Em meio a gritos de torcida, assobios, crianças pulando para lá e para cá, você vai encontrar Cláudio Paz, técnico da equipe de natação Mirim I e II da UNISANTA. Treinar crianças no Mirim exige um trabalho psicológico grande, pois esta é a idade em que elas estão aprendendo tudo, isto é, quando se aprende os quatro estilos de natação e onde começa a preparação para competição, mas claro de uma maneira leve e descontraída.
O treinamento do Mirim não visa revelar um talento, mas sim, criar um atleta que possa competir profissionalmente mais tarde. “Agora é a época de incentivar e de cuidar bem das crianças para que mais para frente elas se tornem bons atletas” diz Paz.
Após a prova é comum ver uma criança sair correndo da piscina não em direção aos pais, mas sim em direção ao técnico, ansiosa para ver se houve melhora em seu tempo na piscina. O olhar fixo e os ouvidos atentos a todas as dicas evidenciam a confiança que elas têm no treinador. Isto ocorre, pois o Paes afirma que, ele não cobra que a criança vença e sim que ela dê o seu melhor na prova “Para mim o importante é que ela dê o melhor de si”.
Mas não pense que, em meio a tantas alegrias, cuidar desses pequenos nadadores deixa de lado aquele belo e antigo puxão de orelha. As criticas são sempre construtivas, quando o atleta perde uma prova ele vem correndo saber o que possivelmente fez de errado, qual foi seu tempo e como melhorar e claro, o treinador explica tudo sempre pronto para abraçar os pequenos sempre incentivando. Quando indagado sobre o que ele acha de sua função ele diz “É como se eu fosse um segundo pai”.
Há dias, porém, emque o mar não está para peixe e as crianças ficam nervosas e se negam a competir, por medo e insegurança. Mas isso não é problema, pois lá esta o “Tio Claudio” para curar todos os problemas e colocar um grande sorriso nas crianças. “Às vezes é difícil, pois elas ficam muito nervosas, mas é só incentivar e passar segurança” completa.

PETIZES – O amigo e colega de profissão, Rogério Campos, é o responsável pela equipe Petiz I e II da UNISANTA. Cuidar do Petiz exige menos trabalho, pois as crianças já estão mais maduras, porem também não é fácil. Campos, que é técnico há 11 anos, diz que não considera sua atividade como um trabalho, mas sim uma paixão. “Estar aqui é meu lazer, considero esse trabalho como uma verdadeira paixão” diz Campos, sorridente.
A dinâmica de treinamento é um pouco diferente. Quando se esta no Petiz ela perde aquele ar de brincadeira e começa a ganhar fôlego de competição. “Eu sou quem lapida as crianças, pego o diamante bruto e lapido, o Rogério é quem da forma ao diamante, depois de lapidado” diz Paz sobre o treinamento do Mirim e do Petiz. Campos afirma que seu objetivo como técnico do Petiz é treinar as crianças para que elas possam ter uma vida de atleta longa e com saúde.
É evidente a cumplicidade que existe entre os técnicos e as crianças, quem passa por eles não consegue deixar de notar as brincadeiras que eles fazem juntos e a alegria contagiante, mas claro tudo na hora certa. Se você se deparar com varias crianças perfeitamente alinhadas em fila, não se impressione, não é hora do hino nacional é hora do balizamento. Todas as crianças parecem nascer sabendo, basta dizer o nome uma única vez e elas já estão prontas sem nenhum atraso, sempre sob os olhos atentos de seus orientadores.
Mas nem só de água vivem os peixinhos e seus técnicos. É preciso muita dedicação para obter bons resultados. “Agente procura não cobrar que eles vençam todas as provas e sim incentivar melhorara do tempo, mas claro que se eles venceram nos ficamos muito felizes”, diz Campos