Equipamento é utilizado no tratamento fisioterapêutico de pacientes amputados e com distúrbios posturais em razão de doenças neurológicas.

Devolver a sensação de andar ou manter-se em pé a pacientes amputados de membros inferiores ou com distúrbios do controle postural é um dos objetivos do Suporte de Peso Corporal, desenvolvido por alunos de Engenharia Mecânica em parceria com a Faculdade de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília (Unisanta).

O equipamento permite o treino precoce de marcha, com descarga gradativa de peso sobre o solo, proporcionando adaptação do paciente à atividade, com menor gasto energético. “Esse início precoce favorece o ganho funcional, o condicionamento do indivíduo e evita as sequelas que serão causadas pelo demasiado tempo em que o paciente ficará acamado ou sem condições de se sustentar em pé”, afirma o supervisor de Fisioterapia Neurofuncional da Unisanta, Prof. Ivo Koedel Filho.

O trabalho do fisioterapeuta também é beneficiado com o suporte. O profissional não precisa preocupar-se em apoiar o paciente durante o treino de marcha e pode dedicar-se exclusivamente ao treinamento da caminhada.

Até o momento, 13 pessoas já utilizaram o suporte de peso corporal na Clínica da Unisanta. Entre eles estão pacientes com lesão medular (tetraparéticos – que possuem movimentos comprometidos dos quatro membros), acidente vascular encefálico (derrame), traumatismo craniano, ataxia cerebelar, encefalopatia adquirida e amputação de membro inferior (em fase de protetização).

Alexei Schenin, de 38 anos, é um dos pacientes que utiliza o equipamento na Clínica de Fisioterapia da Unisanta. “Sinto que estou caminhando novamente, reaprendendo a andar. Mexo as pernas realmente”, afirmou Schenin, que sofreu uma lesão cervical alta (lesão medular C7) em um acidente de moto há 10 anos.

O tratamento fisioterapêutico de alguns desses pacientes também é realizado por meio do andador com apoio axilar, outro projeto de Bioengenharia desenvolvido, em 2009, por estudantes de Engenharia Mecânica da Universidade, também em parceria com a Fisioterapia. Os dois equipamentos têm o mesmo objetivo, a diferença está na concentração do peso. Enquanto no andador o peso do paciente fica inteiramente concentrado na região axilar, no suporte esse peso fica distribuído em um colete. Além disso, a descarga de peso pode ser graduada de acordo com a capacidade do paciente por meio de um sistema de elevação controlado por um guincho.

Inovação – Desenvolvido inicialmente em aço, o suporte foi confeccionado como Trabalho de Conclusão de Curso pelos alunos André Pereira Batista, Andréa Pinheiro dos Santos, Dangelis Rafael Santos, Felipe de Oliveira Santana, Marcelo dos Reis Van Opstal Nascimento e Noah Sakihama, orientados pelos docentes, Valmir Demarchi, José Carlos Morilla e Ivo Koedel Filho. A versão final do projeto foi desenvolvida em alumínio com a finalidade de diminuir o peso do equipamento e aumentar a sua condução. Um colete de paraquedista auxilia na sustentação de pacientes com até 100 quilos.
De acordo com o Prof. Ivo Koedel Filho, equipamentos como esse já existem, mas em versões eletro-eletrônicas. “O suporte é inteiramente mecânico e visa diminuir o custo de produção, além de torná-lo mais acessível ao mercado. Outro diferencial são os apoios articulados reguláveis em altura e largura para os braços do paciente, que poderão ser utilizados por pessoas com estaturas diferentes”.