Hospitais, farmácias, laboratórios de pesquisas e de análises clínicas são alguns dos locais de trabalho de atuação do farmacêutico neste período.

Em tempos de pandemia do novo coronavírus – COVID-19, profissionais de várias áreas da Saúde estão atuando no combate à doença e sua prevenção, entre eles, os farmacêuticos. Estes profissionais são responsáveis por várias funções neste processo e são fundamentais em diversas frentes, desde o atendimento ao público nas farmácias até as pesquisas de novos medicamentos.

Coordenador do curso de Farmácia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), o Prof. Dr. Walber Toma explica quais são as áreas de atuação desses profissionais e de que modo eles podem contribuir em situações importantes como a que estamos vivendo atualmente.

“Temos farmacêuticos atuando no setor da pesquisa para a descoberta de tratamentos medicamentosos, bem como pesquisando sobre o entendimento da própria doença. O farmacêutico também trabalha nos hospitais, tendo em vista ser a farmácia hospitalar um ponto estratégico na batalha contra o vírus. Pode também exercer sua função nos laboratórios de análises clínicas, na realização de exames para diagnóstico da doença”, explica.

Ainda de acordo com o coordenador, outra atividade importante dessa função está diretamente ligada ao atendimento ao público. Com o objetivo de prevenir e controlar a doença, as farmácias devem garantir o fornecimento de medicamentos, incluindo os utilizados na prevenção, no diagnóstico e tratamento dos pacientes.

“O farmacêutico orienta a população sobre a doença e também sobre o uso racional de medicamentos nestas situações. Nas farmácias de manipulação, pode produzir o álcool em gel para o controle da assepsia das mãos”, afirma.

No curso de Farmácia da Unisanta, os alunos têm acesso a esse tipo de conteúdo e situações em disciplinas como Farmacologia, Química Farmacêutica, Análises Clínicas, Saúde Pública, Farmacotécnica e Legislação Farmacêutica.

Aprovação dos medicamentos e cloroquina – A aprovação de medicamentos passa por uma vasta linha de produção na indústria farmacêutica. Ela é feita por agências reguladoras como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e, no exterior, a FDA (Food and Drug Administration).

“Um medicamento, desde o seu início da pesquisa até chegar ao uso devidamente autorizado para um paciente, leva, em média, 20 anos. No caso específico da cloroquina, por se tratar de um fármaco já disponível para uso em doenças reumáticas e lúpus há décadas, o tempo de aprovação na utilização do tratamento da Covid-19 foi menor. Isto porque precisam apenas ser testados dose terapêutica, posologia, tempo de tratamento e riscos toxicológicos em diferentes perfis de pacientes.

Segundo o Ministério da Saúde, a cloroquina é indicada para uso de curto prazo, apenas em pessoas graves hospitalizadas devido ao coronavírus e caso o médico entenda que o paciente poderá ser beneficiado com sua utilização. O medicamento ainda possui poucas evidências no combate à doença e possui muitos efeitos colaterais que podem prejudicar a saúde.

Vale lembrar que os medicamentos não devem ser utilizados sem a orientação de um profissional responsável.

Prevenção – A “etiqueta respiratória” para tossir ou espirrar, a higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel a 70%, a identificação e isolamento respiratório das pessoas com a COVID-19 e o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) pelos profissionais de saúde continuam sendo as medidas preventivas mais eficazes para a redução do contágio.

“O álcool em gel para o coronavírus é eficiente, desde que seja a 70%. Neste caso, é realizada mistura de 70 partes de álcool absoluto para 30 partes de água destilada. Somente a 70% é que o álcool é solúvel para romper o envelope que protege o material genético do vírus. Ele deve ser usado após a lavagem das mãos ou em locais onde não seja possível proceder à lavagem das mãos”, conclui.