O Mestrado,  que tem ampla proposta de diagnóstico do estuário santista, é  um dos três existentes no Estado de São Paulo em Ciências do Mar (dois são de instituições públicas). A primeira dissertação foi defendida dia 29/11.

Nunca o estuário de Santos e seu entorno, com sua fauna, flora, poluentes e a interação do homem com esse ambiente foi tão pesquisado como agora, graças ao Mestrado Acadêmico em Ecologia da Universidade Santa Cecília (Unisanta).  As primeiras dissertações do Mestrado começaram a ser apresentadas dia 29/11, na Unisanta.

O tema “Adsorção de Corantes Catiônicos em Solução Aquosa utilizando resíduo de bagaço de cana – RBC” foi apresentado pelo mestrando Antonio Iris Mazza.  O aluno  identificou que esse  resíduo obtido após a queima do bagaço da cana consegue absorver corantes presentes na água, se esses corantes forem polares, ou seja, possuírem cargas elétricas positivas e negativas.  Mazza foi orientado pelo Prof. Dr. Sílvio José Valadão Vicente.

Corantes lançados em corpos de água por indústrias ou através de esgotos domésticos, que podem causar diversos impactos ambientais negativos, constituem uma das vertentes dos estudos propostos pelo Mestrado em Ecologia.

A diversidade e o ineditismo das pesquisas desenvolvidas pelo Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos da Unisanta  contribui para um conhecimento maior do ecossistema marinho e estuarino da região, que precisa ser melhor investigado, diante de fatores como o Pré-Sal, a poluição marinha, o aumento das atividades portuárias e da população litorânea, além do aquecimento global, a longo prazo.

Esse quadro exige profissionais cada vez mais aptos a contribuir com as necessidades da Baixada Santista e do País. Há perspectivas de vagas que serão abertas a  médio e a longo prazo em empresas e em concursos públicos.

O Mestrado Acadêmico em Ecologia e Sistemas Costeiros da Unisanta está ampliando o leque de pesquisas, em nível de stricto sensu, de temas que a Unisanta investiga há cerca de 20 anos.  O coordenador do Programa, professor  doutor João Miragaia Schmiegelow, observa que alguns temas nunca foram pesquisados anteriormente em profundidade no País.

Manguezais, marismas e fauna

As pesquisas do Mestrado estão ampliando o conhecimento sobre a vegetação típica dos manguezais e vegetais pouco estudados, como as plantas que crescem em frente aos manguezais, nos ecossistemas conhecidos como marismas (no inglês, saltmarsh), que se desenvolvem na região do entremarés. Nesse ambiente, além das plantas, há invertebrados importantes na cadeia alimentar do estuário. Além de servirem como alimento a invertebrados, as marismas filtram os poluentes e atenuam a erosão.

Miragaia é profundo conhecedor dos manguezais da Baixada Santista, que estudou em seu doutorado. Ele destaca pesquisas anteriores da Universidade em conjunto com pesquisadores de outros países, principalmente europeus, como o Projeto de Gerenciamento Ecológico de Zonas Costeiras (EcoManage), programa internacional de estudos concluído em 2008.

Outras pesquisas importantes e recentes da Unisanta foram sobre o descarte de sedimentos no estuário, o Mestrado e Doutorado Europeu em Gerenciamento Costeiro (a Unisanta envia pesquisadores para a Europa e recebe pesquisadores europeus e brasileiros para pesquisas em seus laboratórios), estudos sobre correntes marinhas e dispersão  de  poluentes.

Mais recentemente, a pesca artesanal e a Ecologia Humana (o homem inserido do meio ambiente) constituem uma nova vertente de pesquisas, que atraem candidatos ao Mestrado de diversos estados brasileiros. A Unisanta é sede nacional do Instituto para a Pesca, Diversidade e Segurança Alimentar – Fisherie and Food Institute (FIFO)  desde 2011.

Existem apenas três mestrados acadêmicos em Ciências do Mar no Estado de São Paulo, sendo dois de instituições públicas e um particular, o da Unisanta, ressalta o prof. dr. João Miragaia Schmiegelow.  Devido  à experiência acadêmica da Unisanta com o litoral estuarino do Estado de São Paulo, e por seu número expressivo de pesquisas, de mestres e doutores, além de  laboratórios de prestígio, o Mestrado Acadêmico da Unisanta foi aprovado e recomendado pelo MEC/Capes com facilidade.

As linhas de pesquisa em desenvolvimento na Pós-Graduação Stricto Sensu reforçam o prestígio da Unisanta na área de Biologia Marinha, iniciado há mais de 20 anos, por meio de cursos criados anteriormente em nível de lato sensu e na graduação.

Centro de formação de biólogos

A  tradição na área começou em 1990, com a abertura do curso de bacharelado em Biologia Marinha, em  1990 e as primeiras parcerias com empresas e institutos para investigar o estuário.   A Universidade Santa  Cecília  formou 49% dos biólogos marinhos diplomados em todo o País: cerca de mil, de 1990 a 2011. Os dados são do Plano Setorial para os Recursos do Mar (PSRM), da  Comissão Interministerial para Recursos do Mar  (CIRM).

A Unisanta sempre se destaca, em qualidade e na formação de profissionais, aptos a prosseguir em seus estudos de pós-graduação e a trabalhar como docentes.

Infraestrutura

O Mestrado em Ecologia e Gerenciamento Costeiro da Unisanta  tem uma importância muito grande para o País. É um dos poucos com a proposta de amplo diagnóstico dos recursos naturais do Litoral, e poderá prever uma base científica para a gestão desses recursos.  Essa opinião foi manifestada pelo prof. dr. José Galizia Tundisi, presidente honorário do Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental (IIEGA), ao proferir a Aula Magna do Mestrado, dia 15 de março de 2011.

A infraestrutura da Unisanta permite interligar, quando necessário, estudos interdisciplinares entre projetos apresentados no Mestrado Acadêmico de Ecologia e Gerenciamento Costeiro e no Mestrado de Engenharia Mecânica, também oferecido pela Universidade.

Entre esses laboratórios estão os de Ecotoxicologia, de Acervo Zoológico, Herbário, Instituto para a Pesca, Diversidade e Segurança Alimentar, os de Farmácia, de Fisioterapia e o de Engenharia Química, entre muitos. O de Ecotoxicologia foi o primeiro entre as instituições brasileiras de ensino a receber a Certificação ISO 9002, de validade internacional. Em 2011, recebeu a renovação da certificação ISO 17025. Há também a minirrefinaria de petróleo construída em parceria com a Petrobras, única no gênero em funcionamento no País.

Linhas de atuação

O curso de Mestrado em Ecologia da Unisanta está inserido no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos (ECOMAR). Entre os objetivos desse stricto sensu está a formação de profissionais qualificados na área de Ecologia e Meio Ambiente, aptos para atuar em atividades de docência e pesquisa científica relacionadas aos ambientes marinhos e costeiros, integrando aspectos ecológicos, físicos, químicos, biológicos, toxicológicos e sócio-ambientais.

São as seguintes as linhas de atuação do Mestrado: Gestão costeira; Biogeoquímica ambiental;  Manejo e conservação de recursos pesqueiros; Respostas da vegetação costeira a impactos ambientais.  Caracterização e usos da vegetação de ambientes costeiros;  Estudos ecotoxicológicos como indicadores de qualidade ambiental; Ecologia humana, etnoecologia e conservação de recursos naturais.

O curso oferece uma formação teórica e prática mediante disciplinas compostas por módulos interdisciplinares, que vão desde ferramentas estatísticas aplicadas à Ecologia e avaliação ambiental, ecotoxicologia, ecologia humana, até o desenvolvimento das ciências básicas, como biologia, geologia, química, física e toxicologia, áreas do conhecimento fundamentais para a boa compreensão dos ecossistemas marinhos e costeiros.

Inscrições abertas

Podem se inscrever para as próximas turmas do Mestrado os  graduados nas áreas Biológicas, Exatas e Humanas,  interessados em desenvolver trabalhos nas linhas de pesquisa do programa.

Informações: 13-3202-7104, 32-027100, ramal  303;   strictosensu@unisanta.br    posgraduacao@unisanta.br