As primeiras pesquisas científicas após a criação, em dezembro de 2010, do Parque Estadual da Restinga de Bertioga serão realizadas por pesquisadores e alunos de diversos cursos de graduação e do mestrado em Ecologia da Universidade Santa Cecília (Unisanta).

A área com mais de 9 mil hectares é uma das Unidades de Conservação do Estado de São Paulo inserida no projeto de estudos científicos a ser desenvolvido pela Unisanta a partir da assinatura do Protocolo de Intenções para Cooperação Acadêmica, Técnica e Científica, realizada dia 9/06, envolvendo a Instituição e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Muito antes de ser regulamentada como Unidade de Conservação do Estado, a região já era alvo de estudos da Unisanta em parceria com o Instituto de Botânica de São Paulo, o que originou várias pesquisas quanto à flora e fauna, documentando-se, assim, a necessidade de se preservar a região por força de lei.

A partir da criação do Parque Estadual da Restinga de Bertioga e da assinatura do Protocolo de Intenções, outras pesquisas importantes poderão ser feitas, com uma abrangência ainda maior, comenta o biólogo e pesquisador da Unisanta, Paulo de Salles Penteado Sampaio, que há cerca de 10 anos estuda aquela área. “Há muito a ser descoberto, pois o local tem uma biodiversidade muita rica”, ressaltou.

De acordo com Sampaio, responsável pelo início e a conclusão do primeiro e mais extenso trabalho de Botânica naquela região, a participação dos alunos dos diversos cursos da Unisanta e dos alunos de mestrado em Ecologia permitirá a realização de novos estudos como a identificação de plantas com fins medicinais, por exemplo.

Biodiversidade – Nas mais de 200 saídas de campo realizadas nas pesquisas anteriores, foram registradas cerca de mil espécies de plantas, sendo 44 ameaçadas de extinção e 50 espécies consideradas raras no estado de São Paulo. O Herbário Científico da Unisanta possui mais de 600 espécies catalogadas daquela região de restinga. Além disso, também foram encontradas inúmeras espécies de aves, répteis, anfíbios e morcegos. As pesquisas, iniciadas em 1998, foram publicadas na revista científica Acta Botanica Brasilica.

O Protocolo de Intenções com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente permitirá ainda desenvolver o intercâmbio de docentes e pesquisadores, ampliar as possibilidades de estágios aos alunos dos diversos cursos de graduação da Unisanta, além de propiciar o desenvolvimento acadêmico, inclusive em pós-graduação, por meio de pesquisas conjuntas, resultando na promoção da preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental.

Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, esse foi um passo importante para a Secretaria e para a Unisanta que, ao completar 50 anos de fundação, reafirma sua preocupação com o meio ambiente e a qualidade de vida. “Vamos aproveitar o conhecimento científico da Universidade em prol da preservação da natureza, além de propiciar estudos in loco aos estudantes de graduação e pós-graduação da Unisanta”, comentou.

Pela direção da Universidade, participaram da assinatura Sílvia Teixeira Penteado e Lúcia Teixeira Furlani, respectivamente reitora e presidente da Instituição, e o pró-reitor administrativo Marcelo Teixeira.

Segundo a World Wildlife Foundation (WWF) – uma organização não-governamental dedicada à conservação da natureza , o Parque Estadual da Restinga de Bertioga é uma das poucas áreas de restinga que ainda estão preservadas no Estado. A WWF chegou a recolher mais de 5 mil assinaturas de organizações ambientalistas e de pessoas físicas para apoiar a criação da Unidade de Conservação em Bertioga.

Outras unidades de conservação do Estado também serão alvo de pesquisas pela Unisanta, como o Parque Estadual da Serra do Mar e o Parque Estadual Xixová Japuí, este localizado nos municípios de São Vicente e Praia Grande.