Por Aldo Neto – Colaborador e Assessoria de Comunicação

Um imortal do Esporte. Um homem que construiu um grande legado desportivo na Cidade, em especial dentro do Santos FC. Foi com saudade e pesar que dirigentes e ídolos do Santos FC comentaram o falecimento do ex-presidente do clube, Dr. Milton Teixeira. A atual direção do Santos FC decretou luto oficial de três dias devido ao falecimento do ex-presidente.

Presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo, José Maria Marin foi um dos grandes amigos que Milton Teixeira teve dentro do esporte. Ambos se conheceram quando Marin ocupou a presidência da Federação Paulista de Futebol e posteriormente o Governo do Estado, e Milton já atuava na direção do Peixe. Mesmo ocupado diante das suas atuais tarefas relativas à Seleção Brasileira e à Copa do Mundo, Marin fez questão de falar do amigo: “Convivi longamente com o Milton Teixeira, com quem aprendi muito. Sei das suas grandes qualidades como homem, pai de família, educador e desportista emérito. Perdemos um grande amigo e excelente companheiro. Deixa um legado de trabalho, respeito, honradez e agora muita saudade. Meus sentimentos a sua querida família”.

Outro grande dirigente do Futebol Brasileiro fez questão de deixar sua mensagem sobre Milton Teixeira. Vice-presidente da CBF e Presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero destacou várias qualidades de Teixeira. “Foi um homem que se dedicou à família e aos filhos. Dedicou-se também à administração da Unisanta e ao esporte. Foi um dirigente esportivo muito respeitado. Foi um dirigente de clube que serve de exemplo para qualquer presidente, principalmente pelos princípios éticos e morais com que agiu dentro do esporte”.

Capitão do Santos FC Bicampeão do Mundo, José Ely Miranda, o Zito, foi um grande amigo de Milton Teixeira. Zito foi diretor de Futebol durante sua gestão e lembra com carinho do dirigente. “Trabalhei com ele e fomos campeões em 1984.Foi um grande presidente e uma pessoa fantástica e  nos deixa com muita saudade, sem muitas palavras para descrevê-lo. Pois é difícil encontrar alguma palavra que mostre a sua importância para o Santos FC”.

Vice-presidente de Comunicação do Santos FC de 1984 a 1986, Modesto Roma Júnior não teme em dizer que Milton Teixeira não morreu. “Ele é um grande homem. E o tempo verbal está certo. Milton Teixeira é imortal pelas obras e legado desportivo e cultural que deixa não apenas para o Brasil, mas para toda a humanidade”.

Campeão do Mundo em 1970 com a Seleção Brasileira, o volante Clodoaldo lembra que teve o privilégio de conviver com Milton como jogador e dirigente. “Ele foi meu diretor quando ainda jogava no Santos FC. Depois fui seu diretor em 1984 e participamos juntos da conquista daquele Paulista. Tinha muita intimidade com ele. O Milton tinha uma paixão enorme pelo Santos FC. Estava sempre presente. Mantínhamos essa relação de amizade e paixão. Tenho grandes recordações deste homem que dedicou sua vida ao clube”.

Zagueiro campeão Paulista em 1984 pelo Santos FC, Toninho Carlos realça a parceria que ele mantinha com os jogadores. “Todos amávamos o Milton. Ele foi maravilhoso para todo o time de 1984. Agradeço a Deus pela sua presença como presidente do Santos FC naquele momento. Ele ajudou muito a gente naquela conquista. Era um líder nato, que sabia ouvir e compartilhar decisões. Gostávamos muito dele. É uma perda inestimável”.

Lateral-esquerdo campeão paulista de 1984 pelo Peixe, Gilberto Sorriso ficou triste ao receber a notícia da passagem do amigo Milton Teixeira. “Fico até sem palavras.  Era uma pessoa que todos gostavam. Não tinha um jogador do elenco que não tinha boa relação com o Milton. Sempre foi correto e honesto conosco.  Era acessível e sempre ouvia as ponderações dos jogadores. Tinha uma facilidade de falar com os atletas, incrível. Fico chateado com seu falecimento porque era um grande amigo”.

Outro campeão paulista em 1984, o meio-campo Lino, destaca a capacidade de gestão de Milton Teixeira. “Foi um grande presidente. Geria, como poucos, nosso time ao lado do Castilho e dos outros treinadores que passaram no período. Era um cara que todos gostavam. Sempre me tratou muito bem, com honestidade. Tivemos um bom relacionamento. Fica a saudade”.

Comandante do Santos FC nos títulos Brasileiro de 2004 e Paulistas de 2006 e 2007 (todos conquistados na gestão de Marcelo Teixeira, filho de Milton no clube), Vanderlei Luxemburgo também lamentou o falecimento. “O Santos FC perde um dos seus históricos dirigentes, e eu perdi um grande amigo. O Milton vai deixar muita saudade em todos. Meu abraço carinhoso em toda a família”.

Campeão do Mundo em 1979, o atacante Jonas Eduardo Américo, o Edu, não foi atleta de Milton Teixeira, mas fez questão de deixar sua palavra de carinho sobre o amigo. ” Não tive a honra de trabalhar com ele, mas convivi muito dentro do Peixe. Era uma pessoa íntegra e honesta. É uma grande perda para o esporte e para o Santos FC”.

Milton Teixeira e o Santos FC
Presidente do Santos FC de 1984 a 1986, Milton foi diretor de futebol, voleibol e esportes do clube desde a década de 1970, trabalhando com os presidentes Modesto Roma e Athié Jorge Coury.  Em sua gestão, o Santos FC conquistou o Campeonato Paulista de 1984, com um time mágico com craques como Serginho Chulapa, Rodolfo Rodriguez, Lino, Zé Sérgio e outros. Também presidiu o Conselho Deliberativo do clube de 1989 a 1992. Devido à sua grande contribuição ao clube, obteve o título de Sócio Benemérito. Devido à sua dedicação na preservação da memória do esporte da agremiação, o Santos FC, ao inaugurar o seu museu intitulado Memorial das Conquistas, em 17 de novembro de 2003, fez questão de atribuir o nome de Milton Teixeira ao espaço.

Natação

“Milton Teixeira foi um visionário. Quando adquiriu o Santa Cecília, havia uma piscina vazia e cheia de cadeiras. Ele reativou a piscina e conseguiu ver longe. Com muito trabalho e dedicação, colocou a equipe de natação da Unisanta entre as principais do País e no primeiro lugar entre as equipes mantidas por instituições de ensino brasileiras. Com certeza, ele fará muita falta em nossas vidas. Palavras da professora Rosa do Carmo José, coordenadora de natação da Unisanta”.

Voleibol e basquete

José Oswaldo da Fonseca Marcelino, o Negrelli, ex-jogador da Seleção Brasileira de Voleibol e professor da Faculdade de Educação Física e Esporte da Unisanta, chegou ao Complexo Educacional nas primeiras horas do velório e deixou registrada sua gratidão a Milton Teixeira:

“Com apenas 17 anos eu viajei para a Europa com a delegação da equipe de Voleibol, chefiada por Milton Teixeira, na época presidente da Liga Santista de Voleibol”.  Participações como essa, acrescentou, foram um trampolim para que eu pudesse chegar à Seleção Brasileira e às Olimpíadas. Negrelli participou dos Jogos Olímpicos de Munique na Alemanha, em 1972, e do Mundial de Vôlei no México em 1974.

“Milton contribuiu não só com minha formação esportiva, mas profissional, acresecentou Negrelli. Ele sempre ressaltava a importância dos estudos em paralelo à trajetória esportiva. Homem empreendedor, amigo, generoso, que fará muita falta”.

Como funcionário do Santa Cecília, há 36 anos, o professor Milton José Ribeiro, o Mono, que coordena o Departamento de Esportes da Unisanta, também comentou sobre a importância de Milton Teixeira no campo esportivo. “Acompanhei todo o desenvolvimento do esporte aqui no Santa Cecília, por onde passaram inúmeros atletas olímpicos. A equipe de basquete da Unisanta, por exemplo, participou da Liga Nacional de Basquete, sem falar do brilhante desempenho nacional e até internacional da equipe de natação . Milton sempre foi um incentivador do esporte, dando condições de trabalho tanto a atletas como a técnicos.