Há menos de um ano, ela ocupou o ponto mais alto do pódio nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, mesmo convivendo com o sacrifício e as dores. Hoje, vencida pelos constantes problemas de ordem física, Danielle Zangrando está fora de Pequim 2008, pelo menos como atleta. A judoca formada em Jornalismo pela Faculdade de Artes e Comunicação (FaAC) da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), de Santos, não foi relacionada para a equipe que defenderá o Brasil, em agosto, nos Jogos Olímpicos.
A convocação levou por base o desempenho dos atletas na temporada européia, período no qual Danielle, lesionada no quadril e região lombar, não pode desenvolver todo o seu potencial. Danielle, no entanto, deverá ir à Pequim como comentarista de uma das inúmeras emissoras de TV brasileiras credenciadas pelo Comitê Organizador dos Jogos. O anúncio da composição da seleção brasileira foi feita pela CBJ no início da tarde desta sexta-feira (14).
Aos 16 anos, Danielle tornou-se a primeira brasileira a conquistar uma medalha na história de um Mundial. A façanha foi alcançada em 1995, no Japão, quando foi bronze. Depois Edinanci Silva também ganharia a mesma medalha.
Em 1996, ela disputou a sua primeira Olimpíada, mas sem sucesso. No Pan de 1999, porém, a redenção. A medalha de bronze em Winnipeg, no Canadá, foi uma das suas maiores glórias.
Em Atenas, em 2004, Danielle viveu um drama. Em 2001, uma cirurgia para hérnia de disco a deixou perto da aposentadoria. Inspirada na conquista do pentacampeonato brasileiro no futebol, especialmente na recuperação do atacante Ronaldo, que antes do título havia passado pelo drama de contusões e cirurgias no joelho direito, a atleta voltou a competir em 2002 e venceu a seletiva para a Grécia.
SEM SURPRESAS – Sem virada de mesa ou critérios subjetivos, a Confederação Brasileira de Judô anunciou nesta sexta-feira a seleção olímpica sem surpresas. Os judocas que venceram mais nas etapas européias da Copa do Mundo, usadas como seletiva olímpica, vão lutar nos Jogos de Pequim.
Já estavam garantidos os meio-leves João Derly, campeão mundial e pan-americano, e Érika Miranda, quinta colocada no Mundial e medalha de prata no Pan do Rio. Além disso, o time terá os campeões mundiais Luciano Correa (meio-pesado) e Tiago Camilo (meio-médio), além do medalhista de bronze João Gabriel Schlittler (pesado).
Nas categorias mais disputadas, os treinadores evitaram decisões polêmicas. No ligeiro masculino, por exemplo, Denílson Lourenço foi o escolhido. Seu rival, Alexandre Lee, conseguiu desempenho parecido com o de Lourenço, mas venceu uma luta a menos.
No feminino, a brasiliense Ketleyn Quadros ficou com a vaga de de Danielle Zangrando. Medalhista de prata no Pan do Rio, a paulista Danielli Yuri também conseguiu uma vaga disputada, desbancando outra veterana, Vânia Ishii.
O time masculino será formado por Denílson Lourenço (ligeiro), João Derly (meio-leve), Leandro Guilheiro (leve), Tiago Camilo (meio-médio), Eduardo Santos (médio), Luciano Correa (meio-pesado) e João Gabriel Schlittler (pesado). Já o time feminino terá Sarah Menezes (ligeiro), Érika Miranda (meio-leve), Ketleyn Quadros (leve), Danielli Yuri (meio-médio), Mayra Aguiar (médio), Edinanci Silva (meio-pesado) e Priscila Marques (pesado).