Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para a cidade de Santos, em maio, apresentou inflação de 0,26%. Esse percentual é ligeiramente inferior ao apurado em abril (0,33%) e revela que a inflação vem perdendo força face às medidas contracionistas adotadas pelo Banco Central, com elevação das taxas de juros, agravado pela relativa queda no crescimento da economia. Tal fato atinge diretamente o consumidor, que passa a ser mais contido nas suas compras. A informação é do Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos da Universidade Santa Cecília (Nese/Unisanta).
Na projeção anual, a inflação atinge 5,07%, índice abaixo das projeções iniciais de boa parte dos institutos e bancos. No entanto, deve-se considerar que medidas de estímulo notadamente para incrementar as vendas de veículos podem refletir em pequeno aquecimento da economia e gerar uma inflação pouco mais elevada no segundo semestre.
Constata-se ainda o arrocho do fisco sobre as finanças familiares com consecutivos reajustes da tabela do IR abaixo da inflação, tornando gradativamente os impostos mais elevados e injustos.
De forma específica, é feita a seguir análise detalhada por grupo, das principais variações apuradas:

–          Grupo Habitação: Foi apurada deflação de -0,04% tendo por influência a queda de preço dos equipamentos do domicilio em 0,5%. O grupo teve elevação de 2,4% no ano.

–          Grupo Alimentação: Apresentou inflação de 0,38% índice influenciado por aumentos dos produtos panificados destaque para o pão francês com aumento de 1,7%, chocolates 6,4%, café em pó 1,98%, macarrão 6,5%. Tiveram queda de preço as aves da ordem de -6%, pescados com redução -1,76% em média e produtos in natura -0,38%. No acumulado do ano atingiu inflação de 2%.

–          Grupo Transportes: Constatou-se inflação de 0,37% no grupo, tendo por motivação o aumento no preço da lavagem de veículos em 11%, e do preço dos automóveis com reajuste de 0,9% em média.

–          Grupo Despesas Pessoais: Houve deflação de -0,25% verificando-se que o preço das viagens teve recuo de -12%, os artigos de higiene e beleza tiveram redução de -1,2% compensando os aumentos de bebidas alcoólicas e não alcoólicas em 0,77% e 1,12% respectivamente.

–          Grupo Saúde: Foi apurada elevada inflação de 0,09%, por influência dos reajustes em produtos farmacêuticos em 2,4%.

–          Grupo Vestuário: Apresentou a mais alta inflação do mês com 3,67% tendo por motivação o reajuste das roupas de criança em 10,2% e das roupas de mulher com 3%. Em termos de acumulado no ano, este grupo já atingiu 2,9% de inflação.

–          Grupo Educação: Ficou praticamente estável com índice de 0,01% de inflação devido a elevação dos preços do material escolar em 0,31% e nenhum reajuste nos demais itens do grupo.

Quadro I – Demonstrativo da apuração mensal e acumulada

          Apuração entre os dias 10 a 25 de maio de 2014

Grupos Ponderação% Variação%
Habitação 28,3586 -0,04
Alimentação 15,4060 0,38
Transportes 18,8727 0,37
Despesas Pessoais 15,3998 -0,25
Saúde 9,8694 0,09
Vestuário 4,7421 3,67
Educação 7,3514 0,01
Índice geral mês 100 0,26
Índice acumulado no ano 2,54
Índice acumulado 12 meses 5,07

O IPC – NESE/Unisanta tem por referência o consumo familiar para famílias com renda até 40 salários mínimos.

Responsável técnico: Economista Prof. Jorge Manuel de Souza Ferreira

 

Sobre o Nese/Unisanta – O Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos da Unisanta foi criado em dezembro de 1997, com a finalidade de realizar pesquisas e estudos nas áreas sociais e econômicas, tendo como foco principal os municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista. Com capacidade para atuar em pesquisas solicitadas pelo setor privado da economia, tem, ao longo desses anos, atendido a diversas empresas de porte da Região. Por ser um Núcleo de Pesquisas ligado à instituição de ensino superior, conta com apoio e colaboração de seus docentes, para trabalhos das mais variadas áreas do conhecimento.