Por Santaportal

O nadador Victor Colonese, da Unisanta, vai herdar o bronze da maratona aquática dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, disputados no ano passado. O motivo foi a suspensão por quatro anos do argentino Guillermo Bertolla anunciada pela Federação Internacional de Natação (Fina).

A razão do doping é uma transfusão de sangue que ele fez ainda em 2018, provocada por uma gastroenterite, e não comunicou às autoridades esportivas. Com isso, o argentino perdeu todos os resultados no período.

Desta forma, o equatoriano Esteban Enderica continua com o ouro, o americano Taylor Abbott fica com a prata e Colonese, que havia chegado em quarto lugar, ficou com o bronze.

O #Santaportal conversou com Victor Colonese, que contou todos os detalhes de como tomou conhecimento da novidade e daqueles momentos da prova.

Como foi o momento em que recebeu a notícia?

Recebi a notícia às 11 da manhã, pelo meu técnico Márcio Latuf. Eu estava treinando no mar de São Vicente quando ele me ligou. Assim que terminei, retornei a ligação. Mas, no final de janeiro ou início de fevereiro, eu soube da notícia que o Bertolla havia sido notificado por algo irregular que ele havia feito sobre o doping e, desde então, estava aguardando ansiosamente pelo que iria acontecer.

Qual o sentimento de ganhar uma medalha dessa forma? Ainda mais em um período em que tudo está parado…

Essa medalha é um sonho. Iguala o melhor resultado do Brasil no masculino em maratonas aquáticas, o bronze de 2007 (com Allan do Carmo), o melhor resultado do país nessa modalidade em Jogos Pan-Americanos, com agora três medalhas. É claro que essa medalha traz um ânimo a mais para os treinos, dentro desse período complicado no qual vivemos, em que dificilmente temos piscina para treinar. Eu mesmo tenho treinando na Praia de São Vicente. Ela lembra o gosto de alcançarmos os objetivos e me dá mais força para continuar focado nas seletivas olímpicas que estão por vir.

O que você se lembra daquela prova e de sua participação?

Lembro o final de prova. Vinha junto com o Bertolla e faltavam uns 600 metros de prova. No final, ele abriu um pouco e ainda o pior: foi o americano que atacou já nos últimos metros, dentro do funil de chegada, e eu não consegui acelerar. Então, ficou aquele gostinho de ter dado o máximo e ter ficado tão próximo ao pódio.

E as reações de amigos e familiares?

Estão todos muitos felizes. Fiz questão de contar ao meu pai que me acompanha e me apoia muito. Muitos souberam antes de mim, pois, como eu disse, eu estava treinando quando a notícia veio.

A quem você dedica a medalha?

Quero dedicar essa medalha para a Unisanta, por todo suporte na vida de atleta e também na acadêmica, já que agora no meio do ano me formo em Engenharia de Produção pela Universidade. Ao Exército Brasileiro e às Forças Armadas, por todo o suporte que vem me fornecendo nesse período, eu que sou 3º sargento do Exército e tenho orgulho de representar e defender meu País, ao Pierin Fisio pelo trabalho de fisioterapia que me ajuda nos treinos e nas competições, à doutora Mithra, minha médica e também da equipe da Unisanta, à minha família por todo o suporte e, claro, a todos os profissionais que trabalham diretamente comigo. Quero lembrar que essa medalha não é só minha, é de toda a equipe que me ajuda.

Como você tem se virado para treinar neste período de pandemia?

Nesta pandemia eu tenho treinado no mar de São Vicente em algumas vezes na semana. Tenho feito trabalho de bicicleta indoor e montei uma miniacademia em casa, onde tenho adaptado meus treinos da melhor maneira possível para manter ao máximo meu condicionamento e também tentado trabalhar meus pontos fracos para voltar ainda melhor.