Caroline Teixeira, diretora de Saúde da Unisanta, destacou as parcerias da Universidade com o Rotary Clube Santos Porto, para o bem da comunidade. As inaugurações de segunda-feira à noite preenchem lacunas da Saúde na região, conforme autoridades da área presentes no evento.
“Hoje podemos celebrar o preenchimento de uma lacuna deixada pelos poderes públicos, a potencialização do trabalho de excelentes profissionais de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília com modernos equipamentos adquiridos nesse projetos”. Esse foi um trecho do pronunciamento de Alexandre Medeiros, presidente do Rotary Club Santos-Porto, durante a inauguração do primeiro Laboratório Fisioterapia e Recuperação Funcional de Hemofílicos do Litoral Paulista, na segunda-feira (25/3).
Lembrou Medeiros que o projeto é mais um realizado em parceria com a Universidade Santa Cecília, que aumenta “a qualidade de vida de todos os pacientes aqui assistidos gratuitamente. A seriedade de uma instituição como a Unisanta proporcionará a sustentabilidade econômica e, portanto, a perenidade do projeto”.
Destacou Alexandre Medeiros que essa conquista não foi apenas para o Rotary Santos Porto mas para todos os rotarianos, “pois estamos sendo testemunhas virtuosas da comunhão, do pensamento fraterno e da perseverança de que tudo é possível. Pois sem trabalho não há progresso. Trabalho esse que se iniciou por iniciativa da doutora Rosane Rezende Souza Juliane, idealizadora desse projeto”.
“Trabalho esse que começou na gestão da presidente Raquel, e assim sucessivamente com as demais importantes contribuições dos presidentes Silvio Storti, da doutora Rosane Juliane, com Andrei Storti e eu que vos falo, Alexandre Tedesco, entre outros dirigentes. Venho publicamente agradecer também a todos os rotarianos do clube Santos Porto envolvidos e aos parceiros como o Rotary Internacional pelo braço da Fundação Rotary, a Nikon Comércio de Materiais pra Construção, e os apoios internacionais do Rotary Club da França e o Distrito 5330 dos Estados Unidos. Parabenizo a eficiência do governador do Rotary, a todos os integrantes do Colégio, aos Governadores que lutaram pela viabilidade do projeto. Principalmente ao incansável e sempre inspirador Ronaldo Barrella, governador 2016-2017”.
Projetos sociais de impacto
Carlos Eduardo Estevam Torci, governador do Distrito 4420 do Rotary Internacional (Baixada Santista, ABC e Zona Sul da cidade de São Paulo), engenheiro mecânico formado na Unisanta, disse que uma das funções dos Rotary Clubes é promover benfeitorias para a sociedade de forma mais abrangente, permanente e curadora. Isso, sem a preocupação em fazer puramente assistencialismo, e sim projetos sociais de impacto.
“A parceria com a Unisanta veio trazer equipamentos para a Universidade atender graciosamente a população. “Nós sabemos que muitas pessoas daqui da cidade de Santos, até de fora da cidade, procuram a Universidade para tratamento. E esse foi o vínculo que nos facilitou a realização desse projeto, junto com outros clubes do exterior: um da França, um da Califórnia”.
“Tivemos uma grande empresa da cidade de São Paulo que se tornou nossa parceira por se tratar de um projeto na área de Saúde. a Nikon Materiais em Construção, que gosta de investir em Saúde. E esse projeto, por ter uma abrangência na área de Saúde, interessou a esse empresário rotariano, que vai estar aqui conosco também. Ele também compôs o financiamento desse projeto”.
“É importante porque eu acredito que os equipamentos que trouxemos aqui, especificados pela Universidade, são equipamentos de ponta, pouco encontrados em outras clínicas. Então estamos oferecendo o que há de melhor para nossa comunidade. Desenvolvendo a cidade no atendimento médico e nos tratamentos fisioterápicos”.
Caroline Teixeira: diversos projetos
“São duas instituições que visam o bem a comunidade, o bem ao próximo”, declarou Caroline Teixeira, diretora da área de Saúde da Unisanta, referindo-se ao Rotary e à Universidade. Ela mencionou os diversos projetos em parceria com o Rotary. “Temos o nosso trailer de Odontologia que sai com nossos alunos para fazer atendimento em comunidades carentes. E agora, com esse projeto global, os serviços serão ampliados.
“É um projeto que envolveu 370 mil reais da Fundação Rotary Internacional junto ao Rotary Club Santos – Porto para equipar toda a nossa Clínica de Fisioterapia e inaugurar também o primeiro Ambulatório para pacientes hemofílicos do litoral paulista”.
“É muito importante. Nós, que somos da área de Saúde, vemos a dificuldade das pessoas que têm um atendimento de boa qualidade, com profissionais atenciosos. Todos os pacientes que chegam até aqui são carentes desse tipo de atendimento. Então, todos que saem daqui saem elogiando, saem querendo retornar, saem principalmente com o problema resolvido” .
Caroline Teixeira explicou que é muito difícil atualmente encontrar equipamentos como na Clínica de Fisioterapia, nos hospitais e nos postos de saúde. Esses equipamentos são bons para a Universidade, para os alunos e principalmente para as pessoas que vão poder ter esse contato com esses tipos de equipamentos não encontrados em nenhuma universidade, nem no litoral de São Paulo, nem em São Paulo. O aluno vai sair totalmente preparado. Além da parte teórica do curso, eles estarão preparados para a parte prática”.
“Nós vamos atender pacientes hemofílicos, pacientes com doenças hemorrágicas hereditárias”. Outros equipamentos vieram por meio do Rotary para o estúdio de Pilates e também serão criados um ambulatório de Osteopatia e de Terapia Manual”
Fábio Ferraz, secretário de Saúde de Santos
“Nós temos uma demanda regional muito significativa e, com esse equipamento da Unisanta, nós percebemos o nível de excelência que é praticado. Penso que essa excelente parceria entre Unisanta e Clubes Rotary faz com que as coisas de fato aconteçam. Esse nível de excelência é de extrema valia não só para cidade mas pra região toda”, afirmou o secretário da Saúde de Santos, Fábio Ferraz.
“Aqui nós temos aquilo que chamamos de ‘demanda espontânea’. Ou seja, as pessoas procuram esse serviço justamente pela qualidade do serviço que é aqui praticado. É claro que também, dentro do setor público, nós temos a condição de fazer os encaminhamentos para esse atendimento. Ou seja, eu não tenho dúvida que esse equipamento vai reforçar ainda mais um bom atendimento na área de Fisioterapia para a cidade de Santos e toda a região “.
“Como disse, acrescentou o secretário, o município de Santos tem as suas próprias unidades que são sempre muito procuradas e quando a gente percebe o nível de instalação tão bem estruturado como temos na Unisanta, percebe de forma muito clara a boa possibilidade de reforço para esse atendimento. Então conseguimos sim fazer com que a demanda seja melhor diluída, permitindo o que importa no final que são os atendimentos para os que precisam”.
Referência para o País
O Pró-Reitor Administrativo Marcelo Teixeira ressaltou a importância de se investir na saúde mediante parcerias com objetivos comuns. Lembrou a série de projetos importantes e vitoriosos na sociedade, implantadas na Unisanta, “referências no Brasil e no mundo, como no caso da fisioterapia para amputados, no número de assistências que nós damos nesta área, envolvendo todas as clínicas. Esse é um importante papel social, envolvendo também o Rotary Internacional, o Rotary Porto e também outras entidades que farão e fazem parte desse projeto”.
“Só aqueles que passam por necessidades sabem o que significa ter dores e passar pelo Santa Cecília. Eles são assistidos, recebem tratamento digno e principalmente encontram as curas como temos tido nesses últimos anos. Isso realmente para nós é um motivo de muita emoção e principalmente de esperança, de expectativa para que sempre se viva um mundo melhor. Um mundo melhor são os que as pessoas também podem ter uma boa saúde. E é isso que nós estamos relembrando aqui”.
Outros depoimentos
“São duas entidades (Unisanta e Rotary) que têm esse histórico de servir desde a fundação. Trazem esse serviço inovador. Não apenas para hemofílicos como também para toda a população”, afirmou a presidente, Lúcia Teixeira. Ela mencionou a qualidade das pesquisas científicas, do trabalho acadêmico, dos professores e dos seus funcionários. As inaugurações na Clínica são um grande passo para o Brasil em benefício da população, que é tão carente nessa área. Mais uma vez parabéns aos parceiros internacionais também por estarem nessa parceria, investindo mais uma vez em prol da saúde”.
Para a dra. Sílvia Teixeira Penteado, a Unisanta tem diversas parcerias com o Rotary Porto e o Ambulatório inaugurado vem a engrandecer essa parceria, importante e inovadora para o litoral paulista, visando curar graves patologias que muitas vezes afastam os doentes do convívio o familiar e social. Cumprimento o Santos Porto, toda a Fundação Rotária, professores e alunos que aqui estão”.
Ivan Cheida, diretor do curso de Fisioterapia
“A importância dessa inauguração se deve a uma parceria que nós firmamos com o Rotary Club Santos – Porto. Já é um projeto de quatro anos que vem sendo maturado com o convite que nós recebemos para montar um ambulatório para hemofílicos e portadores de coagulopatias hereditárias”.
“Isso chegou para a gente numa boa hora, é uma proposta inovadora tanto para o treinamento de nossos alunos como também para a prestação de serviço à comunidade, pois até hoje não existe nenhum tipo de serviço específico para atendimento de hemofílicos. E qual é a importância disso? O processo de déficit de coagulação sanguínea leva a várias alterações, a várias deformações e hemorragias articulares que acabam culminando em deformações articulares, mesmo em crianças muito pequenas”.
“Essas deformações se instalam, a dificuldade é muito grande para o indivíduo ter uma vida normal. Então o nível de limitação desse indivíduo é muito grave. Nós fizemos uma capacitação no Centro de Hemofilia da Unicamp, que é um centro internacional de treinamento, para podermos trazer para cá esse ambulatório”.
“Não ampliarmos essas ações só para hemofílicos mas para outras deficiências que a gente encontra no atendimento de saúde, para outros pacientes como cardiopatas, pneumopatas, para os doentes que não dispõem de centro de referência para o atendimento. Então nós ampliamos o projeto junto ao Rotary e hoje nós temos aqui um Centro Multifatorial, com várias especialidades para o atendimento de hemofílicos, cardiopatas, pneumopatas, com um serviço de pilates para o atendimento de pacientes neurológicos, pacientes ortopédicos, processos traumáticos, reumáticos e gestantes” .
“Então nós ampliamos e muito um projeto original que era para o atendimento de hemofílicos apenas. Hoje a gama de ações que a Unisanta vai prestar para comunidade, dentro de especialidades, gerou muitas outras variantes. Inclusive com adição da Farmácia, uma orientação de todos esses pacientes, e para a Odontologia. Futuramente, outras áreas serão atendidas.
Sobre a hemofilia
Rosane Rezende explicou que a hemofilia é uma coagulopatia, doença da coagulação hereditária, uma doença considerada rara e ela tem dois tipos: hemofilia A e hemofilia B. O hemofílico A ele tem deficiência do Fator VIII de coagulação e o B tem deficiência do Fator IX de coagulação. “Isso significa que quando você desencadeia qualquer mecanismo que precise da coagulação chega num ponto que eles não conseguem fazer essa função e eles sangram involuntariamente porque eles não têm o Fator VIII ou IX que eles necessitam”.
“Os hemofílicos sofrem bastante pois têm sangramentos sem necessidade de ter trauma. Então especialmente nas articulações e esses sangramentos são repetidos. Eles precisam muito receber o Fator de coagulação que é deficiente neles e fazer um tratamento fisioterápico complementar para fortalecer essas articulações comprometidas”.
“Eu sou médica do Estado, trabalho no Hemocentro de Santos, e é referência regional pra tratamento de hemofílicos e portadores de outras coagulopatias. E era uma necessidade não atendida pelo poder público. Então, como sou rotariana, nada mais justo de ter a ideia de fazer esse projeto junto ao Rotary porque a quantidade de dinheiro envolvido é bastante grande e aí viemos convidar a Unisanta para fazer a parceria com a gente, pois este é um lugar com credibilidade. Então além de atendermos os doentes, vai haver uma formação diferenciada para esses alunos”.
“Acho importante pois nós vamos ter essas pessoas que não têm condições de acesso ao tratamento. Nós temos hoje materiais e aparelhos que não existem em algumas clínicas privadas. Eles não teriam acesso a esse tipo de terapia. E do outro lado, a Unisanta estará formando fisioterapeutas amplos. Eles irão tratar de pessoas que hoje não tinham um tratamento adequado”.