Desafios tecnológicos marcam o Hackathon Unisanta 2025

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A maratona mobilizou equipes durante três dias e resultou em projetos aplicáveis ao mundo real.

A Universidade Santa Cecília (Unisanta) promoveu, na última sexta-feira (10), mais uma final do Hackathon, evento que integra a Semana Acadêmica do curso de Sistemas de Informação da instituição. Considerada uma maratona de criatividade e desenvolvimento tecnológico, a atividade trouxe três desafios simultâneos, cada um proposto por uma empresa parceira, com o objetivo de estimular soluções para diferentes demandas reais do mercado.

Com a participação de 18 equipes, divididas entre as empresas T2S, IPort e Zoho, os estudantes tiveram três dias para desenvolver sistemas funcionais, apresentar seus projetos e competir por prêmios, que incluíram estágio remunerado e premiação em dinheiro.

O desafio da T2S focou no desenvolvimento de software. “Os estudantes deveriam criar um sistema capaz de analisar códigos-fonte e gerar uma avaliação automática da qualidade desses códigos para ver se eles estão bem construídos, dar uma pontuação e ver o que precisa melhorar”, explica Leo Andrade, docente responsável pelo Hackathon.

A IPort trouxe uma problemática relacionada ao Porto de Santos: a gestão de containers empilhados em pátios, com foco na organização para facilitar a retirada dos containers conforme a data de saída. O projeto deveria conter, inclusive, uma visualização em 3D para melhorar a visualização do espaço físico.

Já a Zoho desafiou os participantes a utilizar a plataforma Zoho Creator para criar uma solução voltada ao controle de chamadas e presença em eventos acadêmicos. “É um sistema para fazer a gestão onde os alunos vão marcar a presença, mas eles precisam estar no local do evento. Então, usa a geolocalização para isso”, relembra Andrade.

Projetos criativos e aplicáveis ao mundo real

Os estudantes que participaram desta edição do Hackathon tiveram a oportunidade de desenvolver habilidades técnicas, trabalho em equipe, disciplina e organização sob pressão. Como resultado, surgiram projetos que impressionaram pela criatividade, aplicabilidade e qualidade técnica.

A equipe vencedora do desafio da T2S foi a Commit & Rezar, formada por João Pedro Freitas e Silva, Luiza Diegues Ferreira Silva, Giovanni Fassina Venturin e Enzo Farias Rêgo. Eles criaram um sistema baseado em inteligência artificial que analisa repositórios de código e gera uma nota de qualidade, funcionando como um ranking técnico, eliminando a subjetividade da avaliação manual.

João Pedro, estudante do sexto semestre de Sistemas de Informação da Unisanta, compartilhou o processo e os ensinamentos do Hackathon: “O processo de criação foi bem complexo, longo e motivador, mas que deu tudo certo. Foi tudo dentro do que a gente esperava e queria. O Hackathon me ensinou que disciplina e organização são pontos-chave para construir alguma coisa na nossa vida. Com conhecimento, disciplina e motivação, a gente conseguiu chegar lá. E isso foi a base de tudo”, ressalta.

O representante da T2S, Rodrigo Salgado, abordou a avaliação técnica dos projetos: “Avaliamos os projetos usando uma métrica de engenharia de software baseada em IA. Eles tiveram que desenvolver um avaliador de qualidade para que pudessem ranquear os próprios projetos. Rodamos tudo em nossa plataforma e tivemos diferenciais claros entre as equipes”, explica.

No desafio da IPort, a equipe vencedora foi a ZeroLoop, composta por Arthur De Souza Silva; João Luiz Gradwool Lira, Felipe Santana Santos e Gabriel Schnr Cumpian Silva. O grupo criou um sistema que organiza o pátio de containers conforme as datas de saída, otimizando a remoção e reduzindo retrabalhos e tempo de espera.

João Luiz relatou a experiência: “Como foi uma semana, foi bem rápido, a gente juntou ali o time, começou desenhando primeiro o esqueleto do projeto e depois a gente já partiu para desenvolver, dividindo na parte das funcionalidades e da tela em si o que a gente ia apresentar para o usuário ali com o projeto”.

Ele ainda comentou que o Hackathon trouxe alguns aprendizados para a vida profissional e acadêmica: “Ensinou muito nessa parte de trabalho em equipe, prazo curto, ter que entregar resultado muito rápido, em cima da hora. Mas a gente conseguiu se organizar e conseguiu entregar um resultado aceitável. Ganhamos o hackathon, foi uma experiência muito boa”, explica.

No desafio da Zoho, o sistema vencedor foi da equipe Nilberts, que trouxe uma aplicação que automatiza a chamada de presença por meio de biometria facial e geolocalização, evitando fraudes comuns nas chamadas manuais.

Leonardo Navasconi, um dos criadores do projeto, esclarece: “A nossa proposta foi baseada nas presenças de chamada que o Santa Cecília realiza atualmente, que são chamadas manuais. Nós criamos um sistema automatizado que valida por biometria facial e a geolocalização”.

Leonardo e seu colega João Vítor Rodrigues Santana, que competiram sozinhos, enfrentaram a tarefa com dedicação intensa. “Foi nossa primeira vez no Hackathon e o trabalho foi dobrado. A gente começou a fazer o projeto na quarta e na sexta tinha que apresentar. O Hackathon conseguiu me ensinar que o esforço vale a pena e como profissional, a maturidade de conseguir resolver desafios e problemas em pouquíssimo tempo”, finaliza.

Além da premiação, que incluiu estágios para os vencedores da IPort (dois meses) e da T2S (três meses) e mil reais para cada integrante da equipe vencedora da Zoho, o Hackathon proporcionou aos estudantes contato direto com profissionais do mercado, aprendizado prático e o desenvolvimento de competências essenciais para suas futuras carreiras.