A medalha olímpica é o foco principal da carreira da atleta, desde pequena.
Há um ano dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Poliana Okimoto, atleta da equipe de natação da Universidade Santa Cecília (Unisanta), no Litoral Paulista, está se sentindo mais leve e com as esperanças renovadas para ir em busca da primeira medalha olímpica de sua carreira. Aos 32 anos, Poliana participa pela terceira vez de uma Olimpíada, após garantir vaga no Mundial de Kazan, na Rússia, ao ficar entre as dez melhores nadadoras do mundo na prova dos 10km de maratonas aquáticas. Essa era a última chance de carimbar o passaporte para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Em coletiva de imprensa realizada na Universidade na manhã desta quarta-feira, dia 5, a nadadora falou sobre o desempenho na Rússia e suas expectativas para as Olimpíadas no Brasil.
Aliviada – “Ter conseguido essa classificação tirou um peso das minhas costas. Estávamos pressionados, sabíamos que seria uma competição muito forte, com todos em busca da vaga olímpica. Minha preparação foi muito boa, meu técnico (Ricardo Cintra) conseguiu tirar cada gota de suor de mim e me fazer nadar cada vez melhor e mais rápido”
Emocionada, Poliana revelou que desde pequena sonha com a medalha olímpica. “Foi o primeiro passo. Agora, meu foco é ganhar uma medalha nas Olimpíadas. É o meu objetivo principal de carreira. Agora é momento de pensar grande”.
Mundial – Na competição realizada na Rússia, Poliana completou os 10 km com o tempo de 1h58m28s8, o que lhe rendeu o sexto lugar. “Treinamos para ficar entre as dez, sabíamos que seria uma prova muito difícil e em condições que não seriam ideias para mim. É claro que eu queria estar no pódio, mas conseguimos o nosso objetivo, que era a classificação”. No último Mundial, Poliana conquistou três medalhas.
A atleta quer aproveitar a experiência de Kazan a favor de seu aperfeiçoamento profissional. “Durante a prova eu cometi algumas falhas, principalmente na última volta. Estava com o pensamento na medalha e acabei me desgastando um pouco, o que interferiu no final de prova. Mas cada competição é diferente e a gente tem que guardar isso como experiência e tentar melhorar no futuro, principalmente pensando em uma medalha olímpica”.
Retrospectiva – Nas Olimpíadas de 2012, Poliana não conseguiu terminar a prova devido à hipotermia. Mas, conforme enfatiza a nadadora, tudo o que acontece em sua trajetória serve como motivação. “Como pessoa e como atleta eu sempre consegui tirar das dificuldades uma motivação maior. Sempre depois de uma queda eu volto melhor, mais motivada, e com mais vontade, e eu acho que não tem motivação maior do que estar classificada, com um ano de planejamento e poder ter esse tempo para parar e pensar no que deverá ser feito”.
O fato de participar de uma olimpíada no Brasil já é um diferencial para os atletas da seleção brasileira. “Nadar em casa, no nosso fuso horário, será muito bom para os brasileiros, com a nossa comida e num local que a gente pode treinar quando quiser, então temos algumas vantagens”.
As expectativas para os Jogos Olímpicos são as melhores. “Estou muito mais tranquila do que nas outras duas participações. Não tenho nada a perder e estou numa situação muito boa. Vou mais leve, sabendo que eu posso conquistar uma medalha e a minha realização pessoal”.
Próximos campeonatos – Daqui há duas semanas, Poliana participa do Troféu José Finkel. Ela quer ajudar a Unisanta na pontuação das provas que disputará, os 400, 800 e 1500m livre. Logo após o Finkel terá um evento teste e, posteriormente, o Campeonato Mundial Militar, em outubro.
Victor Colonese: evolução
Outro nadador da Unisanta que vestiu as cores da seleção brasileira no Mundial de Kazan foi Victor Colonese. Ele competiu nos 5km de maratonas aquáticas e terminou entre os nove melhores do mundo. “Na minha primeira participação em um Mundial, que foi em Xangai, fiquei em 23º lugar nos 5km. Em 2013 eu não participei e agora consegui chegar no 9º lugar”.
Para o jovem baiano, esse foi um resultado muito positivo e surpreendente. “Estávamos treinando para uma boa colocação, mas acabei me surpreendendo mesmo, já que o nível da prova estava muito forte”.
Próximos objetivos – Agora Colonese quer treinar para a piscina. “Não consegui a vaga olímpica nas maratonas, mas na piscina ainda tenho duas chances neste ano (Troféu José Finkel e Torneio Open) e uma no ano que vem (evento teste, última seletiva). O índice ainda está um pouco distante do meu tempo, mas eu acho que dá para trabalhar para melhorar meu tempo ou alcançá-lo”, afirmou o atleta, que tentará a vaga na prova de 1500m livre.
Apoio da Unisanta – Colonese estuda Engenharia Mecânica na Unisanta e é grato à instituição pelo apoio que recebe. “A Unisanta foi muito importante para mim. Sou de Salvador e vim para Santos com 17 anos. Hoje, aos 23 anos, percebo meu crescimento pessoal e profissional. A estrutura que tem aqui é muito boa e confortável, há um espírito de família e equipe. Os nadadores têm altos e baixos na carreira. Há três anos atrás eu estava em uma situação ruim e agora eu voltei a crescer. Destaco também o trabalho da equipe multidisciplinar, que ajuda muito. Somos o resultado de tudo isso”.