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Foi a primeira maratonista brasileira a chegar ao pódio em Olimpíada. “Dei a volta por cima”, afirmou, chorando emocionada e lembrando que havia chegado à prova desacreditada.

Poliana Okimoto, do Brasil, subiu ao pódio com a medalha de bronze na manhã desta segunda-feira, após uma prova emocionante na Rio 16. Ela havia terminado em quarto lugar,  depois de nadar um bom tempo em terceiro, nos minutos finais.

A prova já havia terminado quando veio a notícia: a francesa Aurelie Muller, que tinha ficado em segundo lugar, foi punida e eliminada da competição, com a justificativa de que havia feito uma manobra ilegal, ao dar uma braçada na italiana Rachele Bruni.

Com essa decisão, a brasileira ficou com o bronze, ao completar a prova com 1h5651s4. A holandesa Sharon Van Rouwendaal terminou em primeiro e a prata ficou com a italiana Rachele Bruni, que havia chegado em terceiro lugar.

“Me chamaram de velha, desacreditaram de mim e mais uma vez eu dei a volta por cima”, comemorou Poliana Okimoto.poli3

“ Eu não estava acreditando, a gente treina tanto, espera por esse momento e, quando chega, não acredita. Dediquei tantos anos para a natação e, sem falsa modéstia, eu merecia essa medalha. Quero agradecer às pessoas que me ajudaram, profissionais que trabalham comigo, meu técnico. Deus é brasileiro, deixou a água com temperatura boa. Na última volta não consegui me alimentar, no fim estava morta, mas foi muito bom, experiência única.”

Ricardo Cintra, técnico e marido de Poliana Okimoto, descreveu o bronze como a concretização de um sonho.  “É a realização de um sonho, ela lutou muito, são 13 anos em busca deste sonho. Espero que o pessoal em casa procure saber da história da Poliana no esporte, que é muito bonita,  um exemplo para todos os atletas. Foi a primeira campeã mundial, primeira em 10 km e faltava esta medalha, graças a Deus conseguiu ser pioneira também na Olimpíada para fechar (carreira) com chave de ouro.”

Em Londres 2012, Poliana Okimoto  precisou desistiu da prova  devido a uma hiportemia. Em Pequim 2008, ficou em sétimo lugar.

A disputa maior ocorreu entre o segundo e o terceiro lugares. Poliana Okimoto ficou bem próximo das adversárias, chegando 1 segundo e 9 milésimos após a italiana. “Com o quarto lugar era dificil de aceitar,  porque dei tudo de mim. Estava satisfeita, fiz uma excelente prova, estava muito feliz então por ter dado meu máximo. Mas quando soube do terceiro lugar foi a concretização do sonho. Deus é brasileiro”, afirmou a atleta.

A baiana Ana Marcela Cunha terminou com 1h57m29s, em 10º lugar. Liderou em alguns momentos a prova, mas acabou ficando para trás.

Ana Marcela-  “Estou triste, lógico”, disse Ana Marcela. “São 200 milhões apoiando a gente, mas o País fez história, a Poliana está no pódio. Eu estou triste por minha colocação, mas sei que fiz o máximo. A posição não é digna pelas pessoas que estão ao meu lado. Nadei sete quilômetros e meio sem me alimentar e isso conta muito”, explicou.

Márcio Latuf, técnico da nadadora,  lamentou um acidente no segundo posto de alimentação da maratona aquática, segundo  ele decisivo para o resultado da baiana. “Ela não conseguiu se alimentar no segundo posto, a gente baixou a vara e ela perdeu a garrafa e, sem alimentação, perdeu força para buscar um bom resultado. Isso interferiu no planejamento físico”.

FINAL (10km): 1º Sharon Van Rouwendaal – 1h56min32s1 / 2º Rachele Bruni – 1h56min49s5 / 3º Poliana Okimoto – BRASIL – 1h56min51s4 / 10º Ana Marcela Cunha – BRASIL – 1h57min29s0