O ano de 2007 foi marcado por inúmeras transformações na vida da nadadora e técnica da UNISANTA Maressa D´Paula Nogueira. Aos 26 anos, ela experimenta viver os dois lados de uma mesma situação, atuando na equipe principal da instituição e auxiliando o técnico da equipe Infantil Joel Moraes. “Nado desde pequena mas, mesmo formada
Nascida em Bauru e morando em Santos há oito anos, Maressa é a nadadora mais antiga da equipe, dentre aqueles vindos de fora. Durante todo esse tempo ela viveu e presenciou muita coisa dentro da equipe e tem história para contar.
Os estudos sempre foram prioridade na vida da atleta, fazendo com que ela se empenhasse ao máximo para conciliá-lo aos treinos, visando crescer cada vez mais. Formada em Educação Física pela Universidade Santa Cecília em 2003, Maressa já tem pós-graduação em Fisiologia do Exercício e agora pretende fazer Mestrado pela Universidade de São Paulo (USP): “Esse é meu objetivo de vida agora, tanto que já estou desenvolvendo alguns trabalhos e entrei em grupos de estudo de lá”.
Para ela, morar longe da família é o maior sacrifício enfrentado na conquista de seus objetivos: “Família é tudo pra mim”. A nadadora possui cinco irmãos – a mais velha com 40 anos e o mais novo com 5 -, sobrinhos e até uma sobrinha-neta, mas mesmo assim diz que não se imagina constituindo uma família grande: “Adoro ter vários irmãos, mas depois que comecei a trabalhar com o Infantil, comecei a considerar a possibilidade de não ter muitos filhos, ou não ter nenhum, porque vi que a responsabilidade e as preocupações em criar uma criança são muito grandes”.
No início da vida em Santos, Maressa conta que sofreu muitas dificuldades de adaptação. “Mesmo tendo saído de casa anteriormente, aos 14 anos, foi bastante difícil minha adaptação aqui, perdi o horário muitas vezes, não sabia em quem podia confiar e fui alvo de muita fofoca”, explica.
Por outro lado, a experiência adquirida durante todos esses anos fez com que ela se tornasse uma pessoa mais forte e determinada, que já enfrentou muitas dificuldades e agora não se abala facilmente. O reconhecimento pelo esforço e a sensação de saber que é capaz de se virar sozinha em qualquer situação fazem tudo valer a pena.
Quanto à carreira profissional, ela afirma estar feliz com o que faz e diz que, mesmo com a marginalização da profissão, quer atuar na área em que se formou. Dentre os planos, ser técnica não é o principal: “Não me imagino assumindo uma equipe, a menos que seja de Petiz ou Mirim, acho que não estou em condições de cobrar”.
Os verdadeiros sonhos da técnica estão na educação infantil ou no trabalho com os idosos. Ela conta que gostaria de ter uma escola para lidar com o processo de formação e coordenação infantil ou então auxiliar idosos a ter uma vida mais ativa e independente.
Nas piscinas, a carreira de Maressa foi marcada por fases boas e ruins, mas talvez essa seja sua última temporada competitiva: “A rotina dos treinos está muito puxada e com tantos afazeres provavelmente terei que abrir mão de algo”. Em uma comparação, ela diz que o desgaste de dar treino não chega nem perto das exigências dos treinamentos, mesmo exercendo as duas funções todos os dias.
Durante todo o tempo de UNISANTA ela cita diversas mudanças ocorridas na estrutura e na postura da equipe. Dentre elas, a crescente profissionalização da modalidade na instituição, a vitória da equipe feminina no último Finkel com atletas que treinam na própria universidade e o aumento dos investimentos no segmento. “Pare se ter uma idéia, não havia nenhuma república um ano antes de eu me mudar para Santos”, explica.
Teimosa é como a técnica se define, mas seu comportamento permite que ela seja definida como centrada em função de planejar todos os seus passos e executar todas as suas tarefas com responsabilidade.
Embora namore há mais de quatro anos o também nadador Leonardo Fim, ela diz que ainda não acha que está na hora de casar: “Quero ter estabilidade antes, conquistar meu espaço, minhas coisas e quando for possível dividir, e ao mesmo tempo somar, isso com outra pessoa será a hora certa”.