Pude aprender na prática mais sobre muitas matérias que já tinha estudado em teoria no Brasil”. A aluna pode realizar experimentos e procedimentos científicos, manusear DNA, aplicar tecnologias que são de custo maior  e nem sempre existem na graduação brasileira.

Como experiência pessoal, Ana Paula comenta sobre o amadurecimento. “Aprender a sobreviver em outro País e cultura foi maravilhoso e me deu um olhar mais crítico sobre muitas coisas que no Brasil passamos diariamente e nem percebemos”.

Ana pode estagiar em Universidades renomadas e ter contato com grandes cientistas, além de obter mais conhecimento e fluência na língua inglesa. Ela conta também que sua adaptação em outro país foi complicada, devido a costumes e idiomas, porém tudo é ajustado com o tempo.

Para a estudante, esta oportunidade representou um enriquecimento curricular e pessoal, e seu plano para o futuro será fazer doutorado nos Estados Unidos. “Mas caso não ocorra não descarto a ideia de um mestrado e ou doutorado no Brasil ou em outro lugar.”

Para quem quiser aproveitar a oportunidade, Ana Paula dá a dica. “A dica é estudar, estudar e estudar, pois sempre vale a pena, cada sacrifício que fazemos hoje nos trará algo melhor no futuro. Perseverança e insistência, se alguém tiver vontade de participar que vá em frente, pois a experiência é maravilhosa. E que se apliquem para manter o nome da nossa Universidade e do País em alta, pois estamos provando pro mundo de que o Brasil produz bons cientistas e bons estudantes.”.