Projeto Rondon? Operação Mamoré? Para os marinheiros de primeira viagem, vale um parêntese. A idéia é simples. Ser um facilitador da experiência dos universitários vivenciarem a realidade de outras regiões e despertar a consciência para as imensas desigualdades socioeconômicas do país. Como? Levando os jovens até essas regiões e provocando um diálogo de culturas.

Pela segunda vez consecutiva, a Universidade Santa Cecília (Unisanta) foi selecionada para participar do Projeto Rondon 2010 – Operação Mamoré, tendo seu projeto aprovado na íntegra pelas autoridades do município de Theobroma, em Rondônia. A Unisanta trabalhará no municipio junto com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL). A viagem dos estudantes selecionados está marcada para o dia 16 de julho, com a volta prevista para o dia 31.

O município de Theobroma, localizado no leste do Estado de Rondônia, é a nova região beneficiada com as atividades voluntárias promovidas pelo Projeto Rondon, da equipe da Unisanta. A cidade fica a 320 km da capital de Porto Velho. Segundo dados do IBGE, a população estimada é de 10.325 habitantes e sua área territorial é de 2.199,865 km². Nesta segunda Operação em 2010, participarão do projeto, no Estado de Rondônia, cerca de 320 estudantes universitários, de diversas regiões do Brasil.

Antes da operação, o professor e coordenador do Projeto Rondon, na Unisanta, Dr. Celso Volpe, viajou até o município de Theobroma e conversou com o prefeito e secretários municipais para definir o que deveria ser feito. Após seu retorno, Volpe se reuniu com os estudantes selecionados, para apresentar as atividades nas áreas de cidadania, bem-estar, desenvolvimento sustentável e gestões públicas seriam realizadas nos municípios.

“As ações descritas foram acolhidas com entusiasmo pelos presentes na reunião com o prefeito. Não precisamos fazer nenhuma alteração no projeto”, explica Dr. Volpe.

O apoio das Forças Armadas é fundamental. A Força Aérea auxilia no deslocamento com aviões, barcos e helicópteros. E o Exército proporciona apoio de alojamento, alimentação e segurança. O Rondon envolve uma parceria entre a União Nacional dos Estudantes (UNE), Ministério da Educação, Associação Nacional dos Rondonistas e a colaboração dos governos estaduais e municipais.

Apresentar as operações realizadas pela Unisanta, dentro do Projeto Rondon, e mostrar a importância e a responsabilidade de se tornar um rondonista. Estes foram um dos principais objetivos da primeira reunião da operação. A equipe é formada pelos professores Dr. Celso Volpe, do curso de Engenharia Elétrica e coordenador do Projeto Rondon na Unisanta, Maria Fernanda Barreto, do curso de Farmácia, e pelos alunos Alessandro Alves de Almeida, Fernanda Cabrini Araujo, Karla Lucatelli Duarte, do curso de Biologia. Lizandra Tammy Itioka, Maxwell Cunha de Macedo, Rowena Karina Archidiacono, de Farmácia, Halley Rodrigues de Lima, do curso de Jornalismo e Vinicius Sarlo Silva, da faculdade de Direito.

Segundo o Dr. Celso Volpe, esta é uma experiência única aos oito estudantes que foram selecionados depois de uma reunião com mais de 60 candidatos. O objetivo é somar as habilidades de cada um e assim formar um grupo com múltiplas funções. “Eles poderão colocar em prática o conhecimento teórico da faculdade. E é isso que realmente faz a diferença no resultado final da operação”, finaliza.

Rondon– O programa é coordenado pelo Ministério da Defesa e visa capacitar e informar a população local, promovendo ensinamentos sobre direitos, deveres, cuidados e cidadania. Os universitários desenvolvem atividades benéficas para a cidade enquanto os habitantes locais mostram outro Brasil, gerando uma convivência e contato humano totalmente diferente do que acontece nos grandes centros. O trabalho é realizado diretamente com as prefeituras das cidades, tendo o apoio do Exército, no que diz respeito à segurança.

História – O Projeto Rondon, que existe desde 1967, foi interrompido em 1989, pelo Estado. Na primeira fase, contou com a participação de 350 mil alunos e 13 mil professores. Eles se inscreviam e participavam na cidade onde moravam. Os melhores eram escolhidos para trabalhar em âmbito nacional. Todos realizaram uma série de trabalhos nas áreas carentes do país.

O projeto foi extinto em 1989, mas a vontade de resgatar o trabalho, que no passado fora abraçado com força pelos estudantes, ressurgiu nos últimos anos. Assim, por iniciativa da UNE (União Nacional dos Estudantes) em parceria com o Governo Federal, o Projeto Rondon foi retomado em 2005.

Epidemia Rondon – Desde o ano de 2005, o Projeto Rondon vem contaminando o instinto de solidariedade de jovens universitários de todo o Brasil. O sintoma mais evidente é o voluntarismo crônico, que provoca ações em benefício das comunidades necessitadas.

A brincadeira de comparar o Projeto Rondon a um vírus que tem contagiado estudantes pelo país afora partiu do presidente da Associação Nacional dos Rondonistas, Sérgio Mário Pasquali. A analogia foi usada pelo lendário coronel durante o lançamento da “Operação Acre”, na Secretaria de Educação do Estado, um dia após a chegada dos Rondonistas. Pasquali é um dos idealizadores do Projeto Rondon.