Nesta segunda-feira (10), a equipe brasileira de natação fechou literalmente com chave, ou melhor, medalha de ouro sua participação na 10ª edição dos Jogos Desportivos Sul-Americanos (Odesul), realizados na piscina do Centro Aquático do Estádio Nacional de Santiago, Chile.

Os nadadores Matheus Santana e Tales Cerdeira, da equipe da Universidade Santa Cecília (Unisanta), conquistaram mais três medalhas para o Brasil, duas de ouro e uma prata. Na noite anterior, domingo, outro atleta da Unisanta, Nicholas Santos, e Matheus já haviam ajudado o time brasileiro do revezamento 4x100m medley a subir ao lugar mais alto do pódio.

No último dia de provas, Matheus Santana conquistou ouro nos 100m livre (49s13), oitavo melhor tempo do ano no mundo, superando até Cesar Cielo e no revezamento 4x100m livre (3m19s44), somando três medalhas douradas para ele neste Sul-Americano.

Matheus Santana, de 17 anos, vai deixando de ser uma promessa para se consolidar entre os melhores velocistas brasileiros. Matheus vem de um período conturbado em que lutou contra um grande adversário: O diabetes.

“Gostei muito, principalmente da forma como nadei e da tranquilidade. Pensei que ia ficar mais nervoso porque estava muito ansioso. Aliviei a tensão nas eliminatórias e pra mim foi excelente. O trabalho com o Márcio (técnico Márcio Latuf) na Unisanta está encaixando muito bem. A gente procurar não focar muito nessa pressão e na expectativa que se criou com os meus resultados. Converso muito com o meu psicólogo, com o Márcio, com o Ricardo de Moura e vamos caminhando. Preciso trabalhar ainda bastante meus fundamentos e também a parte física. Quando fui cortado do Mundial de Dubai (Mundial Júnior da FINA, em outubro do ano passado. Matheus foi cortado devido as altas taxas relacionadas ao diabetes), passei três semanas sem treinar. Depois disso tentei agir como se tivesse começando tudo de novo. Aprendi muito e hoje não encaro como um obstáculo, mas como uma coisa que faz parte da minha rotina”, explicou.

Tales Cerdeira ficou com a prata nos 200m peito, com o tempo de 2m16s58, fazendo a dobradinha brasileira com Henrique Barbosa, que levou ouro (2m15s42). O terceiro lugar nesta prova foi para o venezuelano Carlos Borgiani (2m17s02).

A equipe do Brasil conquistou ainda mais sete medalhas no último dia da natação, sendo três de ouro (50m livre feminino, 400m medley masculino, 4×100 medley feminino); duas de prata (100m costas e 50m livre feminino) e duas de bronze (100m costas feminino e 400m medley masculino).

As provas de natação contaram com representantes do Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Paraguai, Uruguai, Peru, Bolívia, Panamá, Venezuela e Suriname.

Promessas olímpicas – O próximo desafio para os principais nadadores do país será o Troféu Maria Lenk, de 21 a 27 de abril, em São Paulo, que será seletiva para o Campeonato Pan-Pacífico, em agosto, na Austrália. Este será o evento mais forte do ano em piscina longa.

O supervisor de natação da CBDA, Ricardo de Moura, afirmou que já é possível sentir como está o grupo de nadadores que em sua maioria formará a seleção para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Um compasso mais firme e amadurecido por um longo processo de seguidas ações.

“Estão no caminho certo. A equipe mais nova se integrou perfeitamente e já assimilou as coisas mais importantes para participação num grande evento. A natação tem uma responsabilidade muito grande em função de tudo o que já conquistou e é uma referência forte no quadro de medalhas. A participação nos Jogos Sul-Americanos foi estratégica porque muitos pela primeira vez estavam em uma seleção adulta e em evento poli esportivo, já com medalhas e bons resultados. No feminino foi importante demais por conta da saída recente de várias nadadoras que eram referência e as meninas assumiram o papel de protagonistas que agora é delas. Todos mostraram seriedade, uma maturidade grande e um sentimento de grupo, coisas fundamentais para o sucesso”, explicou.

Fonte CBDA