(SANTOS) – O Projeto Travessia Oceânica Laje de Santos/Renata Câmara Agondi, a maior competição em águas abertas realizada no Brasil, tem a sua largada neste domingo (25/09), a partir das 10 horas, com uma prova de 3,5 quilômetros, entre a Paria do Boqueirão (defronte à Conselheiro Nébias) e a Ponta da Praia (em frente ao Aquário Municipal). A disputa envolve 727 atletas, representando 64 entidades, entre clubes, academias, unidades militares e universidades.
A etapa deste domingo (25/09) abre a série de provas qualificatórias para o grande desafio marcado para o dia 26 de janeiro de 2006, quando apenas oito atletas terão o privilégio de nadar entre a Laje de Santos e a Baía de Santos, em uma distância aproximada de 42 quilômetros. A arbitragem e supervisão técnica são da Federação Aquática Paulista (FAP). Os pais de Renata Agondi, Raul e Lucrécia, serão os responsáveis pelos tiros de largada das categorias masculina e feminina, respectivamente.
O Projeto Travessia Oceânica Laje de Santos/Renata Câmara Agondi é uma realização Universidade Santa Cecília (UNISANTA), com organização da Presença e apoio do Sistema A Tribuna de Comunicação, Governo do Estado de São Paulo (Secretaria de Estado da Juventude e Esportes), Prefeitura Municipal de Santos (Semes e CET), Capitania dos Portos de São Paulo, 17o. Grupamento de Bombeiros, Parque Marinho Laje de Santos, Engeplus, Troféus Brasil Santa Rita, Energil Sport, Bandeirante Emergências Médicas, Associação Sabesp, Estrada Transportes e Power.
Criado com a finalidade de homenagear uma das mais notáveis nadadoras de águas abertas do mundo, o Projeto Renata Agondi compreende quatro etapas interligadas, culminando com o Desafio da Laje de Santos, que reunirá um número máximo de oito atletas, em prova marcada para o dia 26 de janeiro de 2006 (aniversário da Cidade).
Assim Apenas os 100 melhores competidores desta primeira etapa tomarão parte da segunda, marcada para o dia 30 de outubro, na distância de 7,5 quilômetros, entre São Vicente (Ilha Porchat Club) e a Ponta da Praia (Aquário Municipal).
Da terceira etapa, a ser realizada no dia 4 de dezembro, na distância de 15 a 20 quilômetros, ainda na Baía de Santos, tomarão parte apenas os 32 melhores da segunda etapa. E da quarta e última, apenas de oito atletas, no máximo, extraídos da terceira etapa , terão o privilégio de competir na distância de 30 a 42 quilômetros, compreendidos entre a Laje de Santos e a Baía de Santos

SEGURANÇA – A segurança é ponto vital dentro da realização do Projeto Travessia Oceânica Laje de Santos/Renata Câmara Agondi. Assim, já nesta primeira etapas atletas e todos os envolvidos direta ou indiretamente na organização da prova estarão cobertos por um sistema de assistência médica inédito em termos de provas aquáticas.
O presidente da Comissão Organizadora Marcelo Teixeira frisou que, “desde a primeira reunião preparatória, buscou-se não apenas atender às exigências da Federação Internacional de Natação (FINA), como se ir além, de maneira a dar o máximo de segurança aos atletas e integrantes do staff”.
O dirigente destaca que, além de uma unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros e de uma UTI Móvel da Bandeirante Emergências Médicas, todos os envolvidos terão a cobertura do Hospital Beneficência Portuguesa, com direito a consultas, repouso assistido, soro e medicamentos necessários. O convênio com o Hospital deveu-se ao trabalho do gerente comercial do evento, Ary Leal, e sua equipe.
“Nossa intenção é garantir aos atletas e ao staff amplas e totais condições para o excelente desempenho de suas funções, tarefas e performances. Perfeitamente assistidos, todos poderão render no máximo de suas potencialidades”, frisou Marcelo Teixeira.

A HOMENAGEADA – Renata Câmara Agondi, que empresta seu nome ao desafio no qual se constitui o Projeto Travessia Oceânica Laje de Santos/Renata Câmara Agondi, foi um grande nome da natação brasileira nos anos 80. Ela reuniu todas as condições para figurar entre os maiores nomes da natação mundial de águas abertas. Em suas participações em provas internacionais, Renata foi capaz de impressionar os especialistas e despertar o respeito dos demais atletas.
Em 1986, em sua primeira atuação na Travessia de Capri-Napoli, uma das mais charmosas provas de mar aberto do mundo, Renata terminou em terceiro lugar entre as mulheres e na sexta posição na geral, superando o também brasileiro Igor de Souza, que terminou em sétimo.
Com o tempo de 9 horas, 27 minutos e quatro segundos, Renata ainda ficou com o título de vice-campeã da categoria profissional. A campeã feminina, a holandesa Monique Wildchut com uma experiência incomparável no tocante à Renata, completou a prova em 9 horas, 10 minutos e 35 segundos.
Renata começou a nadar com a idade de oito anos, no Aprenda a nadar do Fluminense Futebol Clube, do Rio de Janeiro, agremiação pela qual conquistou suas primeiras medalhas e títulos.
De 80 a 82, Renata manteve-se afastada da natação para retomá-la já em Santos, no Saldanha da Gama. Antes de integrar a equipe da Associação Santa Cecília de Esportes, ela ainda atuaria pelo Clube Internacional de Regatas.
Nas piscinas, Renata exibiu muito talento, mas foram nas provas de águas abertas que ela realmente se encontrou. Em um curto espaço de tempo, transformou-se na principal competidora da categoria no Estado de São Paulo e numa das melhores do País.
Depois das participações em provas internacionais na Itália, ela entendeu que chegara a hora de encarar o maior desafio de todos, a travessia das gélidas águas do Canal da Mancha.
No fatídico dia 23 de agosto de 1988, totalmente exaurida pelo esforço extremo provocado por uma imperdoável falha na rota e apresentando um acentuado quadro de hipotermia, Renata veio a falecer, deixando uma lacuna irreparável.
A história de Renata, sua passagem pela Secretaria de Esportes de Santos, pela Liga Santista de Desportos Aquáticos, pela Faculdade de Comunicação da Unisantos, seus amores e outras confidências são encontradas no livro Revolution 9, de Marcelo Teixeira, que ganhou sua versão cinematográfica com o documentário Renata, com direção do premiado Rudá de Andrade.
Renata dava o nome aos seus diários de Revolution 9, em homenagem aos Beatles, grupo pelo qual demonstrava grande admiração. Marcelo, que é presidente da última agremiação que a nadadora defendeu, a Associação Santa Cecília de Esportes (ASCE), escreveu o livro para homenagear a amiga e antiga atleta. Afinal, a própria Renata queria que isso acontecesse: “Quando morrer, eu quero que façam um livro com meus diários. Sei que não são importantes, mas são bacanas porque contam uma vida e uma vida, por mais insignificante que seja, é muito importante para aprendermos sobre nós mesmos”.

UNISANTA – Além de contar com o maior contingente de atletas, com uma equipe de 175 nadadores do infantil ao master, a Universidade Santa Cecília (UNISANTA) conta com alguns dos favoritos. Luiz Lima, Israel Peressin Murat, Daniele Fernandes Ramalho, Monique Ferreira, Juliana Tanaka e Rafael Gonçalves estão entre os principais destaques UNISANTA.
Com o retrospecto de vitórias em provas de destaque em nível nacional, como a Travessia dos Fortes do Rio de Janeiro, Luiz Lima e Monique Ferreira, da equipe principal da UNISANTA encabeçam uma lista de nadadores de elite com chances de grandes resultados nesta etapa de abertura.
Destacam-se ainda Daniele Fernandes Ramalho, atual campeã estadual de águas abertas (temporada 2004) e líder da categoria júnior I do Circuito Costa da Mata Atlântica de Águas Abertas, e Israel Peressin Murat, também um dos líderes da categoria júnior I da mesma competição, com vitórias em quatro das cinco etapas já realizadas (Santos, Portal da Juréia, Bertioga e São Vicente).
Juliana Tanaka e Rafael Gonçalves, também da equipe principal da UNISANTA, surgem com boas possibilidades, em face à experiência e resultados satisfatórios em provas do gênero. Na UNISANTA, destaca-se ainda participação especial de dois dos irmãos de Renata Agondi: Rodolfo e Rosana.
OUTROS DESTAQUES – Outros grandes nomes da natação de águas abertas e de piscinas também marcam presença na prova. Entre os mais de 700 nadadores que estarão na luta por uma das 100 vagas para a segunda etapa do Projeto, vários nomes merecem destaque. Entre eles, Bruno Yamamoto (Circulo Militar de São Paulo), José Soares Cunha Neto, o Carioca (Academia Água & Cia), Mara Cristina Serrano, Oliver Bel (Academia Atlantis); Milton Carelo (Academia Sumaré Sports); Raul Porto Andrade Júnior (Aquatic Baroni), Silvio César Biller Braz Acquasports); Antônio Luiz Serra Pinto (1o. Batalhão de Polícia Rodoviária); Ricardo Pineyro (Moby Dick); Eugenio Carlos Pierotti, Ondamar Silva, João Carlos Ayres Filho (Multisports); Silvio Luiz Marques (Unique), Shirley Falbo Buongermino (Agonn Academia); Marcelo de Barros Martins, Vinicius Ferreira Henriques (Internacional de Regatas); Fabrício Madureira Barbosa (Physical Planet/Unimes); Graziela Souza da Cunha (Secretaria de Esportes e Lazer de Guarujá); Célio Garcia Júnior, Fernanda Garcia, Luizinho Avelino e José Belarmino de Souza Filho (Unimonte).

CATEGORIAS E PREMIAÇÃO– Para esta primeira etapa, o enquadramento em categorias e sexo obedecerá ao seguinte critério: Tanto no feminino quanto no masculino – Infantil I 1992 – Infantil II 1991 – Juvenil I 1990 – Juvenil II 1989 – Junior I 1988 – Junior II 1987/86 – Sênior 1985 a 1981 – Master 25+ 1980 a 1876 – Master 30+ 1975 a 1971 – Master 35+ 1970 a 1966 – Master 40+ 1965 a 1961 – Master 45+ 1960 a 1956 – Master 50+ 1955 a 1951 – Master 55+ 1950 a 1946 – Master 60+ 1945 a 1941 – Master 65+ 1940 a 1936 – Militares – Geral. Atletas que não se enquadrem nessas faixas etárias, somente poderão participar, com a anuência da organização.
Nesta primeira etapa caberá premiação, em caráter individual, mediante medalhas finish a todos os participantes, prêmios aos três primeiros atletas classificados em cada categoria no masculino e feminino e aos cinco primeiros atletas classificados na classificação geral. Coletivamente, caberá premiação às três melhores equipes classificadas na contagem geral de pontos. A equipe campeã receberá ainda o Troféu Renata Câmara Agondi, de posse transitória.
Para apurar a contagem de pontos, serão considerados os resultados dos três melhores classificados no feminino e os cinco melhores no masculino de cada equipe, convertendo em pontos, a classificação obtida por cada um, consagrando vencedoras, as três equipes que menos pontuarem. Em caso de empate, o critério de desempate será através da melhor colocação individual obtida. A Premiação será efetuada logo após expirar o prazo para apresentação e apreciação dos protestos.