O professor José Pacheco, conhecido rnacionalmente por seu trabalho revolucionário na Escola da Ponte, Portugal, dará Aula Magna do Curso de Pedagogia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), nesta sexta-feira (17), às 19h, no auditório do Bloco D, Rua Oswaldo Cruz, 255, 4º andar, Boqueirão. Às 18 horas, dará entrevista à imprensa na Rua Cesário Mota, 8, 7º andar.
No dia 18, sábado, às 14h, no auditório do Bloco E, Rua Cesário Mota, 8, ministra aula aos alunos do Curso de Pós-Graduação Especialização Lato Sensu em Pedagogia Espírita.
Pacheco idealizou, em 1976, uma escola diferente para crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, sem séries, ciclos, testes e aulas convencionais. A cada ano, os alunos se agrupam de acordo com os interesses comuns para desenvolver projetos de pesquisa. Há também os estudos individuais, depois compartilhados com os colegas. Os estudantes podem recorrer a qualquer professor para solicitar suas respostas. Se eles não conseguem responder, os alunos encaminham a um especialista.
Não há salas de aula tradicionais, mas “espaços educativos”. Hoje, eles estão designados por área. Na humanística, estuda-se História e Geografia; no pavilhão das ciências fica o material sobre Matemática; e o central abriga a Educação Artística e a Tecnológica. Apesar de fazer parte da rede pública portuguesa, a escola de ensino básico, localizada a 30 quilômetros da cidade do Porto, tem características diferentes: não segue um sistema baseado em seriação ou ciclos e seus professores não são responsáveis por uma disciplina ou por uma turma específicas.
Há professores e alunos que não se adaptam, mas o sistema tem se mostrado viável por pelo menos dois motivos, segundo os especialistas: primeiro, porque os educadores estão abertos a mudanças; segundo, porque as famílias dos alunos apóiam e defendem a escola idealizada por Pacheco. Ele é especialista em Música, em Leitura e Escrita, e mestre em Ciência da Educação pela Universidade do Porto, Portugal.
Cerca de 50 dos alunos (um quarto do total) chegaram à Escola extremamente violentos, com diagnósticos psiquiátricos e psicológicos. As instituições de inserção social que acolhem crianças e jovens órfãos os encaminham para as escolas públicas. Normalmente eles acabam isolados no fundo da classe e, posteriormente, são encaminhados para a Escola da Ponte. No primeiro dia, chegam dando pontapés, gritando, insultando, atirando pedras. Algum tempo depois desistem de ser maus, como dizem, e admitem uma das duas hipóteses: ser bom ou ser bom, afirma José Pacheco.